A nova condenação do ex-presidente Lula na Operação Lava Jato é “absurda”. É com essa síntese que a defesa do petista comunica que recorrerá da pena de 12 anos e 11 meses de prisão imposta pela juíza Gabriela Hardt, substituta do agora ministro Sérgio Moro, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Para a defesa, “provas de inocência” foram ignoradas durante o processo.
“A decisão desconsiderou as provas de inocência apresentadas pela Defesa de Lula nas 1.643 páginas das alegações finais protocoladas há menos de um mês (07/01/2019) – com exaustivo exame dos 101 depoimentos prestados no curso da ação penal, laudos técnicos e documentos anexados aos autos”, diz o advogado Cristiano Zanin em trecho de nota divulgada pouco depois do anúncio da condenação (leia a íntegra abaixo).
> Lula é condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia
O advogado aponta ainda um lapso transcrito nos autos pelo juízo de Curitiba. “Chega-se ao ponto de a sentença rebater genericamente a argumentação da defesa de Lula fazendo referência a ‘depoimentos prestados por colaboradores e co-réus Leo Pinheiro e José Adelmário’ (p. 114), como se fossem pessoas diferentes, o que evidencia o distanciamento dos fundamentos apresentados na sentença da realidade”, acrescenta.
A denúncia apontou pagamento de propina ao ex-presidente operado por meio de empresas envolvidas no petrolão, com o objetivo de reformar o sítio posto à disposição da família de Lula no interior paulista. Preso em Curitiba desde abril de 2018, Lula já cumpre pena de 12 anos e 1 mês imposta em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), no caso do tríplex do Guarujá. Na primeira instância, Moro condenou o petista a 9 anos de prisão, mas o tribunal aumentou a pena.