Bomba na Paraíba: Ex-secretária presa e envolvida em esquema criminoso com a Cruz Vermelha é solta depois de fazer delação que pode envolver Ricardo Coutinho

Ao sinalizar que fará delação premiada, Livânia Farias perde advogado de defesa

Portal Correio

A ex-secretária de Administração da Paraíba, Livânia Farias, vai deixar a carceragem onde está presa desde o dia 17 de março. Suspeita de participar de um esquema de corrupção envolvendo Organizações Sociais que gerenciam hospitais no estado, Livânia estava presa na 6ª Companhia de Polícia Militar, em Cabedelo. A decisão pela soltura da ex-gestora foi da juíza da 5ª Vara Criminal de João Pessoa, Andréa Gonçalves Lopes Lins. Ela justificou a decisão com o argumento de que a ré está colaborando com as investigações.

Na decisão pela soltura, contudo, a magistrada impõe algumas condições. Uma delas proíbe Livânia de ter acesso às repartições públicas do estado e de manter contato com testemunhas e outros investigados do esquema criminoso com a Cruz Vermelha que originou a Operação Calvário. Ela também está proibida de se deslocar a uma distância maior de 200 quilômetros de João Pessoa e de exercer funções públicas. A ex-gestora terá, ainda, que comparecer ao Ministério Público nas datas determinadas pelo órgão.

Em seu despacho, a magistrada adverte que o descumprimento de quaisquer dessas medidas ela será punida com outras mais graves ou, se for o caso, o restabelecimento da prisão. Ela determinou, ainda, a expedição de alvará de soltura de Livânia Farias, contendo as medidas cautelares aplicadas, a fim de que seja imediatamente posta em liberdade, se por outro motivo não deva permanecer encarcerada.

De acordo com a decisão, não existem mais motivos para manter Livânia presa, já que as investigações imprescindíveis já foram encerradas. “A denunciada, até o presente momento, não oferece nenhum tipo de resistência a eventuais novas acusações em seu desfavor, reconheceu perante o órgão acusatório as imputações apuradas neste processo, bem como apresentou informações de seu acervo de bens, não existindo risco de novas ocultações, portanto não se mostra adequada e necessária a manutenção da prisão, já que a instrução criminal não se encontra ameaçada”, destacou a juíza Andréa Gonçalves.

Suposta delação

A soltura de Livânia ocorre um dia após o deputado estadual Wallber Virgolino revelar que a ex-secretária teria assinado um acordo de delação premiada com a justiça. De acordo com o parlamentar, ela teria falado “tudo que tinha que falar”.

A informação de Wallber, no entanto, não é confirmada nem pela Justiça e nem pelos advogados de Livânia.

A prisão de Livânia

A ex-secretária foi presa no dia 17 de março quando desembarcava no Aeroporto Castro Pinto, na Grande João Pessoa. Ela é suspeita de corrupção por envolvimento no que o Ministério Público classifica como organização criminosa, envolvendo a Cruz Vermelha, Organização Social que gerencia hospitais no Estado.

A prisão ocorreu após depoimento do seu ex-assessor Leandro Nunes, que revelou a participação direta da ex-gestora na suposta Organização Criminosa, que teria desviado recursos da Saúde e também realizado o pagamento de propinas destinadas a bancar campanhas eleitorais no estado.

Leandro confessou ser ele o homem flagrado no saguão de um hotel no Rio de Janeiro recebendo uma caixa supostamente de vinho. Na verdade, conforme o depoimento do ex-assessor, o que existia na caixa era o pagamento de uma propina no valor de R$ 900 mil.

Fotos mostram suposto pagamento de propina da Cruz Vermelha

O Portal Correio teve acesso a imagens que revelam o que seria o funcionamento do suposto esquema de propina pago a pessoas envolvidas na Operação Calvário, que investiga desvio de dinheiro público pela Cruz Vermelha gaúcha, que gerencia hospitais paraibanos. Os secretários de Estado Livânia Farias e Waldson de Souza estão sendo investigados na 2ª fase da operação desencadeada nessa sexta-feira (1º).

A sequência de fotos mostra Michele Cardoso, uma das investigadas na operação do Ministério Público, chegando em um hotel no Rio de Janeiro com uma caixa supostamente de dinheiro. Ela chama o hóspede do hotel, que seria Leandro Nunes Azevedo, ex-assessor da secretária Livânia Farias, preso durante nessa sexta.

Ele desce, a cumprimenta e se senta para uma conversa. Depois Michele vai embora deixando a caixa. O hóspede paga a conta, pega a caixa e sai.

A descrição das imagens está no processo de investigação do Ministério Público, que coloca Leandro como o recebedor da caixa.

Confira abaixo a sequência

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