Deputado afirma que Moro iria entrar para história como “o juiz mais corrupto da história do Brasil”

O senhor entrará para a história como um juiz ladrão”, disse o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), na sessão desta terça-feira na Câmara dos Deputados

A declaração causou protestos de parlamentares, que interpelaram o deputado do PSOL. A discussão chegou à mesa da presidência, onde Moro respondia, desde as 14h, questionamentos sobre mensagens trocadas entre ele e procuradores da Lava Jato, vazadas pelo site The Intercept Brasil.

Confusão durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, em Brasília, que ouve o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro
Confusão durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, em Brasília, que ouve o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro

Foto: Gabriela Biló / Estadão

Cercado por seguranças e deputados do PSL, Moro deixou o local por uma porta lateral. A deputada Professora Marcivânia (PCdoB-MA) presidia a sessão e encerrou o depoimento.

O depoimento do ministro da Justiça na CCJ transformou-se em uma arena de embates entre deputados da oposição e o ex-juiz da Lava Jato. Sem a mesma “blindagem” que teve quando foi ao Senado, há 13 dias, Moro se irritou com perguntas, disse não haver “inocentes” presos e afirmou que acompanha como “vítima” as investigações da Polícia Federal sobre a troca de mensagens atribuídas a ele e a procuradores da Lava Jato.

Em mais de sete horas de sabatina, Moro negou-se a confirmar ou rejeitar o conteúdo dos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil e classificou como “revanchismo” os ataques que vem recebendo. “Há uma tentativa criminosa de invalidar condenações”, afirmou ele. “Qual foi a mensagem que revela que tem inocente condenado? Que inocentes?”, questionou.

A oposição se revezou nas críticas a Moro e o clima esquentou várias vezes, com muito bate-boca na sessão. Dois dias depois das manifestações de rua em apoio a ele, à Lava Jato e à reforma da Previdência, porém, o ministro parecia mais seguro e até fez ironias com o episódio. “Se as minhas mensagens não foram adulteradas, não tem nada ali, nada. É um balão vazio cheio de nada”, insistiu Moro

Glauber Braga respondeu. “O Moro me chamar de desqualificado, para mim, é um elogio. Porque alguém como ele que se vendeu, que se corrompeu e que, depois, recebeu um cargo no ministério de Jair Bolsonaro exatamente por ter se vendido, o nome disso é corrupção. Ele mente quando diz combater a corrupção, ele tem um projeto de poder próprio”, disse o deputado ao Estado na saída da sessão.

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