Arquivo diários:06/10/2018

Um voto de gratidão

A maior qualidade de uma pessoa é a gratidão, quem não é grato é desonesto com sua própria consciência, desonesto com seu passado e sem humildade..

Tenho muitos amigos e alguns desafetos no meio político onde militei com muita intensidade. Hoje combato meus defetos sendo grato a meus bons e verdadeiros amigos..

Uma maneira de ser grato é não esquecer os amigos que nós ajudaram nos momentos de dificuldades. Hoje, nesta eleição, tenho o dever de gratidão para declarar meu voto e pedir aos meus amigos o voto para Rafael Motta e Ricardo Mota.  Tanto o filho como o pai quando passei por dificuldades estiveram ao meu lado. jamais irei esquecer!!

Agora é o dia de agradecer com um gesto simples, o de contribuir para eles continuarem lutando pelo RN..

Não voto e peço votos apenas pelo dever de gratidão, peço votos pelo irretocável mandato exercido pelo deputado federal Rafael Motta demostrando sempre responsabilidade com o povo potiguar votando contra tudo que contrarie os interesses dos trabalhadores e aposentados.. Rafael teve seu mandato premiado internacionalmente, numa atuação brilhante ele conseguiu enviar para os municípios do RN cerca de R$ 800 milhões em emendas parlamentares..

“Apessoa ingrata é semeadora da infelicidade que colhe arrependimento”

Já Ricardo Motta no alto do seu sétimo mandato de deputado estadual tem sido um grande parlamentar municipalista, sempre presente, atuante junto ao governo do estado para atender todas nescidades dos municípios que ele representa, se não tivesse o reconhecimento não teria sido reeleito deputado pela sétima vez..

Ele foi levianamente denunciado por um delator irresponsável que já declarou perante a justiça que mentiu, seu processo vai demostrar que ele sempre foi e continuará sendo um homem honesto e ilibado..

Nestes dias de denuncismo do Ministério Público, que acomunado com criminosos irresponsavelmente acusa de bem, qualquer um pede ser vítima de denuncias levianas.

Ricardo Motta tem meu voto, além de ser um grande deputado, um homem solidário, ele é uma grande fabrica de amigos..

Renato Dantas

Resultado de imagem para A gratidão é o único tesouro dos humildes.

 

Robinson não parou, continua nas ruas fazendo campanha

Mesmo sendo apontado em algumas pesquisas em terceira colocação e fora do segundo turno, o governador Robinson Faria não se abalou. Ele continua fazendo campanha com uma agenda cheia de compromissos.

Ontem Robinson visitou durante à tarde e noite o município de Ceará-Mirim onde fez uma reunião com lideranças do prefeito Marcone Barreto e grande carreata com o ex-candidato a prefeito Júlio Cesar.

Robinson tem demostrado uma grande capacidade de superação e determinação..

19 deputados estaduais são representados pelo MP Eleitoral por conduta vedada

Ministério Público Eleitoral representou contra 19 deputados estaduais do Rio Grande do Norte por condutava vedada. Em abril deste ano, a Assembleia Legislativa do RN (Alern) fez a doação de 50 viaturas policiais ao Governo do Estado, com recursos do próprio Legislativo. No entanto, o ato se transformou em promoção pessoal dos parlamentares, que puderam definir até mesmo para onde os veículos iriam, beneficiando seus redutos eleitorais e desequilibrando – com uso de dinheiro público – a campanha em relação aos adversários.

Constam como representados nas ações os deputados estaduais Ezequiel Ferreira de Souza (presidente da Assembleia), Albert Dickson, Carlos Augusto Maia, Cristiane Dantas, Dison Lisboa, Galeno Torquato, George Soares, Getúlio Rêgo, Gustavo Carvalho, Gustavo Fernandes, Hermano Morais, Jacó Jácome, José Dias, Larissa Rosado, Manoel Souza Neto, Márcia Maia, Nelter Queiroz, Tomba Farias e Vivaldo Costa.

“O que enseja a presente demanda não é a aquisição nem a doação das viaturas em si – formalmente lícitas e certamente bem-vindas ao Estado, mormente num momento de caos na segurança pública e no sistema penitenciário –, mas o uso promocional que se fez disso, quando da entrega de cada uma das viaturas, em prol das candidaturas de quase todos os deputados estaduais da Alern. Esse uso promocional sempre esteve embutido nessa doação”, resume a representação do MP Eleitoral.

Com a prática, no entender do MP os parlamentares “largaram na frente na corrida eleitoral de 2018”, pois os demais concorrentes não puderam dispor de dinheiro público para “presentear” a população. Ao todo, foram gastos aproximadamente R$ 5 milhões.

Interesse público – Ao “carimbar” a destinação das viaturas para seus redutos eleitorais, os deputados – além de fazerem uso promocional da doação – impediram que as autoridades de segurança pudessem utilizá-las conforme a necessidade, levando em conta argumentos técnicos e não políticos, escolhendo por exemplo as áreas de maior incidência de crimes, ou os serviços que mais demandavam tais veículos. Alguns parlamentares, inclusive, afirmaram ter tomado suas decisões com base no pedido de prefeitos.

“Assim, o interesse público, mais uma vez, deu lugar às intenções eleitorais implícitas daqueles que deveriam ser os representantes do povo”, reforça o MP Eleitoral. De acordo com a representação, a atitude dos parlamentares configurou a conduta vedada prevista no art. 73, IV, da Lei nº 9.504/97 (a Lei das Eleições), que proíbe aos agentes públicos fazer uso promocional da distribuição gratuita de “bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público”.

Propaganda

O uso “eleitoreiro” das doações se deu, em geral, tanto no momento da entrega, quanto posteriormente, através de fotos, vídeos e mensagens (em redes sociais, páginas pessoais e blogs de internet e até na propaganda de rádio e TV), que atribuíam a cada parlamentar a paternidade da benesse. Em uma das representações, o MP Eleitoral aponta que é “indisfarçável o desejo (do deputado) de gerar na população a crença de que o ato partiu não só da sua iniciativa, como também dos seus esforços e sacrifício, com nítido propósito de explorar eleitoralmente os dividendos que certamente adviriam dessa distribuição gratuita do bem em ano de eleições”.

Histórico

A Lei Estadual 10.150, sancionada pelo governador em 24 de janeiro de 2017, autorizou a Alern a doar até 50 viaturas policiais no valor total de R$ 5,1 milhão. O dinheiro saiu do próprio orçamento da assembleia e era fruto de valores restantes do exercício de 2016. Em 3 de abril deste ano foi realizada a cerimônia de entrega, no Complexo Esportivo de Brasília Teimosa, em Natal.

Cada parlamentar poderia indicar o município para o qual a viatura seria destinada, ou até mesmo o batalhão específico (quando se tratava da região metropolitana da capital). “Noutras palavras, garantiu-se a cada deputado um ‘quinhão’ da doação, para que ‘brilhasse’ individualmente com ela”. O MP Eleitoral requer da Justiça Eleitoral a suspensão das condutas, o pagamento de multa e a cassação do registro dos candidatos.

Lula completa 6 meses na prisão como peça-chave na disputa à Presidência

Lula participa de caravana ao lado de Dilma, em março deste ano

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

Neste domingo (7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa seis meses de prisão na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba. Também neste domingo, os brasileiros vão às urnas em todo o país para escolher o próximo ocupante do Palácio do Planalto, uma disputa sobre a qual Lula, mesmo preso, exerceu forte influência.

Lula se entregou à PF em 7 de abril, um dia após o prazo dado pelo juiz federal Sergio Moro, que ordenou o início da execução de sua pena no processo do tríplex. Na ocasião, o ex-presidente já era anunciado como pré-candidato do PT ao Planalto, mesmo estando inelegível desde janeiro em razão da Lei da Ficha Limpa.

Como Lula foi condenado por órgão colegiado –caso da 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região)– por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele não poderia disputar a eleição. Apesar do impedimento iminente, que foi confirmado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1º de setembro, Lula se mostrava como uma das principais forças na corrida pela Presidência. Nas últimas pesquisas em que teve seu nome consultado pelos institutos, o ex-presidente chegou a atingir a marca de 39% das intenções de voto.

Nesses seis meses em que está preso, Lula recebeu dezenas de políticos. A situação, inclusive, fez a força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato considerar que Lula havia transformado a sede da PF em um “comitê de campanha”.

Entre os visitantes mais comuns estava Fernando Haddad (PT), que foi coordenador de seu programa de governo e, depois, seu candidato a vice na chapa presidencial. Desde 11 de setembro, Haddad é o candidato do PT ao Planalto.

Petistas e especialistas avaliam que a estratégia do partido de manter o nome ex-presidente como candidato até o prazo máximo possível foi acertada.

EM SETEMBRO, PT ANUNCIOU TROCA DE LULA POR HADDAD

Para especialista, estratégia petista deu certo

Foi na PF que Lula articulou uma série de alianças em torno de sua candidatura, que, mais tarde, viria a ser de Haddad. O ex-presidente fez o PCdoB desistir de ter a deputada estadual Manuela D’Ávila (RS) como principal nome na disputa. Manuela, então, foi deslocada para vice de Haddad, em uma aliança com o PT. O PCdoB, que não acreditava na viabilidade jurídica da candidatura de Lula, só aceitou a aliança sabendo que a chapa seria formada entre o ex-prefeito paulistano e a Manuela.

Lula também conseguiu fazer com que o PSB ficasse neutro na disputa, partido cobiçado pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT), que terminou isolado dentro da esquerda. Com a manobra do ex-presidente, Ciro passou a criticar intensamente as administrações do PT e o próprio Haddad. Outro efeito do acerto foi o PT abrir mão de sua candidatura ao governo de Pernambuco em favor da tentativa de reeleição de Paulo Câmara (PSB).

Essas decisões foram tomadas praticamente na última hora. Haddad e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegaram a abandonar uma reunião da Executiva do partido, em São Paulo, para ir a Curitiba consultar Lula. E isso a horas do início da convenção do partido para definir a candidatura petista.

A importância de Lula na disputa presidencial também foi simbolizada no processo de troca de Lula por Haddad. As principais lideranças do partido se deslocaram em peso para Curitiba e, na frente da PF, acompanharam o anúncio da substituição junto de algumas dezenas de militantes. Antes, Haddad havia passado praticamente dias inteiros na sala onde Lula cumpre sua pena para discutir a transição.

Para Fernando Schuler, cientista político do Insper, o PT enfrentaria mais dificuldades se tivesse apostado em Haddad como seu candidato desde o início, sem registrar Lula antes. “Esticar essa corda, criar o drama, ocupar espaço na mídia, criar essa narrativa toda e, na última hora possível, tentar fazer uma transferência rápida foi uma estratégia correta”, avalia.

Líder do PT na Câmara, o deputado federal Paulo Pimenta (RS) concorda. “Foi decisivo passar por todas as etapas do processo até a inscrição da candidatura”, disse, indicando que parte da sociedade estaria avaliando o caso como uma perseguição ao ex-presidente. “Aqueles que imaginavam que a prisão dele seria uma maneira de deixá-lo fora da eleição se depararam com uma situação totalmente contrária.”

Transformaram Lula no fator decisivo da eleição ao ponto que nós temos o objetivo de vencer a eleição com alguém que está simplesmente representando ele

Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara

Para o ex-ministro Alexandre Padilha, um dos vice-presidentes do PT, a estratégia de ir com Lula até o limite foi importante. “Eu acreditava que esse processo de transferência teria que deixar extremamente claro para o eleitor, para a base social do presidente Lula, que era fruto da violência cometida pela Justiça brasileira.”

A cientista política da FGV (Fundação Getulio Vargas) Lilian Furquim aposta que, sem o apoio de Lula, Haddad conseguiria “os mesmos votos que teria o Boulos [candidato do PSOL] se estivesse em outro partido pequeno de esquerda”. “O Lula é a peça central, do meu ponto de vista, para o PT. Ele é o PT. Acho muito difícil a sobrevivência do partido sem a figura do Lula.”

A estrutura do PT, que tem quadros e instâncias, permitiu que Lula tivesse poder sobre o partido durante o processo eleitoral. “Ele consegue comandar o partido, transmitir seus recados, controlar o grupo dele. Isso faz com que a liderança do Lula seja transmitida”, comenta Schuler. Foi algo, por exemplo, que não aconteceu com Jair Bolsonaro (PSL), que teve seu candidato a vice e seu líder econômico apresentando posições que o contrariavam. “Bolsonaro não conseguiu controlar o grupo dele e, mais um pouco, entrariam em choque”, afirmou o cientista político.

Segunda-feira: dia de visita

Os encontros entre Lula e Haddad são constantes. Toda segunda-feira, o candidato, que foi incluído na equipe de advogados do ex-presidente, vê Lula na PF. Desde a troca na candidatura, foram três encontros até o primeiro turno. Nesse período, é possível verificar que as críticas de Haddad à Bolsonaro foram subindo de tom gradativamente.

No começo, ele mal citava o nome do candidato do PSL e centrava críticas a membros da equipe dele, como o candidato a vice, general Hamilton Mourão (PRTB). Depois, Haddad passou a dizer que a democracia estava sob ameaça diária com suposições sobre urna eletrônica e o resultado eleitoral, temas repetidos por Bolsonaro.

Já nesta semana, Haddad passou a criticar diretamente seu principal adversário na disputa e provável oponente no segundo turno. Ele passou a ligar Bolsonaro a notícias falsas contra ele que circulam por WhatsApp.

Urna eletrônica chega à 12ª eleição no país sob ataque inédito, diz Folha de São Paulo

Raphael Hernandes
SÃO PAULO

Nesta eleição, além de registrar os candidatos escolhidos pelos eleitores, a urna eletrônica encara uma outra luta: ganhar votos, de confiança, para si própria.

Em seu 12º pleito no Brasil, a máquina de votar se vê envolvida num duelo entre os que defendem a segurança do equipamento e os que acreditam em fraude. No meio disso, está a discussão de volta para o voto impresso.

Nos últimos meses, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) garantiu reiteradamente que o sistema é devidamente protegido contra eventuais ataques e tentativas de corrupção do resultado da votação. Entre os argumentos, cita que, em 22 anos de urna eletrônica, nunca foi detectada fraude.

São ainda elencadas medidas de defesa adotadas. Entre as barreiras estão a biometria, uma votação paralela que testa urnas aleatórias, criptografia, os testes públicos de segurança da urna e a ausência de conexão com a internet —o que eliminaria as chances de uma ofensiva remota.

O código-fonte (conjunto de letras e símbolos que dizem ao sistema como ele deve funcionar) dos equipamentos fica disponível por seis meses, antes da eleição, para inspeção de partidos e de especialistas.

A gravação desse código em cartões e a instalação deles nas máquinas de votar são feitas em cerimônias públicas, que podem ser acompanhadas por qualquer cidadão.

No processo, as urnas são lacradas. Com isso, uma adulteração —seja acoplando um aparelho externo a ela ou modificando seus cartões de memória— não poderia ser feita sem a violação do lacre, o que revelaria a tentativa de fraude. Nesse caso, um juiz eleitoral analisa a situação e pode até anular os votos da seção.

A lista de medidas contra eventuais ataques, que tem outros itens, não impediu o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) de, em 16 de setembro, divulgar vídeo em que colocava em dúvida a lisura do processo eleitoral.

Assim, cresceu a discussão sobre a capacidade da urna de garantir um pleito íntegro.

Na reforma da legislação eleitoral de 2015, Bolsonaro propôs uma emenda que instituiu a impressão do voto na eleição. Em junho, a emenda foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal e não estará em vigor nas eleições, inclusive em 2018, pelo menos até ter o mérito julgado pela corte.

candidato, seus apoiadores e alguns especialistas em segurança digital defendem essa medida como forma de auditar os resultados e garantir mais transparência ao processo.

Funcionaria assim: além de registrar o voto no sistema, a urna imprimiria e exibiria para o eleitor checar, por trás de uma proteção, um papel com a informação coletada. Esse registro ficaria armazenado para posterior auditoria —a pessoa não o levaria para casa.

Se os votos guardados nos papéis batessem com os do registro digital, ou seja, os anotados pelo sistema da máquina, ótimo. Caso contrário, seria um indicativo de fraude.

Para o TSE, o processo atual é suficientemente seguro. A impressão, diz, acabaria por torná-lo mais vulnerável, por ser mais suscetível a fraudes. O tribunal cita ainda a possibilidade de complicações como problemas na impressora e o fato de o canhoto não ser acessível a deficientes visuais.

As eleições podem ser auditadas a pedido do Ministério Público, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ou dos partidos. Em 2014, o PSDB pediu uma auditoria nas urnas após o então candidato Aécio Neves ser derrotado no pleito presidencial. Não foram encontradas fraudes.


Alguns dispositivos de segurança da urna

  • Dispositivos de segurança
  • Uso de criptografia
  • Código certifica que o sistema da urna é o gerado pelo TSE e não foi modificado
  • Somente o sistema do TSE pode funcionar na urna
  • O sistema da urna fica disponível para consulta pública por seis meses
  • Em Testes Públicos de Segurança, especialistas tentam hackear o equipamento e apresentam as falhas encontradas para o TSE corrigir
  • Urnas selecionadas por sorteio são retiradas do local de votação e participam de uma votação paralela, para fins de validação
  • Sistema biométrico ajuda a confirmar identidade do eleitor
  • “Log”, espécie de caixa-preta, registra tudo o que acontece na urna
  • Impressão da zerésima e boletim de urna
  • Processo não é conectado à internet
  • Lacres são colocados na urna para impedir que dispositivos externos (como um pendrive) sejam inseridos

EVOLUÇÃO

Quando se fala em garantir a segurança de um sistema informatizado, o cenário é de uma constante relação de gato e rato entre possíveis atacantes e quem quer garantir a defesa. E é consenso entre quem trabalha no meio que nenhum sistema é 100% seguro.

A tecnologia evolui para ambos os lados. Se não houver um esforço dos defensores para manter tudo atualizado, a vida do criminoso fica muito mais fácil.

Para o secretário de tecnologia da informação do TSE, Giuseppe Janino, a evolução constante a que a urna está submetida ajuda a garantir a segurança do pleito.

“Seria muito fácil [hoje] atacar a urna de 1996. Nosso desafio é estar sempre na frente”, afirma.

Com o passar dos anos, por exemplo, o sistema operacional foi trocado. Inicialmente, ela usava o VirtuOS, passou para Windows em 2002 e para Linux em 2009. A vantagem do último é que ele é de “licença livre”, o que permite ao TSE fazer uma adaptação completa –se livrar de recursos que permitem conexão com a internet, por exemplo. Os dois primeiros, por pertencerem a empresas privadas, dependiam de acordo com as companhias para modificações.

Nesse amadurecimento, foi necessária a participação do público externo para apontar falhas e sugerir melhorias.

Em 2000, um relatório de especialistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) ajudou a aprimorar a criptografia da urna.

Desde 2009 o TSE promove os chamados TPS  (Testes Públicos de Segurança), eventos em que equipes de profissionais de segurança da informação tentam encontrar defeitos nas defesas da urna e depois as relatam para correção.

Entre os problemas já detectados no sistema durante esses testes, ainda em 2009, estava a possibilidade de identificação dos botões apertados por meio de ondas eletromagnéticas emitidas pelo teclado. Em 2012, especialistas conseguiram desembaralhar os votos armazenados no sistema e, com isso, potencialmente descobrir quem votou em quem.

O dr. Diego de Freitas Aranha, professor assistente da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, participa dos TPS desde 2012 e é uma das pessoas que ajudaram nesse processo de evolução —além de ser um dos principais nomes na defesa do voto impresso.

No último TPS, em 2017, ele liderou uma equipe formada por quatro especialistas e encontrou uma brecha para instalar um sistema falso na urna eletrônica e, assim, quebrar o sigilo do voto, interferir com o armazenamento e alterar mensagens exibidas na tela para o leitor.


Dados sobre a urna eletrônica

  • Foi usada pela primeira vez no Brasil em 1996
  • A eleição de 2018 contará com 556.628 unidades
  • 147,3 milhões de eleitores estão aptos a votar em 2018
  • 87,4 milhões de eleitores (59%) têm biometria cadastrada
  • Em média, uma urna é usada por até 12 anos

Segundo Aranha, as vulnerabilidades da urna oferecem risco ao processo eleitoral, mas isso não significa que necessariamente se tornem fraude na prática. “Para isso acontecer, vale a lógica econômica do custo/benefício para o fraudador, que torço para ser mais benéfica na tradicional compra de votos e mesários para votar por eleitores faltosos.”

Para se tornar um golpe na prática, a vulnerabilidade encontrada por Aranha dependeria da troca do conteúdo do cartão lido pela urna para instalar o sistema executado durante a votação. A peça deveria ser conectada a um computador preparado para alterar seu conteúdo, antes de ser instalada na urna eletrônica.

O TSE afirma que a falha apontada pela equipe de Aranha, bem como as apontadas por outros especialistas que participaram dos TPS nestas e em outras edições, já foram corrigidas.

O pesquisador, no entanto, não cessa as críticas, e diz que a solução adotada pelo Tribunal mitiga, mas não sana o problema. Elas continuariam vulneráveis a um ataque operado por técnicos do TSE.

Rodrigo Coimbra, chefe da seção de voto informatizado do TSE, fez o contraponto durante debate com Aranha em evento realizado em São Paulo no dia 19 de setembro. Ele diz que os técnicos do TSE estão sob constante escrutínio e que um código malicioso poderia ser facilmente identificado por especialistas de um dos Tribunais Regionais Eleitorais.

Na parte física, a urna teve uma evolução mais sutil. Ela está em sua 12ª versão —cada uma delas conhecida pela sigla “UE” e o ano da licitação da máquina. As mudanças entre elas incluem, entre outros, trocas de processadores e memórias por opções mais modernas, tipo de chave usada para ligar e desligar e a forma de conectar a impressora.

Entre os 556 mil equipamentos que serão usados no pleito estão sete modelos diferentes da máquina, que tem vida útil de até 12 anos. Todos foram fabricados pela empresa americana Diebold, seguindo especificações técnicas do TSE. Eles compartilham do mesmo sistema e são parecidos entre si. O mais recente, UE2015, é o único que difere fisicamente dos demais por ser menor e mais leve.


O que é criptografia?
Técnica que codifica uma informação para só o emissor e o receptor poderem entender

O que são a zerésima e o boletim de urna?
Antes da votação, o mesário imprime a zerésima, papel que comprova que não há nenhum voto na urna. No fim da votação, é impresso o boletim de urna, que traz um balanço dos votos registrados no equipamento.

E se a urna falhar?
São adotados procedimentos de contingência. A urna ou peças dela podem ser substituídas ou a votação pode ser manual.

E se o lacre da urna for violado?
Juiz eleitoral analisa a situação e pode até anular os votos da seção eleitoral.

Como funciona a votação paralela?
Urnas são sorteadas na véspera e retiradas da seção eleitoral. Num processo monitorado por câmeras, auditores e fiscais de partidos, participantes revelam um voto a fiscais e registram na urna. No fim, o resultado da urna é comparado aos voto que foram revelados.

Fraude é possível?
Segundo o TSE, não há nenhum caso registrado. No último Teste Público de Segurança foram encontradas vulnerabilidades que poderiam possibilitar fraude. O TSE diz terem sido corrigidas, mas não a completo contento do especialista que identificou o proble