Arquivo diários:28/03/2019

‘Nós vamos aí comer vocês’, diz desembargador a juízas de Santa Catarina

Assista ao vídeo em que Jaime Machado Júnior, do Tribunal de Justiça do Estado, ao lado do cantor Leonardo, manda recado a suas colegas: ‘Ele segura e eu como’

Julia Affonso

Um vídeo de 31 segundos que circula nas redes sociais mostra o desembargador Jaime Machado Júnior, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, ao lado do cantor Leonardo dizendo que iria ‘comer’ juízas. “Ele segura e eu como.”

“Tá gravando, já? Ô Aline, Mônica, Patricia, Ângela, Karen, minhas amigas juízas, se eu esqueci de alguém… Eu queria apresentar aqui para vocês meu amigo caiobá, também conhecido como Leonardo, que quer mandar um abraço para vocês”, diz o magistrado no início do vídeo.

“Aline, grande beijo para você, doutora, um beijo para todas as suas amigas juízas”, afirma Leonardo.

“Nós vamos aí comer vocês”, diz Jaime Machado Júnior.

“Vamos”, afirma o cantor.

“Ele segura e eu como”, diz o desembargador.

Desembargador Jaime Machado Júnior provoca polêmica em vídeo com o cantor Leonardo

As declarações provocaram reação de internautas e também do Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público e da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas.

As entidades manifestaram repúdio às declarações do desembargador de Santa Catarina.

“Num país em que uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, é inadmissível o comportamento sexista adotado pelo desembargador, que, ainda que em tom jocoso, expõe as magistradas destinatárias da mensagem como objetos sexuais e banaliza a conduta de violência sexual, atingindo todas as mulheres, reforçando uma cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em violar os direitos mais basilares da população feminina diariamente”, afirmam os movimentos.

Em nota, o desembargador afirmou que ’em nenhum momento’ teve ‘a intenção de ofender, menosprezar e mesmo agredir as minhas colegas, nem as mulheres em geral’.

“Reconheço que as colocações foram inadequadas, infelizes e que, de fato, acabam por reforçar uma cultura machista que ainda é latente em nossa sociedade. Assumo os meus erros e com eles procuro aprender. Espero que este episódio sirva de lição não só para mim, mas para todos os homens que tratam um assunto muito sério como se fosse brincadeira”, afirmou.

Jaime Machado Júnior entrou na magistratura catarinense em 20 de julho de 1992, com lotação nas comarcas da Capital, Xanxerê e São Lourenço do Oeste. Em 27 de dezembro de 1994 foi promovido ao cargo de juiz de direito, e atuou nas comarcas de Guaramirim, Sombrio, São Joaquim e Lages. O magistrado tomou posse como desembargador em março de 2017.

Sem Previdência e com alta da dívida pública, Guedes deixaria governo

Antonio Temóteo/Do UOL

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que pode deixar o governo se a reforma da Previdência não for aprovada e for reconhecida uma dívida de R$ 800 bilhões da União com os estados. Apesar disso, ele declarou que não deixará o governo “na primeira derrota”.

“Se o presidente apoiar as coisas que podem resolver para o Brasil, eu estarei aqui [no governo]. Agora, se o presidente ou a Câmara ou ninguém quer aquilo, eu vou obstaculizar o trabalho dos senhores? De forma alguma. Estou aqui para servi-los. Se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado, mas não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo. Como também não tenho a inconsequência e a irresponsabilidade de sair na primeira derrota”, afirmou o ministro.

Ele citou uma rejeição à reforma da Previdência como um possível motivo para uma eventual saída do governo.

“Se os Poderes aprovarem que a União deve R$ 800 bilhões (aos estados) e a reforma da Previdência não for aprovada eu vou ficar aqui para quê? Para apagar incêndio? Vou entrar para o Corpo de Bombeiros de Brasília? Não tenho apego a cargo”, disse novamente.

As afirmações foram feitas após questionamento da senadora Eliziane Gama (PPS-MA), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Ela perguntou se Guedes deixaria o governo se a reforma da Previdência não fosse aprovada.

Guedes afirmou que desde a campanha é questionado porque apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, sempre teve o apoio de Bolsonaro para defender medidas econômicas para recuperar a economia brasileira.

“Eu acredito na dinâmica virtuosa da nossa democracia. Tenho certeza de que os partidos e os Três Poderes cumprirão o seu papel. Não tenho dúvidas disso. O presidente sempre me apoiou nas medidas sugeridas para resolver os problemas para o Brasil. Se o presidente e ninguém quiser eu vou obstaculizar o trabalho de vocês?”, declarou.

Prefeito Álvaro Dias inaugura uma obra por semana

 

Inaugurando uma obra por semana, o prefeito Álvaro Dias esteve no loteamento Nordelândia, no bairro Lagoa Azul, realizando a entrega de mais um rua drenada e pavimentada. Desta vez, os contemplados foram os moradores da rua Cecílio do Nascimento, que comemoraram muito a realização deste sonho.

“Era muita poeira dentro de casa e minha filha pequena, de 3 anos, vivia com tosse. Eu não sabia mais o que fazer”, disse a moradora Elisabete Silva.

Com a conclusão da obra, chega ao fim o drama dos moradores que sofriam com a poeira em dia de seca e o lamaçal em dias de chuva. Os imóveis são valorizados, o bairro recebe mais investimento, qualidade de vida e progresso na área comercial. Naquela região, serão pavimentadas 334 ruas e ainda contará com um corredor de ônibus, que colocará um fim no problema de falta de transporte no local.

“Todos sabem a importância que tem uma obra como essas. Não só por afastar a poeira e os insetos, como facilita o ir e vir dos cidadãos. Digo mais, vamos continuar nosso compromisso de entregar no mínimo, uma obra por semana. E não são apenas ruas. São ruas, quadras, unidade de saúde, no turismo e investimentos na área de segurança através da Guarda Municipal, que está sendo equipada com armas e veículos novos”, disse o prefeito.

Duramente a visita no loteamento, dezenas de moradores foram pessoalmente agradecer Álvaro Dias pelo calçamento das ruas.

O prefeito acrescentou que as obras são resultados de uma luta diária e incansável atrás de recursos. São muitas viagens a Brasília para poder dar mais qualidade de vida aos Natalenses.

Esse projeto de saneamento integrado da zona norte, contemplará 334 ruas de cinco comunidades: Boa Esperança, Bom Jesus, Cidade Praia, Parque Industrial e Nordelândia.

Rodrigo Maia pede que País seja tratado de forma séria

Alvo de ataques nos últimos dias por parte do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu o fim da ‘brincadeira’ e que o País passe a ser levado a sério. Bolsonaro concedeu uma entrevista à TV Band, divulgada hoje, na qual afirma que Maia está “abalado” por questões pessoais. “Abalados estão os brasileiros que esperam desde janeiro que o Brasil comece a funcionar”, disse Maia ao ser questionado sobre as declarações do presidente.

“São 12 milhões de desempregados, capacidade de investimento diminuindo”, citou. “Está na hora de pararmos com esse tipo de brincadeira. Está na hora dele (Bolsonaro) sentar na cadeira e o parlamento aqui, e, em conjunto, resolvermos os problemas do Brasil”, declarou.

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
19/04/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) 19/04/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

“Não dá mais para a gente perder tempo com coisas secundárias, com coisas que não vão resolver a fome dos brasileiros”, afirmou. Para ele, é necessário focar no que é considerado fundamental para o País. Ele voltou a ressaltar, como tem feito nos últimos dias, que defende como prioridade a reforma da Previdência para a recuperação da economia brasileira.

“Vamos parar de brincadeira e vamos tratar de forma séria. O Brasil precisa de um presidente funcionando. Precisamos que o governo do Bolsonaro dê certo, gere empregos”, disse.

O presidente da Câmara foi questionado se irá colocar no plenário algumas das chamadas pautas-bomba. “Não tem a menor possibilidade de votar qualquer pauta-bomba e nenhum projeto que gere aumento de despesas sem um diálogo com a equipe econômica”, afirmou.

Vítimas da ditadura vão ao STF contra celebração do golpe

Grupo entrou com ação no Supremo contra a determinação do presidente Jair Bolsonaro de que a data tivesse as “comemorações devidas”
Amanda Pupo
Um grupo de vítimas e familiares de vítimas da ditadura militar entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a comemoração do aniversário do golpe de 31 de março de 1964. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo no último dia 25, o presidente da República, Jair Bolsonaro, determinou ao Ministério da Defesa que faça as “comemorações devidas” da data, quando um golpe militar derrubou o então presidente João Goulart e iniciou um período ditatorial que durou 21 anos. A orientação foi repassada a quartéis pelo

A ação, que está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, pede que não haja qualquer ordem de realização de comemoração ou atos que “violem o direito à memória e à verdade” em relação à ditadura, e que esses atos sejam cassados, se já tiverem sido realizados. Os autores alegam que são vítimas ou familiares de vítimas da ditadura reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade, em seu relatório final publicado em 2014.

Tanque do exército pára próximo à casa do presidente deposto, João Goulart, nas Laranjeiras. O Golpe de 64 submeteu o Brasil a uma ditadura militar que durou até 1985

Foto: Arquivo / Estadão

Na ação, eles afirmam que, ao determinar celebrações da data, o presidente, “que reiteradamente faz apologia à ditadura em seu cotidiano”, estaria violando o direito à verdade, pois “conclama” que um regime “que notoriamente torturou e matou milhares de pessoas seja exaltado com honrarias”. Para eles, a postura de Bolsonaro “ironiza as vítimas da ditadura”, desrespeitando as memórias de violências sofridas.

“Ao celebrar o golpe que desembocou na ditadura militar brasileira que durou 21 anos (1964-1985), o presidente coloca em cheque as provas inquestionáveis de tortura, homicídios, suicídios forjados e desaparecimentos relatadas por sobreviventes e seus familiares em documentos como a Comissão Nacional da Verdade (CNV), questionando a memória e a verdade dessas histórias trágicas que ainda são feridas abertas neste país”, dizem.

Para os autores da ação, “exaltar o golpe é desdenhar do passado e, abertamente, causar insegurança quanto ao futuro da democracia”. “Exaltar o golpe é fazer com que cada uma das famílias, impetrantes e muitas outras, bem como todas aquelas que vivenciaram os horrores da repressão, sejam questionadas publicamente em suas versões e memórias, desrespeitando-se de forma direta o direito à verdade, pois questionando a veracidade do que se viveu na pele, na carne, nos ossos e na alma”, afirmaram ao Supremo.

Os autores da ação afirmam ainda que a determinação “reveste-se de imoralidade administrativa”, porque iria contra mandamento constitucional que exige do Estado o dever de reconhecer “os períodos de exceção, seus crimes e suas vítimas e de promover a devida reparação”.

A determinação de Bolsonaro gerou uma reação de órgãos e entidades brasileiras, como o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União (DPU). Ontem, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do MPF, afirmou que utilizar a estrutura pública para “defender e celebrar crimes constitucionais e internacionais” pode caracterizar ato de improbidade administrativa, porque “atenta contra os mais básicos princípios da administração pública”.

Nesta quarta-feira, 27, o MPF recomendou às Forças Armadas do Rio de Janeiro a abstenção de manifestações públicas, em ambiente militar ou fardado, em comemoração ou homenagem ao período do golpe militar de 31 de março de 1964. A recomendação integra uma ação coordenada nacionalmente pelo MPF com a participação de diversas unidades de todo o País, informou o MPF-RJ, em nota. O Planalto foi procurado, e informou que não irá comentar.

Bolsonaro culpa saúde por falhas na articulação

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que não tem condições de atender todos os parlamentares. Em entrevista à TV Band, ele atribui os problemas na articulação política do governo federal a seu estado de saúde, que o impede de despachar até tarde, e à falta de indicações dos partidos políticos em seu ministério.

— Quando você olha para o Parlamento, você não vê apenas o presidente da Câmara ou o do Senado, você vê 594 congressistas. E grande parte deles quer falar comigo. Para conversar os mais variados assuntos. Eu não tenho como atender a todo mundo — afirmou Bolsonaro.

Ao longo da entrevista, o presidente repetiu mais duas vezes que não tem como “atender a todo mundo”.

Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, responsável pela articulação política, havia afirmado que Bolsonaro passaria a receber presidentes de partidos e líderes das bancadas a partir da próxima semana , quando voltará de viagem a Israel. Onyx disse que o governo tem “humildade” para reconhecer que houve erro na relação com o Congresso.

Nos últimos dias, o embate entre a Presidência e a Câmara dos Deputados se acentuou e ampliou a crise que envolve a dificuldade de articulação do Planalto em favor da reforma da Previdência.

A entrevista de Bolsonaro ao programa “Brasil Urgente”, da Band foi gravada por volta das 14h em São Paulo. O presidente iria visitar, na capital paulista, um laboratório de grafeno na Universidade Presbiteriana Mackenzie, mas optou por conhecer o projeto em outro lugar, o Comando Militar do Sudeste depois que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) identificou a ocorrência de protestos em frente à universidade .

À TV, Bolsonaro disse que está fazendo o melhor que pode na articulação política, embora tenha ficado “20 e poucos dias fora de combate”, enquanto se recuperava da cirurgia para reconstrução do aparelho digestivo após o atentado a faca que sofreu em setembro do ano passado.

— É lógico que (a recuperação) atrapalha. Além de não poder ir mais tarde no expediente e tenho que encerrar 18, 19 horas. Então isso atrapalha um pouco — completou.

Ele criticou, ainda, que alguns deputados querem encontrá-lo para pedir indicações de cargos:

— Mas não me venham pedir (indicação na) Cegesp (central de distribuição de alimentos em São Paulo), como alguns pouquíssimos pedem. Daí não dá certo.

Bolsonaro também disse que sua distribuição de ministérios “sem indicação de partidos políticos” dificulta o relacionamento com o Congresso.

— Isso agrava num primeiro momento o contato.

As rusgas com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) foram lembradas durante a entrevista. Depois de dizer que o deputado está com “problemas pessoais” — Bolsonaro negou que estava se referindo à prisão do ex-ministro Moreira Franco, casado com a sogra de Maia —, o presidente afirmou que “a mão está estendida” para o parlamentar.

Ele negou que a aprovação PEC do Orçamento pela Câmara, nesta terça-feira, tenha sido uma derrota do Executivo, argumentando que os estados são melhores para distribuírem orçamentos do que a União.

O Globo