Tribunal recusa tirar Moro de processos de Lula por participar de evento com Doria

Doria e Moro, com as respectivas mulheres, em evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA, em maio

Bernardo Barbosa/ UOL, em São Paulo

A 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) negou nesta quarta-feira (4), por unanimidade, pedidos da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o juiz Sergio Moro não atuasse em dois processos da Operação Lava Jato em que o petista é réu.

Os advogados do petista queriam que a Justiça considerasse Moro suspeito de julgar Lula por participar em Nova York de um evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), empresa ligada ao ex-prefeito paulistano João Doria, pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo.

Ainda em Nova York, no dia anterior ao evento do Lide, Moro e Doria posaram juntos para fotos no evento em que o juiz foi premiado como a “Pessoa do Ano” pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Com isso, a defesa do ex-presidente pediu o afastamento do juiz dos processos sobre o sítio de Atibaia (SP) e sobre um terreno comprado pela Odebrecht e supostamente destinado ao Instituto Lula.

De acordo com nota divulgada pelo TRF-4, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato na 8ª Turma do tribunal, considerou que a defesa de Lula tentou politizar eventos que não são de natureza política.

“A participação de eventos com ou sem a presença de agentes políticos não macula a isenção do juiz, em especial porque possuem natureza meramente acadêmica, informativa ou cerimonial, sendo notório que em tais aparições não há pronunciamentos específicos a respeito de processos em andamento”, afirmou o magistrado.

 

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