Arquivo diários:10/11/2017

Deputado tucano ‘cabeça preta’ classifica decisão de Aécio de ‘golpe rasteiro’

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Deputado ‘cabeça preta’ Daniel Coelho

Por Raphael Di Cunto, Marcos de Moura e Souza, Fábio Pontes, Fernando Taquari, Marcelo Ribeiro, Raphael Di Cunto e Cristiane Agostine | Valor

O líder dos “cabeças-pretas” do PSDB, grupo que tem pregado o rompimento com o governo Temer, deputado Daniel Coelho (PE), foi à tribuna da Câmara logo após o senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, destituir o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência do partido para nomear outro vice, Alberto Goldman, de São Paulo. “O PSDB está enterrando sua história se não reagir a isso. Desrespeitando aqueles que fundaram o PSDB para se distanciar do PMDB corrupto e do fisiologismo.”

Coelho classificou a destituição como um “golpe rasteiro” de Aécio, que teria sido articulado com os ministros do governo e o PMDB para evitar que o partido rompa com o governo.

Aliado de Aécio, o deputado Marcus Pestana (MG) tentou minimizar as críticas públicas e disse que o plenário da Câmara não era o ambiente adequado para aquela discussão. “O senador Tasso foi indicado pelo Aécio, que se afastou para se defender, para ser o líder de todos, não de uma facção”, afirmou.

Para Pestana, Tasso estava usando a máquina do partido para sua candidatura à reeleição, ao destituir o diretório do Maranhão e “instrumentalizar” o site da legenda para divulgação de sua campanha. “Era preciso equilíbrio na disputa”, disse. O senador cearense disputa a presidência do partido com o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Wesley aponta demora e quer urgência em análise de pedido de liberdade

Resultado de imagem para Wesley BatistaEstadão Conteúdo

Os advogados do empresário Wesley Batista, sócio e delator do Grupo J&F, que está preso preventivamente, pediram ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), urgência na análise da reclamação que apresentaram em 25 de setembro. A reclamação é contra a decisão da Justiça Federal de São Paulo que determinou a prisão do executivo, sob a suspeita de que ele tenha obtido benefícios com compra de dólares e venda de ações da JBS às vésperas de a delação do grupo empresarial se tornar pública.

Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam Wesley Batista na ação, afirmam que a decisão do juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, deve ser tornada nula, porque faz menção a trechos do acordo de delação premiada da J&F, firmada pelo Supremo. De acordo com os advogados, só o STF poderia tomar a decisão de prender o investigado.

 

Fim da monogamia: grupo pratica e debate o amor livre

Getty Images
O movimento RLi (Relações Livres) defende relacionamentos com autonomia afetiva e sexual

Adriana Nogueira

Do UOL

Maria Fernanda Geruntho Salaberry, 31 anos, tem atualmente “duas boas relações estáveis”, como ela mesma define, em Porto Alegre (RS), cidade onde vive. A mais antiga já dura cinco anos. A outra começou no início de 2017. A publicitária tem ainda um companheiro, no Rio de Janeiro, com o qual se encontra esporadicamente. A existência desses relacionamentos, no entanto, não a impede de viver histórias casuais.

Todos os envolvidos sabem –e também estão livres para fazer o mesmo– que monogamia não faz parte dos acordos de relacionamento que Maria Fernanda está disposta a fazer. A publicitária não só vivencia como também é ativista de relações não monogâmicas, fazendo parte de um coletivo gaúcho chamado RLi (Rede Relações Livres).

O RLi (lê-se érreli) nasceu em 2006, na capital gaúcha, a partir da fusão de dois grupos independentes: um formado por jovens que queriam experimentar relações com muita liberdade sem serem superficiais, e outro, que produzia conteúdo para discutir a não monogamia, mas não conseguia vivenciar a experiência.

A junção das duas vertentes produziu o coletivo que propicia não só o encontro de pessoas que querem viver ou vivem relações não monogâmicas como também um debate de ideias sobre o tema.

Autonomia afetiva e sexual

Para o coletivo  –que tem núcleos, mais ou menos ativos, em outros Estados–, o conceito de relações livres é diferente de outras formas de relações não monogâmicas, como poliamorrelacionamento aberto e suingue.

Arquivo Pessoal
Maria Fernanda é adepta de relações livresImagem: Arquivo Pessoal

“O RLi defende a autonomia afetiva e sexual. Não se coloca regras sobre como cada um vai se relacionar nem com quem, como acontece, em geral, com essas outras formas de relação não monogâmica”, explica Maria Fernanda.

A família da publicitária conhece sua opção de vida. “No começo, minha mãe achou que eu tinha feito essa escolha por estar infeliz no amor. Depois entendeu que não era nada disso. Hoje é uma sogra querida, dessas que fazem o doce que cada um gosta de comer.”

Professora em choque

Sobre a filha de 12 anos, fruto de uma relação não monogâmica, Maria Fernanda conta que chegou um momento em que teve de explicar que havia pessoas diferentes dela e seus amigos, que vivem relações monogâmicas.

“Quando ela estava na pré-escola, a professora pediu que ela desenhasse a família. Ela fez uma mulher cercada de dois homens. A professora, então, perguntou quem eram as pessoas do desenho. A Pandora explicou com naturalidade que eram a mãe e os dois namorados.”

Em choque com a informação, a educadora chamou a publicitária na escola. “Eu confirmei o que ela havia desenhado, e a professora tentou disfarçar o choque.”

Educação para a monogamia

Arquivo Pessoal
Regina é uma das autoras de “Relações Livres: uma Introdução”Imagem: Arquivo Pessoal
 A jornalista Regina Faria, 48, conheceu o RLi no fim de 2011, quando estava saindo de um casamento de 15 anos. Na relação, que havia começado como monogâmica, ela havia feito algumas experiências de abertura.

Hoje, ela diz que não consegue se imaginar vivendo uma relação monogâmica outra vez. “Foi um processo de enfrentamento social para mim, mas que me faz mais feliz do que infeliz. A gente é criado para a monogamia”, fala ela, que tem um relacionamento de cinco anos com um integrante do coletivo e casos eventuais.

E o ciúme, onde fica?

A jornalista é uma das autoras do primeiro livro do coletivo: “Relações Livres: uma Introdução”, lançado em julho. Um dos objetivos da obra é esclarecer dúvidas frequentes sobre como funcionam relações livres.

Divulgação
Capa do livro “Relações Livres: uma Introdução”Imagem: Divulgação

“Recebemos muitas perguntas do tipo: os RLis se casam?, têm filhos?”, conta a jornalista. Outra dúvida recorrente é sobre se param de sentir ciúme.

Ela diz que não tem expectativa de não sentir ciúme, mas que aprendeu, ao passar a viver relações não monogâmicas, a não se deixar dominar pelo sentimento.

“Perdi o medo de ser trocada por alguém que meu parceiro venha a achar interessante. Hoje sei que a relação comigo só vai acabar se nós não estivermos bem, não por causa de outra pessoa. Com o tempo, você percebe que a pessoa vai para outra relação, mas volta. E se vê gostando de alguém, sem deixar de amar com quem já estava.”

Aécio destitui Tasso da presidência do PSDB e indica Goldman para o cargo

03.ago.2017 - Com Aécio Neves (d) ao fundo, Tasso Jereissati concede entrevista a jornalistas após encontro para definir os rumos do comando do PSDB

Daniela Garcia, Felipe Amorim e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

Presidente nacional licenciado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) destituiu o senador Tasso Jereissati (CE) do comando interino do partido nesta quinta-feira (9). O senador mineiro indicou o vice-presidente do partido, Alberto Goldman (SP), para assumir o cargo interinamente.

Aécio entregou uma carta a Tasso na tarde desta quinta para notificá-lo de sua destituição. O senador mineiro alegou que a decisão seria necessária para manter a “isonomia” nas eleições do partido em 9 de dezembro. Nesta quarta-feira (8), Tasso lançou sua candidatura ao pleito e concorrerá contra o governador de Goiás, Marconi Perillo

 

Após a destituição, Tasso disse, em entrevista coletiva, que o senador mineiro faltou com sinceridade na carta que divulgou sobre a decisão de destituí-lo da presidência interina do partido.

Tasso narrou como foi a conversa com o senador mineiro nesta tarde. Segundo ele, Aécio pediu que ele entregasse o comando interino do partido, em razão de uma “equidade” na disputa.

O cearense negou abrir mão do cargo, o que resultou na atitude de Aécio reassumir a presidência para emitir o comunicado e logo indicar Goldman.

“Eu preferia que ele me afastasse, e que eu queria que ficassem bem nítidas as nossas diferenças”. Ao responder dessa maneira ao mineiro, Aécio deixou o gabinete do cearense, segundo Tasso. Minutos depois, ele recebeu a carta falando de sua destituição.

Perguntado se poderia especificar as diferenças, Tasso elencou algumas delas. “São conhecidas de todos vocês, são diferenças profundas, desde comportamento político, comportamento ético, visão de governo, fisiologismo, a questão de fisiologismo desse governo.”