Arquivo diários:12/01/2016

Pedidos de recuperação judicial aumentam 55% em 2015

Cresceu em 55%, no ano passado, o número de pedidos de recuperação judicial, chegando a 1.287, contra os 828 pedidos registrados em 2014 e os 874 de 2013. O levantamento, feito pelo Serasa Experian, por meio do Indicador de Falências e Recuperações, mostra que o resultado é o maior para o acumulado do ano desde 2006, após a entrada em vigor, em junho de 2005, da Nova Lei de Falências. As informações são do jornal O Globo.

“Foi um recorde da série histórica, resultado de uma combinação perversa de fatores. A recessão afetou a geração de caixa das empresas, com produção e vendas menores. Ao mesmo tempo os juros subiram elevando o custo financeiro. A alta do dólar também aumentou o custo operacional, já que a maior parte das empresas é importadora de matérias-primas e outros insumos. Com essa combinação chegamos ao patamar recorde de pedidos de recuperação judicial”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa.

Bancos

Rabi esclarece que os pedidos de recuperação judicial são feitos pelas próprias empresas, quando não conseguem quitar suas dívidas contraídas junto a fornecedores ou bancos. É feito um plano de recuperação, a ser aprovado pela Justiça e pelos credores.“A empresa mostra que tem intenção de pagar e passa por problemas conjunturais e não do negócio. O pedido de recuperação é uma tentativa de tornar a empresa economicamente viável”, diz Rabi.

O indicador constatou na análise mensal, aumento de 23% nos pedidos, em dezembro de 2015, em relação a novembro: 150 pedidos contra 122. Na comparação entre dezembro passado e dezembro do ano anterior, a alta foi de 183,0%, de 53 para 150.

Levantamento

O levantamento que as micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial no ano passado, com 688 pedidos, seguidas pelas médias (354) e pelas grandes empresas (245).“As micro e pequenas representam cerca de 905 das empresas do país. Mas é preciso notar que mesmo as grandes empresas tiveram grande representatividade no número de pedidos (19%). De 2014 para 2015, o número de pedidos de recuperação judicial feito por grandes empresas cresceu 80%, demonstrando que a crise está pegando todo mundo”, alerta o economista da Serasa.

Por sua vez, os pedidos de falência totalizaram 1.783, no país, em 2015, um aumento de 7,3% em relação aos 1.661 aos efetuados em 2014. Os 1.783 requerimentos de falências estão assim divididos: 923 foram de micro e pequenas empresas, 415 de médias e 448 de grandes. “É o maior número de pedidos de falência dos últimos três anos”, diz Luiz Rabi.

Aposentado que ganha mais que o mínimo terá reajuste de 11,28%

Os aposentados e pensionistas do INSS cujos benefícios são maiores que um salário mínimo, de R$ 880, terão reajuste de 11,28% este ano. A portaria dos ministérios da Fazenda e da Previdência Social foi publicada nesta segunda-feira (11) no Diário Oficial da União.

O percentual refere-se à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2015, divulgado sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O INPC serve de referência para a correção dos benefícios previdenciários. Assim, o teto da Previdência Social para 2016 fica em R$ 5.189,82. No ano passado, o reajuste foi de 6,23%.

Quem recebe benefícios acima do mínimo não teve reajuste real neste ano. Já para quem ganha o equivalente a um salário mínimo o reajuste foi um pouco maior, de 11,6%, o percentual de aumento do salário mínimo neste ano (R$ 880).

A partir da expectativa de vida do brasileiro, divulgada na semana passada pelo IBGE, quem fizer novos pedidos de aposentadoria a partir desta segunda terá uma perda no valor do benefício com relação aos pedidos feitos até o último dia 30 ou terá de trabalhar mais tempo para manter o mesmo valor.

Quase 4 milhões de brasileiros voltam às classes D e E

Segundo estimativa divulgada pelo Valor Econômico, 3,7 milhões de brasileiros deixaram a classe C devido ao aumento do desemprego e à queda de seus rendimentos no ano passado

O aumento do desemprego e a queda nos rendimentos dos brasileiros já mostram efeito sobre o processo de mobilidade social em curso no país de meados de 2004 a 2014, informa a reportagem do Valor Econômico.
Estudo feito pela economista do Bradesco Ana Maria Barufi estima que, entre janeiro e novembro do ano passado, a participação da classe C na pirâmide social caiu dois pontos percentuais. Baixou de 56,6% para 54,6%. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Ana Maria estima que 3,7 milhões de pessoas deixaram a classe C.

Esse grupo migrou para as classes D e E, segundo a economista. A participação da classe D avançou de 16,1% para 18,9%. No caso da E, o avanço foi de 15,5% para 16,1% no mesmo período. Devido ao agravamento da crise, ela acredita que a classe C tende a voltar a responder por menos da metade da população do país, retomando o nível registrado até 2010.

De acordo com os cortes de renda utilizados pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), em 2015, a classe C reúne famílias com renda mensal entre R$ 1.646 e R$ 6.585, já a D, entre R$ 995 e R$ 1.646. A classe E tem renda familiar até R$ 995, informa o Valor.

A economista observa que não há perspectiva de reversão desse quadro em curto prazo, já que o aprofundamento da crise tende a atingir de forma mais intensa as classes mais baixas. A inflação superior a 10% no acumulado dos últimos 12 meses prejudica ainda mais os brasileiros com menor renda. O resultado, explica Ana Maria Barufi, é que a desigualdade de renda deve voltar a crescer no país nos próximos anos.

Leia a reportagem no Valor Econômico