Prefeito de Niterói é preso no Rio acusado de desviar R$ 10 milhões

Leo Pinheiro/Valor

Por Alessandra Saraiva | Valor

RIO  –  O prefeito do município de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), foi preso na manhã desta segunda-feira (10) na operação Alameda, um desdobramento da Lava-Jato no Rio.

Uma força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Civil deteve o político, que teria sido denunciado por desvio de R$ 10,9 milhões da verba de transporte do município, localizado na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, entre 2014 e 2018.

A operação é baseada em delação de Marcelo Traça, ex-dirigente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), que congrega dez sindicatos de empresas de ônibus que atuam no transporte urbano, interurbano e de turismo e fretamento. A operação de hoje também cumpre outros três mandados de prisão e 19 de busca e apreensão.

O prefeito de Niterói é apontado pela polícia como líder de esquema que cobrava das empresas de ônibus consorciadas, que atuam no município, 20% sobre os valores do reembolso da gratuidade de passagens. Esse benefício é concedido a alunos da rede pública de ensino, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.

Os outros três mandados de prisão são destinados a Domício Mascarenhas de Andrade, ex-secretário de Obras de Niterói, apontado por arrecadar as quantias e negociar com os representantes dos consórcios; João Carlos Félix Teixeira, presidente do consórcio TransOceânico e sócio da Viação Pendotiba; e João dos Santos Silva Soares, presidente do consórcio Transnit e sócio da Auto Lotação Ingá. Segundo informações do canal Globonews, os três já foram presos.

Além das residências dos acusados, as buscas alcançam o gabinete do prefeito, as sedes de oito empresas de ônibus que prestam serviço no município, escritórios dos consórcios Transoceânico e Transnit, e do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj).

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