Arquivo diários:19/08/2018

Impopular, Temer vê reuniões com parlamentares caírem 48% sob eleições

Os candidatos de Temer no RN: Carlos Eduardo Alves para governador e Garibaldi Alves para o Senado

Sem popularidade para aparecer em palanques e limitado pela legislação, o presidente Michel Temer (MDB) viu diminuir em 48,3% as reuniões com parlamentares desde 7 de julho, quando começou o período eleitoral.

Levantamento do UOL verificou que de 1º de janeiro a 6 de julho deste ano, Michel Temer teve 508 audiências com deputados federais e senadores. Entre 7 de julho e 12 de agosto, foram 52 encontros. Considerando-se a quantidade de dias em cada período analisado – 187 e 37, respectivamente – e a média de audiências por dia, os parlamentares diminuíram em 48,3% as idas ao gabinete no Palácio do Planalto.

A reportagem analisou audiências de deputados e senadores com o presidente, sozinhos ou acompanhados, registradas na agenda oficial de Temer disponível no portal da Presidência. Foram desconsiderados encontros para fotos, eventos, reuniões com bancadas e contatos telefônicos realizados no período.

Temer sem força como cabo eleitoral

Embora o período que envolve as eleições tenha começado no início de julho, a campanha oficial teve a largada dada nesta quinta (16) – sem a presença de Michel Temer como cabo eleitoral.

A situação do presidente como fiador de “pupilos” no pleito deste ano se difere drasticamente da de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010. Naquele ano, Lula era o principal personagem por trás da campanha de Dilma Rousseff (PT) ao Planalto. Lula contava com 87% de aprovação – seu recorde de popularidade –, segundo pesquisa Ibope à época.

Neste ano, o presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, por exemplo, tem se apresentado como candidato da “própria história” e cita com frequência o fato de ter comandado o Banco Central durante o governo de Lula. Quando afirma ter sido ministro da Fazenda, nem sempre fala no atual mandatário.

Até os ex-ministros de Temer têm evitado se vincular à presente gestão. Eles costumam defender o trabalho realizado à frente das pastas como bandeira preponderante. No entanto, a maioria exclui o nome do ex-chefe dos discursos.

Envolvido em investigações que apuram supostos esquemas de corrupção e alvo de duas denúncias pela PGR (Procuradoria-Geral da República) a serem retomadas após o fim do mandato, Temer conta com o pior percentual de avaliação do governo de um presidente desde que teve início a série histórica do Ibope, em 1986, no governo José Sarney (MDB).

De acordo com pesquisa Ibope de 28 de junho, 79% dos entrevistados classificaram a atual gestão como ruim ou péssima. Entre os entrevistados, 4% avaliaram o governo Temer como ótimo ou bom, 16% como regular e 1% disseram não saber ou não responderam. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Legislação limita ações da Presidência

Durante o período eleitoral, a Presidência da República fica mais restrita para promover ações governamentais e propagandeá-las. A legislação estabelece que agentes públicos não podem fazer qualquer comunicação que possa configurar “propaganda eleitoral, conduta vedada, abuso de poder político ou econômico, seja nas modalidades expressa, subliminar, disfarçada ou dissimulada”.

O governo também tem de garantir o que a lei chama de “igualdade de oportunidades entre os candidatos”. Ou seja, não pode privilegiar um ou outro concorrente no pleito. Uma foto de Temer com um político que participará das eleições tirada entre 7 de julho até 28 de outubro – data do segundo turno –, portanto, seria irregular.

As ações publicitárias precisam ser autorizadas de forma prévia pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e tratar de atos, programas, obras, serviços e campanhas, além de atender a requisitos como gravidade e urgência. Propagandas de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado no caso de empresas estatais federais, como a Petrobras, estão permitidas.

Embora não seja candidato, para não incorrer em um possível crime eleitoral, a Presidência decidiu reduzir a exposição do presidente Michel Temer na NBR – canal de televisão do governo – e não mais transmitir ao vivo a maioria dos eventos dos quais participa. O presidente abriu uma exceção nesta segunda (13) em uma reunião sobre o decreto de relicitações no Planalto exatamente sob a justificativa de transparência. Investigado no decreto dos portos, ele defendeu não redigir os atos.

A Presidência ainda trocou imagens com a marca da gestão Temer por imagens neutras nos perfis nas redes sociais e criou uma página online com dúvidas frequentes sobre o tema voltada a servidores.

Imagine aqui no RN? Vice de Romário é vítima de assalto em restaurante no Rio

Pauline Almeida

Colaboração para o UOL, no Rio

O deputado federal Marcelo Delaroli (PR) foi vítima de um assalto na noite deste sábado (18), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele e mais dez pessoas de sua comitiva jantavam no Cervantes Bar e Restaurante quando quatro homens, três armados de pistola e um de fuzil, invadiram o local por volta das 22h30. Delaroli é atualmente candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa com Romário (Podemos).

“É a sensação que todo carioca passa ultimamente, impotência muito grande, revolta muito grande, muita gente chorando, criancinha chorando, doído demais”, contou o deputado em entrevista ao UOL.

Ele estava acompanhado por assessores e três policiais, um deles o tenente-coronel Sérgio Porto, comandante do 15º Batalhão de Duque de Caxias. O momento mais tenso, segundo o deputado, foi quando um dos policiais – que estava armado – correu para os fundos do restaurante com medo de ser reconhecido.

O policial, que preferiu não se identificar, disse que viu os dois primeiros assaltantes entrarem no restaurante com um fuzil e uma pistola. “Eu consegui sair da mesa e ficar atrás do restaurante. Não tinha como reagir porque era um fuzil e uma pistola, o restaurante estava cheio, preferi me ausentar e comuniquei para vir reforço”, relatou.

Do Blog do Primo: Imagine se um candidato a vice-governador do RN fosse assaltado aqui no RN? Certamente, a oposição do grupo Alves/Rosado/Maia iria fazer um grande estardalhaço contra o governador Robinson Faria. 

 

Fux deve liberar ações sobre auxílio-moradia ‘em breve’

Relator das ações que tratam do pagamento de auxílio-moradia no Judiciário, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ao Estado que pretende liberar o tema para julgamento “em breve”. As ações aguardam há dois meses um encaminhamento depois de a Advocacia-Geral da União (AGU) ter informado que não chegou a um acordo na conciliação aberta por determinação do próprio relator.

O julgamento das ações estava marcado para o dia 23 de março, mas foi suspenso na véspera porque Fux resolveu atender a um pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e enviar o caso para a conciliação. Naquele momento, havia a expectativa de que a maioria dos ministros pusesse fim ou limitasse o pagamento de R$ 4,3 mil mensais que tem sido garantido a magistrados, promotores e procuradores, mesmo para quem já mora em um imóvel próprio.

Bolsonaro diz que Bíblia prega armamento

O GLOBO

O deputado Jair Bolsonaro (PSL), candidato a presidente, explicou ao GLOBO o que ele quis dizer com a frase “Leia o Livro de Paulo”, que pronunciou no final do embate com Marina Silva (Rede) sobre direitos das mulheres e violência, no debate de ontem na Rede TV!

— Paulo fala: “venda suas capas e comprem espadas”. Está na Bíblia — afirmou ele, que não se lembra do capítulo onde estaria a passagem.

Na verdade, a passagem é do Evangelho de Lucas, capítulo 22, versículo 36. No texto, Jesus Cristo diz para seus apóstolos: “Agora, porém, o que tem bolsa, tome-a, como também o alforge; e o que não tem dinheiro, venda a sua capa e compre espada”. Doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Gregoriana em Roma, Waldecir Gonzaga chama atenção para o fato de que no mesmo capítulo, mas no versículo 49, Pedro fere, com uma espada, a orelha de um soldado. Jesus, então, coloca a mão na orelha do soldado, cura o ferimento e proíbe o uso de violência entre seus apóstolos. Para Gonzaga, é preciso muita cautela ao interpretar passagens bíblicas.

— A questão mais complicada é esse apelo ao religioso para poder justificar qualquer coisa. Os textos sagrados, as sagradas escrituras, são trimilenares ou bimilenares. Temos, no mínimo, dois mil anos de diferença. Elas precisam ser analisadas dentro do contexto da época e não apenas literalmente. Não condeno o candidato por errar a passagem. Não tenho dúvidas de que o século XXI será o mais religioso depois do periodo medieval. O problema é o mal-uso que estão fazendo da religião. Os governantes precisam pensar antes de falar — explica Gonzaga.

O presidenciável participou, neste sábado, da formação de catetes na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, a 170 km do Rio de Janeiro.

— A Bíblia é nossa caixa de ferramenta. Quando ela (Marina) disse que eu estava errado em falar em armamento, na Bíblia tem essa passagem.

Marina entrou em confronto com Bolsonaro no debate e o criticou por querer ganhar “no grito” e na “violência”. Mencionou também o episódio em que ele ensina uma criança a imitar um revólver com os dedos.

— Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência. Nós somos mães, educamos nosso filhos. Você fica ensinando para os jovens que têm de resolver as coisas na base do grito, Bolsonaro — disse Marina no debate.

— É que naquele tempo (da Bíblia) não tinha arma de fogo, se não com toda certeza seria ponto 50 e fuzil — disse Bolsonaro na manhã deste sábado.