Haja coração: médico protesta contra o Governo do Estado por fechar a única UTI Cardiológica do RN

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Dr. Sebastião Paulino – médico intensivista do Walfredo Gurgel

O médico Sebastião Paulino fez um dramático protesto contra a desativação da UTI Cardiológico do Hospital Walfredo Gurgel de onde foi diretor. Segundo relatos a mortalidade aumentou vertiginosamente. O hospital vive um verdadeiro pânico..

Veja o protesto indignado:

WALFREDO GURGEL: UTI FECHADA.

A única Unidade Cardiológica de Terapia Intensiva  da rede pública de nosso Estado, cujo funcionamento teve início em fevereiro de 2001, está de portas fechadas.

O desserviço referido já perdura por mais de duas semanas, vez que ocorreu em 13 de junho último, sob a alegação de que era imperiosa a necessidade de uma reforma.

Informações precisas acenam para a insuficiência de recursos humanos como causa, exclusivamente na área de enfermagem.
Deste modo, eminentes profissionais médicos da especialidade em comento, acompanham pacientes de outras especialidades, em condições adversas, perseguindo o “socorro” que não chega.

Desativar um leito de UTI no momento presente  é uma atrocidade. De outro modo, suspender as atividades da única UTI cardiológica da rede pública do Rio Grande do Norte, é um ato criminoso e de consequências funestas.
Representa o aumento inevitável e odioso do preenchimento de *Declarações de Óbito.*

É preciso não ter coração para conviver com uma realidade tão tenebrosa, apenas testemunhando tamanho desatino, em silêncio.

É um verdadeiro paradoxo: enquanto o CREMERN consegue sensibilizar a Justiça Federal com o intento precípuo de abrir mais leitos de UTI, somos compelidos a presenciar o ato criminoso já referido supra.

A tônica de quem coordena uma Unidade de Terapia Intensiva, no comum das vezes, é calcular quantas vidas são salvas em cada leito dentro de um certo lastro temporal. É deprimente e traumático aos extremos sentir-se obrigado a contabilizar o inverso.

Não bastasse o precário abastecimento, dada a falta de medicamentos e insumos de necessidade primária, agora ocorre o pior.

O corpo gerencial da Unidade segue de mãos atadas. Sou inteiramente consciente do desejo e responsabilidade de quem ocupa o cargo.
Lamentável!

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