Arquivo diários:12/04/2020

Melinda Gates estima quando teremos vacina contra coronavírus

Para Gates, a união da comunidade científica tornará possível uma vacina para conter a covid-19

Melinda Gates é mais conhecida por sua Fundação Bill & Melinda Gates, uma instituição filantrópica que lidera junto ao marido e que já fez aportes que totalizam 45 bilhões de dólares, incluindo para projetos de vacinas contra o ebola e o novo coronavírus, causador da doença covid-19.

Em entrevista ao site americano Business Insider, Gates estima que uma vacina contra o novo coronavírus será criada dentro de 18 meses. O tempo de desenvolvimento é parecido com o da vacina contra o vírus ebola. Gates acredita que pesquisadores encontrarão uma fórmula para uma vacina contra o coronavírus, apesar de reconhecer ser possível que ela não possa ser criada.

“Nós encontramos uma vacina para o ebola, certo? E fizemos isso em cerca de 18 meses, e foi difícil. Quando eu vejo a comunidade científica se unindo do jeito como acontece hoje no mundo todo e compartilhando dados e informações, acredito que teremos uma vacina”, afirma.

Gates acredita que a aplicação das vacinas deve ser prioritariamente para profissionais de saúde, que estão na linha de frente do atendimento de pacientes infectados; depois, pessoas do grupo de risco, como idosos e pessoas com doenças pré-existentes; e só então a vacina deve ser oferecida a todas as nações, de forma igualitária.

A executiva afirma que vamos enfrentar outras pandemias como essa no futuro e que a do covid-19 não deve ser a única do século e que os países precisam se preparar para uma possível segunda onda de contágios pelo novo coronavírus em países do hemisfério norte, que entram no outono a partir do mês de outubro. Para enfrentar isso, seria necessário que todos tivessem um grande número de testes rápidos para identificar os indivíduos contagiados, isolá-los e, assim, conter o avanço da disseminação do vírus.

Covid-19: Novo balanço mostra que Brasil tem 22.169 casos e 1.223 mortes

O novo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, no domingo de Páscoa (12/4), revelou que o Brasil tem 22.169 casos confirmados do novo coronavírus e 1.223casos fatais da doença.

De ontem para hoje, 1.442 pessoas foram diagnosticadas e 99 mortes registradas.

São Paulo (588), Rio de Janeiro (170) e Pernambuco(85) são os estados com o maior número de óbitos pela doença. Somente Tocantins não confirmou mortes pela Covid-19.

Os estados que têm a taxa de incidência 50% acima da taxa nacional continuam sendo os mesmo já informados pelo ministério: Amazonas, Amapá, Distrito Federal, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. A incidência nacional do vírus é de 105 casos por 1 milhão de pessoas.

A região Sudeste segue sendo a que mais tem casos confirmados com 12.799 pacientes diagnosticados. Em seguida, está o Nordeste com 4.246 casos, o Sul com 2.159, o Norte com 1.898 e o Centro-Oeste com 1.067.

Neste domingo, os dados do Ministério da Saúde foram divulgados sem a coletiva de imprensa.

Festa de Santana de Caicó (RN) 2020 poderá ser adiada por causa do Covid-19

Por Robson Pires

Em Caicó (RN) a Paróquia de Santana também acena com a possibilidade de adiamento da Festa de Santanaque é realizada no mês de julho caso persista a pandemia do Coronavírus no Brasil, Rio Grande do Norte e já com casos na região. Existe até mesmo um Plano B em andamento para que os festejos alusivos a padroeira dos caicoenses sejam realizados junto com a Festa do Rosário, em outubro, isso também se tiver tudo sob controle. Muitos caicoenses que residem fora do Estado não estão tirando bilhetes aéreos – como fazem antecipadamente – para o período dos festejos. Todos estão em dúvidas. Também por meio de transportes terrestres.

O conselho paroquial de Santana deverá fazer um comunicado oficial nos próximos dias.

Fonte: www.robsonpiresxerife.com

Desembargador concede HC a homem que violou medida protetiva e agrediu ex

A prisão preventiva, no ambito da Lei Maria da Penha, é medida excepcional, que se justifica apenas e exclusivamente para evitar a ocorrência de um mal maior.

Desembargador concede HC a homem que violou medida protetiva e agrediu ex
Reprodução

Com esse entendimento, o desembargador Diógenes V. Hassan Ribeiro, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, concedeu habeas corpus a um homem que estava preso por descumprir medida protetiva e agredir sua ex-companheira e a irmã dela.

Ao analisar o caso, o desembargador considerou a excepcionalidade da preventiva e que o boletim de ocorrência também registra a existência de possíveis desentendimento mútuos.

Assim, afirmou, “em que pese o descumprimento, em tese, das medidas protetivas de urgência, as circunstâncias do caso concreto autorizam a revogação da prisão preventiva”.

“A prisão preventiva para a garantia do cumprimento de medidas protetivas, no âmbito da Lei 11.340/2006, somente se justifica e deve persistir no calor dos acontecimentos, para evitar um mal maior, especialmente porque eventual condenação não gerará pena privativa de liberdade. Não é possível manter a prisão por tempo excessivo”, escreveu o magistrado.

Ciro sobre crise do coronavírus: Mandetta é “carrapato apegado ao cargo”

No meio de polêmicas nas últimas semanas, por conta de divergências com o presidente Jair Bolsonaro e de uma possível demissão, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi alvo de críticas nesta quinta-feira (9) de Ciro Gomes (PDT), ex-ministro e candidato a presidência da República em 2018. As declarações foram dadas em entrevista ao UOL.

Ciro classificou como “baboseira” a defesa do ministro neste momento de crise causada pela Covid-19 e chamou Mandetta de “carrapato apegado ao cargo”, que apenas repete as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Essa baboseira de a gente sair em defesa da manutenção de um ministro só porque o ministro está repetindo no Brasil, de forma dúbia, vai e volta, num apego de carrapato ao cargo, sem dignidade nenhuma”, declarou.

Mesmo assim, Ciro afirmou que é a favor da permanência de Mandetta no comando da pasta, para não assumir um “terraplanista”, “maluco”, “idiota”.

“Não está na hora de trocar por um terraplanista, por um maluco, um idiota, um carreirista qualquer que se oferece para dizer o que o Bolsonaro quer que seja dito, a pretexto falso de que isso defenderia a economia”, disse.

Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro cogitou a demissão de Mandetta em razão de divergências sobre as medidas no combate e no tratamento do coronavírus. Um dos nomes cotados para assumir a pasta foi do deputado Osmar Terra (MDB-RS), que vem defendendo o fim do isolamento, a mesma posição de Bolsonaro.

Ciro criticou ainda a falta de testes no Brasil. “Hoje nós não estamos testando. Simplesmente o Brasil é um dos países que menos testa no mundo. Não tem leito de UTI, não tem respiradores, não tem equipamento de segurança para profissionais de saúde, para agentes de segurança”, afirmou.

BOLSONARO

O ex-ministro e ex-governador do Ceará também se mostrou a favor da renúncia de Bolsonaro,. Ciro disse que ninguém pode ser mais “irresponsável” e “despreparado” que o atual presidente. Ao criticar o atual mandatário, o ex-governador também fez referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma das referências de Bolsonaro.

Para ele, a recomendação de ambos pelo uso da coloroquina pode ser comparada a um “assassinato” e que “isso não é papel de político”

“O que não pode é um político, seja ele quem for, [ir] contra os protocolos, contra aquilo que é o estabelecido pela ciência. Porque todo remédio tem uma contraindicação. Se você não estabelece as pesquisas, eu acho que é assassinato o que vem sendo feito por políticos”.

Sobre os pronunciamentos de Bolsonaro, disse que são orientados pelos militares do governo, “que dão as ordens para ele”, mas que o presidente aproveita sua participação em programas televisivos populares para manifestar “o que de fato pensa”.

“Peço à população que pare de acreditar em político de estimação, seja ele quem for. Use sua própria inteligência”, pediu, alertando sobre a gravidade da pandemia da Covid-19.

PT

Ciro aproveitou para reforçar suas críticas ao PT, culpando o partido por Bolsonaro estar no Planalto.

“Grande margem da nossa população aceita essas maluquices do Bolsonaro porque ficou enjoada, indignada, cansada da corrupção generalizada do PT e com a pior crise econômica da história do Brasil produzida também pelo PT, foi por ódio”.

O ex-ministro disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o líder das “falcatruas” que acontecem no país e tem culpa pela situação em que o Brasil se encontra hoje.

Apesar de destacar que a crise econômica não seja culpa do atual governo, Ciro atacou as medidas adotadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Estão aproveitando a crise para fazer uma rodada de canalhice para jogar dinheiro público aos trilhões de reais no sistema financeiro. Vai terminar a crise, a economia vai afundar uns 6%, e os bancos vão registrar lucro neste ano trágico da vida brasileira e mundial”.

Crise expõe Bolsonaro dependente de militares e emparedado por Mandetta

TALITA FERNANDES E RENATO ONOFRE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um dia depois de ameaçar usar a caneta contra ministros que falavam demais e tinham virado “estrelas” do governo, o presidente Jair Bolsonaro mostrou que a ameaça velada não passava, ao menos naquele momento, de um blefe.

Não haviam se passado nem 24 horas dessa declaração na porta do Palácio da Alvorada, e o presidente ficou mudo ao ser indagado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) sobre o motivo pelo qual não o demitia.

A cena ocorreu em reunião ministerial convocada de última hora na segunda-feira (6) e foi presenciada por outros ministros, além do vice-presidente, o general Hamilton Mourão.
De acordo com quatro auxiliares do presidente ouvidos pela reportagem em condição de anonimato, Bolsonaro arregalou os olhos, ficou em silêncio e demonstrou surpresa diante do questionamento direto de Mandetta.

Ministros militares tentaram contornar a situação.

O ministro seguiu. Disse que Bolsonaro cobrava confiança da equipe, mas que isso era uma via de mão dupla.

Também questionou o motivo de sua nomeação, se ele não o ouvia para questões de saúde. Ali, transparecia sua irritação por ter sido excluído de reunião do presidente com médicos no Palácio do Planalto para tratar da hidroxicloroquina, medicamento no centro das discussões sobre possíveis tratamentos do novo coronavírus.

O questionamento de Mandetta motivou o diálogo entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) na quinta-feira (9).

“O que aconteceu na reunião eu não teria segurado, eu teria cortado a cabeça dele”, disse Onyx a Osmar Terra em conversa divulgada pela CNN Brasil.

Terra foi um dos presentes na reunião convocada por Bolsonaro no Planalto para falar do uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Mandetta não foi chamado e soube do encontro pela imprensa.

A reunião ministerial em que Mandetta emparedou Bolsonaro durou duas horas.

No Ministério da Saúde, a demissão era considerada certa, e as gavetas do ministro chegaram a ser esvaziadas.

O episódio ilustra como o presidente tem conduzido a crise do coronavírus. Se, para dentro do governo, a caneta não é tão mais forte assim -com militares assumindo a dianteira da crise e Mandetta mantendo, por ora, sua independência-, para fora Bolsonaro joga para a plateia.

Desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia mundial, no dia 11 de março, ele tem adotado discursos e atitudes contraditórias.

Em cinco pronunciamentos à nação feitos em rede nacional de rádio e TV, tons diferentes prevaleceram.

No dia 12 de março, o discurso foi usado para atacar o Congresso e desencorajar que a população fosse às ruas numa manifestação a favor do governo. Três dias depois, Bolsonaro estava na frente do Planalto apoiando o ato. A cena incomodou técnicos da Saúde e o próprio Mandetta. Nascia ali a primeira crise.

A “gripezinha” ou “resfriadinho”, como Bolsonaro definiu a doença em outro pronunciamento, já matou mais de mil pessoas no Brasil e teve 20 mil casos confirmados até a última sexta-feira (10).

No Planalto, foram contaminados o secretário especial de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, além de outras 18 pessoas.

Todos tinham contato direto com o presidente, que alega ter feito dois testes. Ele negou ter sido infectado, mas não mostrou o resultado dos exames até agora.

A maneira como Bolsonaro trata a crise –e a doença– é uma estratégia que nasceu na ala mais ideológica do governo e foi forjada pelos seus filhos: Carlos (vereador do Republicanos no Rio de Janeiro), Eduardo (deputado federal pelo PSL-SP) e Flávio (senador pelo Republicanos-RJ).

O núcleo apostou na tática de encontrar inimigos para justificar a crise. Primeiro, a culpa foi do Congresso. Depois, do chamado “vírus chinês”, em referência ao primeiro epicentro da epidemia. Na sequência, governadores e, por último, seus próprios ministros.

Nem mesmo Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) escaparam da artilharia nos bastidores.

Bolsonaro cobrou de Moro uma defesa enfática, mas foi ignorado. Sobre Guedes recaiu a conta da crise e da demora do governo para reagir economicamente. O ministro não respondeu à bronca.

O presidente seguia insistindo na retórica de que era preciso pensar nos empregos, quando o próprio Guedes o havia deixado sozinho ao falar a investidores que, como cidadão, queria ficar em casa.

O núcleo econômico havia errado na avaliação inicial dos impactos da pandemia.

Guedes afirmou que o custo seria de R$ 5 bilhões e convenceu o presidente de que a conta teria que ser paga pelo Congresso, com a liberação de emendas. A cifra não foi suficiente, e os auxílios ultrapassam R$ 220 bilhões.

A demora da equipe econômica em agir levou a críticas de setores do empresariado capitaneados por Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Mesmo com a aprovação do Congresso, o governo levou mais de uma semana para dar início ao pagamento do auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais e autônomos.

O país respondeu com panelaços quase que diários em várias capitais brasileiras. Os outros Poderes –Congresso e Supremo Tribunal Federal– reagiram cobrando dos ministros militares um controle do comportamento do presidente.

Incomodado com a imagem de que estava sendo tutelado, Bolsonaro dobrou a aposta e visitou pontos do comércio no Distrito Federal. “Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir”, disse.

Descolado até mesmo de líderes internacionais que idolatra, como o americano Donald Trump, que passou a tratar a crise com gravidade, Bolsonaro recorreu a um velho aliado, o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e tido como principal autoridade atual entre os militares.

Na manhã do dia 30 de março, o presidente apareceu na casa do general, na Vila Militar, em Brasília, aonde chegou se queixando por estar sozinho.

Villas Bôas disparou um sinal duplo: após a visita inesperada, colocou em suas redes sociais uma mensagem cifrada, em que ao mesmo tempo demonstra concordar em alguma medida com Bolsonaro, mas não faz pouco caso da pandemia.

O ex-chefe do Exército aconselhou Bolsonaro a falar novamente à nação e fazer um aceno aos outros Poderes. Foi nessa linha que ele sinalizou no dia 31 uma mudança de tom.

Na última semana, Bolsonaro evitou grandes confrontos, embora tenha mantido críticas a governadores, além de novamente ter defendido o uso da cloroquina.

Como ainda não existem estudos robustos sobre a eficácia do medicamento contra a Covid-19, o Ministério da Saúde recomenda seu uso apenas em pacientes críticos ou em estado grave, com acompanhamento médico.

A tutela a Bolsonaro está nas mãos do chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e do general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que deram início a um novo plano estratégico do governo.

Eles aproveitaram a ausência de Wajngarten (que ainda estava afastado em decorrência do tratamento da Covid-19), transferiram para a Casa Civil os anúncios diários à imprensa e enquadraram Mandetta no novo formato, dividindo o protagonismo da crise com os demais membros do primeiro escalão.

Embora não sejam favoráveis à briga de Bolsonaro com o titular da Saúde nem à sua demissão, os militares também se incomodam com a falta de hierarquia do político.

A Bolsonaro os ministros disseram que seria melhor que ele se afastasse das entrevistas coletivas.

Recomendaram que mantivesse uma rotina de falar com jornalistas mais alinhados à sua visão, como Augusto Nunes e José Luiz Datena, e se concentrasse em pronunciamentos em rede nacional.

A ideia é que Bolsonaro siga fazendo falas semanais minutos antes do Jornal Nacional, em uma espécie de contraponto ao telejornal da Globo, alvo de críticas do presidente e de outros membros do governo federal.