Sem concurso, membros do MBL ganham cargos públicos superior a R$ 10 mil pelo país

Sem concurso, membros do MBL ganham cargos públicos superior a R$ 10 mil pelo país
Líderes do Movimento Brasil Livre

Na contramão da realidade de desemprego recorde no Brasil, líderes do Movimento Brasil Livre vêm ganhando cargos comissionados em grandes cidades brasileiras. Sem a necessidade de concurso público e qualificação, esses membros ocupam cargos bem remunerados em vários governos e prefeituras.

A reportagem da Folha de São Paulo identificou lideranças do movimento nomeados para cargos em Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre, Caxias do Sul (RS) e São José dos Campos (SP). Os indicados têm perfil jovem e de início na carreira pública.

Em Florianópolis, Zinder, 37, agradeceu ao MBL no Facebook por ter ajudado “a se tornar uma liderança política”. Ele fora nomeado, em fevereiro, para outro cargo, na pasta da Educação da gestão de Gean Loureiro (PMDB).

Na capital de Goiás, governada por Iris Rezende (PMDB), a indicação também foi de um candidato derrotado a vereador. Agora na presidência do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais, com salário de mais de R$ 10 mil, Sílvio Fernandes (DEM) recebeu apoio dos coordenadores nacionais do MBL em um vídeo na véspera da eleição.

Em São José dos Campos, Sandro Mendes, nomeado assessor da Secretaria de Governança na gestão do tucano Felício Ramuth, chegou a ser acionado pela coligação do PT na Justiça Eleitoral por fazer, nas páginas do MBL local, “propaganda negativa”.

O advogado Lohan Fuly foi indicado para uma coordenadoria da Secretaria da Educação. Os dois fizeram postagens na página do movimento criticando a criação de cargos na Câmara Municipal.

Na capital gaúcha, Ramiro Rosário (PSDB), “candidato oficial” do movimento em 2016, se elegeu para a Câmara, mas hoje é secretário de Serviços Urbanos na administração do tucano Nelson Marchezan Jr. A porta-voz do MBL no Estado foi nomeada para a assessoria da secretaria. Marchezan tem relação próxima com o movimento desde os protestos de 2015 e recebe apoio do grupo na internet.

Em Caxias do Sul, cidade governada pelo PRB, Rodrigo Ramos, ex-candidato do PR a vereador, assumiu cargo na Secretaria da Cultura.