Arquivo diários:19/05/2017

Não há ilegalidade em áudios gravados por Joesley, diz Ministro do STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, relator da operação Lava Jato, apontou no despacho de abertura do inquérito que tem entre os investigados o presidente Michel Temer que não há ilegalidade nos áudios gravados pelo empresário Joesley Batista, do Grupo JBS. O ministro aponta ainda que as conversas gravadas foram “ratificadas e elucidadas” por Joesley em depoimento ao Ministério Público.

“Convém registrar, ainda e por pertinência, que a Corte Suprema, no âmbito de Repercussão Geral, deliberou que ‘é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro’. Desse modo, não há ilegalidade na consideração das quatro gravações em áudios efetuadas pelo possível colaborador Joesley Mendonça Batista, as quais foram ratificadas e elucidadas em depoimento prestado perante o Ministério Público (em vídeo e por escrito), quando o referido interessado se fez, inclusive, acompanhado de seu defensor”, escreveu Fachin no seu despacho.

Os áudios – entre eles a conversa de Joesley com Temer – foram entregues por Joesley como elementos para dar suporte à delação. Segundo Fachin aponta no despacho, foram entregues quatro áudios: o de Joesley com Temer; o diálogo do empresário com Aécio Neves; e duas conversas com o deputado Rodrigo Rocha Loures, apontado por Temer ao empresário como seu interlocutor. Todas as conversas são de março deste ano.

Fachin aponta que além dos áudios, Joesley tinha entregue, quando do pedido inicial para abrir o inquérito contra Temer, os anexos da delação e documentos de corroboração para comprovar o que seria dito.

Neste caso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) optou por encaminhar o pedido de abertura de inquérito mesmo na fase preliminar de negociação de delação premiada. Normalmente, os pedidos de inquérito são feitos apenas após a delação ser concluída, assinada e homologada. Fachin aponta que essa foi a opção pois o procurador-geral considera que os crimes “estão em curso ou prestes a ocorrer”.

“A despeito da fase preliminar de negociação do acordo de colaboração premiada, sustenta o Ministério Público Federal que a peculiaridade do caso em tela exige imediata instauração de investigação, pois ao contrário do que usualmente ocorre quando se está em fase preliminar de negociação, os fatos até o momento narrados dão conta de práticas supostamente criminosas cuja execução e exaurimento estão em curso ou prestes a ocorrer, o que torna obrigatória a pronta intervenção do Estado dirigida a cessar as condutas e investigá-las de forma eficaz”, escreveu Fachin.

Foi falar demais, lasco-se: MPF dá ultimato a JBS só aceita leniência com multa de R$ 11 bi

Imagem relacionadaO Ministério Público Federal informou nesta sexta-feira que só aceitará fechar um acordo de leniência com o grupo J&F, dono do frigorífico JBS, se ele concordar em pagar 11,1 bilhões de reais em multa pelos esquemas de corrupção nos quais se envolveu nos últimos anos. Os pagamentos seriam parcelados em até dez anos. Em tom de ultimato, a procuradoria divulgou uma nota, dizendo que a companhia tem até às 23h59 de hoje para se pronunciar, senão o acordo será desfeito.

Segundo o Ministério Público Federal, o grupo J&F quer fechar a leniência em 1 bilhão de reais. Procuradores se reuniram nesta sexta-feira com dirigentes da área jurídica da empresa em São Paulo, mas não chegaram a um consenso. A assessoria da JBS informou que não irá comentar o assunto.

Propina delivery: ministro de Temer recebeu dinheiro em casa

Segundo Joesley Batista, titular da pasta do Desenvolvimento recebeu 6 milhões de reais em troca da liberação de um financiamento bilionário na Caixa
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Pastor Marcos Pereira

Revista Veja

O empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, narrou em sua delação premiada todos os pagamentos de propina que vinha fazendo até o final de março último para o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, do PRB, que é pastor evangélico. Joesley disse que, para conseguir um empréstimo na Caixa Econômica Federal no valor de 2,7 bilhões de reais, no ano passado, teve de pagar 6 milhões de reais em propina para o ministro.

Joesley contou que, ao procurar a Caixa para fazer o empréstimo,  foi procurado pelo vice-presidente do banco, Antonio Carlos Ferreira, e este disse que sua permanência no cargo, por indicação do PRB, “dependia do atendimento a certos pedidos feitos por quem lhe indicou”. Antonio Carlos explicou então, segundo Joesley, que 100% do dinheiro deveria ser destinado ao seu padrinho – no caso, Marcos Pereira. Antonio Carlos é vice-presidente da Caixa desde julho de 2014.

O dono do JBS disse a Antonio Carlos que o ministro deveria procurá-lo pessoalmente, já que se conheciam. Foi no encontro, marcado logo depois, que Marcos Pereira pediu o pagamento de 6 milhões em parcelas de 500 mil reais. Joesley diz que chegou a quitar 4,2 milhões de reais. O último pagamento, no valor de 700 mil reais, foi entregue pessoalmente para o ministro,  no dia 24 de março último, na casa de Pereira.

Vem pra Rua afrouxou e cancelou o protesto programado para domingo

Resultado de imagem para movimento Vem pra rua aécio nevesFinanciado pela extrema-direita e fortes grupos empresariais, o Movimento Vem pra Rua anunciou hoje (19) o cancelamento do ato previsto para este domingo (21), em todo o país. Em São Paulo, o protesto ocorreria na Avenida Paulista e pediria a prisão de todos os corruptos.

Em nota, o movimento informou que o ato foi cancelado por motivos de segurança e que uma nova data será definida. “A decisão foi tomada já que, em muitas cidades, não houve tempo hábil para planejar a segurança ideal, como sempre aconteceu, mesmo naquelas em que havia mais de 1 milhão de pessoas nas ruas”, informou.

Outra organização, o Movimento Brasil Livre (MBL) informou à Agência Brasil que não havia agendado nenhum ato para este domingo, porque neste final de semana ocorre a Virada Cultural na capital paulista. O movimento também disse que não tem nada programado para os próximos dias e que está aguardando “mais informações” sobre a situação política no país.

Governador Robinson e Fábio Faria foram citados da delação da JBS

Na delação do mega empresário dono da JBS Joesley Batista o governador Robinson Faria foi citado por supostamente receber R$ 5 milhões para financiar sua campanha para governador.

O deputado federal Fábio Faria também foi citado como um dos financiados pelo grupo dono da marca Friboi.

Confira matéria da Revista Valor Econômico publicada nesta sexta-feira:

Valor Econômico. Saud: J&F pagou R$ 6,9 mi a governador do RN e a seu filho em 2014

Por Camila Maia | Valor

SÃO PAULO  –  (Atualizada às 15h45) A J&F teria feito pagamentos de propina de cerca de R$ 6,9 milhões a Robinson Faria (PSD-RN), governador do Rio Grande do Norte, dissimulados de doação oficial, segundo o termo de colaboração premiada de Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais da J&F.

Os pagamentos envolveriam ainda a negociação de uma facilitação da participação da J&F na privatização da estatal de água e esgoto do Rio Grande do Norte, mas este negócio não chegou a ser efetivado.

Saud contou que ele e Joesley Batista negociaram, em 2014, o pagamento de R$ 5 milhões a Robson Faria e também a seu filho, o deputado federal Fabio Faria (PSD-RN), montantes que ambos alegavam ser para as suas respectivas campanhas eleitorais.

Como contrapartida, pediram a privatização da companhia de água e esgoto do Rio Grande do Norte, a Caern, e também exigiram ter conhecimento prévio do edital para que pudessem pedir alterações, de acordo com suas vantagens competitivas.

Segundo Saud, porém, o negócio não foi adiante porque o Grupo J&F “perdeu o interesse na área de água e esgoto.”

Ainda assim, foi pago um montante de cerca de R$ 6,9 milhões a ambos.

O total de R$ 1 milhão foi pago em 3 de outubro de 2014 como doação ao PSD Nacional, “carimbado” para Fabio Faria, outro R$ 1 milhão em 17 de outubro daquele ano também ao partido, “carimbado” para Robinson Faria, e outros R$ 2 milhões por meio de nota avulsa, pagos à empresa “E A Pereira Comunicação Estratégica”, como despesa de campanha do atual governador.

Além disso, Saud disse que pagaram R$ 957,054 milhões por meio de dinheiro em espécie, obtidos junto ao Supermercado Boa Esperança, em Natal. O deputado Fabio Faria teria buscado o dinheiro no supermercado. Outro montante de R$ 1,982 milhão foi entregue também a Fabio Faria.

Mesmo preso, Eduardo Cunha divulga nota negando ter recebido dinheiro de Joesley e avisa: ‘não estou em silêncio’

Eduardo Cunha com os Alves
Eduardo cunha com seus amigos Alves do RN

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) redigiu nota de próprio punho na qual diz que Joesley Batista, dono da JBS, mentiu ao dizer que estava pagando pelo seu silêncio, informa Daniela Lima.

“Estou exercendo o meu direito de defesa, não estou em silêncio e tampouco ficarei”, diz Cunha no texto. O ex-deputado abre o texto dizendo que rechaça “com veemência as informações divulgadas de que estaria recebendo qualquer benefício”. “São falsas as afirmações atribuídas a Joesley Batista de que estaria comprando o meu silêncio”.

Cunha diz ainda que “jamais” pediu “qualquer coisas ao presidente Michel Temer”. “Recentemente, após entrevista dele [Temer], o desmenti com contundência, mostrando que não estou alinhado com nenhuma versão dos fatos que não seja a verdadeira”.

A carta obtida pelo Painel está assinada por Cunha e tem a data desta quinta, 18 de maio.

Coluna Painel

Temer pediu para Aécio retirar ação no TSE que pede cassação da chapa Dilma-Temer

Em conversa gravada entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o dono do frigorífico JBS Joesley Batista, o tucano conta ao empresário que o presidente Michel Temer pediu a ele que retirasse a ação contra a chapa Dilma-Termer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) depois que Dilma Rousseff sofreu impeachment.

“A Dilma caiu, a ação continuou, e ele quer que eu retire a ação, cara, só que se eu retirar, e não estou nem aí, eu não vou perder nada, o Janot [procurador-geral da República] assume, o Ministério Público assume essa merda”, diz Aécio em conversa gravada por Joesley.