Atacada violentamente nas redes sociais por usar um macacão decotado vermelho no dia de sua posse na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, a deputada estadual Ana Paula da Silva (PDT-SC), 43 anos, diz que “a participação da mulher na sociedade é tão minúscula que um decote pode ficar enorme”. Assumidamente vaidosa, ela diz gosta de usar calças justas e saias curtas: “Vou continuar vestindo o que eu quero. Não pretendo me violentar para agradar ninguém.”
Deputada Paulinha, como é conhecida do eleitorado, tornou-se a quinta parlamentar mais votada entre os 40 eleitos no estado (5 mulheres e 35 homens), com 52 mil votos; antes, foi prefeita duas vezes de Bombinhas, município de 20 mil habitantes a 70km de Florianópolis, e, enquanto ocupava o cargo, escolhida duas vezes a melhor gestora de Santa Catarina e a terceira melhor do Brasil. Deixou o governo do município com 90% de aprovação do eleitorado.
“Prostituta” e “Daputada”
Mas boa parte dos raivosos agressores dela não procurou se informar a respeito de sua carreira política. Protegidos pela própria insignificância no meio da massa, como acontece frequentemente no ambiente das redes sociais, eles se sentiram encorajados para postar comentários como: “Você é representante das prostitutas no Congresso? Aí sim, representou bem a classe” e “Essa não é deputada é (daputada)”. O desconhecimento de quem chama a Assembleia Legislativa de “Congresso”, ou usa parênteses erradamente não é levado em conta. O importante é a “piada”.