Mourão nega crítica a mulheres e diz que fala sobre mãe e avó é constatação

O general Mourão discursa para integrantes de associações comerciais de SP

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), negou nesta terça-feira (18) que tenha criticado as mulheres ao declarar que crianças criadas por “mãe e avó” em “áreas carentes” tendem a virar “elementos desajustados” e ingressar em “narcoquadrilhas”.

A declaração polêmica foi dada em palestra realizada na segunda-feira (17). Ao comentar a fala do dia anterior, ele disse ter feito apenas uma “constatação”.

O militar da reserva do Exército falou a integrantes da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado).

Na plateia, a reportagem contou cerca de 150 homens e dez mulheres. Em meio à explanação sobre os principais desafios do Brasil, ele se propôs a explicar a “crise psicossocial” e de valores que “afetam a nossa sociedade e que atingiu a família”.

“Ontem, numa exposição similar a essa, em outro ambiente, eu deixei claro que esse atingimento da família é muito mais crucial nas nossas comunidades carentes, onde a população masculina ou está presa, ou está ligada à criminalidade ou já morreu, e que deixa a grande responsabilidade por levar a família à frente nas mãos de mães e avós”, relatou.

Mourão então disse que um órgão de imprensa publicou que ele estava criticando as mulheres, o que ele negou.

“Estou fazendo uma constatação de algo que ocorre notadamente nas nossas comunidades carentes. Porque essas mães e avós saem para trabalhar […] e não têm com quem deixar os seus filhos, porque o estado não está presente para dar uma creche, uma escola de tempo integral onde essa criança possa permanecer. E essa criança vira presa fácil do narcotráfico. Essa é a visão”, declarou o candidato a vice.

Segundo ele, a grande maioria dessas mulheres são “cozinheiras, faxineiras e lidam com a dureza de vida o tempo todo”.

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