Arquivo diários:19/05/2020

Enquanto morreram 18 mil brasileiros, Bolsonaro faz piada: “Quem for de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”

Presidente disse, em live, que novo protocolo para uso do medicamento será assinado nesta quarta-feira


‘Quem é de direita toma cloroquina, de esquerda, Tubaína’, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no dia em que o Brasil registrou 1.179 mortes por causa donovo coronavírus, isso sem falar na subnotificação. A declaração foi dada pelo chefe do executivo em live com o jornalista Magno Martins, nesta terça-feira, 19.

Ainda durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinará nesta quarta-feira, 20. o novo protocolo para permitir que a cloroquina seja usada em pacientes em estágio inicial de contágio do coronavírus.
Atualmente, o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde diz que a cloroquina deve ser utilizada apenas por pacientes em estado grave e crítico, se o médico avaliar necessário e com o consentimento do paciente. Isso porque, até hoje, nenhum estudo no mundo comprovou a eficácia da substância para cura da covid-19.

“O que é a democracia? Você não quer? Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina”, disse. “Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, ironizou, referindo-se a marca popular de refrigerante.

Não é gripezinha: 18 mil pessoas já morreram no Brasil


Em atualização diária sobre a situação da epidemia de coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 17.971 mortes e 271.628 casos confirmados de Covid-19, até o momento, no país. Nas últimas 24h foram registrados mais 1.179 óbitos e 17.408 novos pacientes diagnosticados.

Quanto à quantidade de óbitos, a pasta esclarece que nem todos os falecimentos aconteceram em um dia: há casos de mortes que ocorreram em março e abril cuja causa, entretanto, só foi apontada agora.

A alta no número de casos confirmados – o Brasil já é o terceiro país mais afetado pelo coronavírus no mundo – tem relação com o aumento na testagem, pois vários estados estão investindo em exames rápidos. No fim do mês, o Ministério deve intensificar os testes, ou seja, a quantidade de casos confirmados deve continuar em alta nas próximas semanas.

METRÓPOLES

Cadê o amigo de Bolsonaro? Trump diz que cogita vetar voos do Brasil aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (19) que planeja vetar a entrada de voos que chegam do Brasil e gostaria de suspender “o mais rápido possível” a proibição de viagens com origem na Europa.

“Estamos considerando, mas esperamos não ter um problema”, disse Trump em resposta a uma pergunta sobre se está pensando em impor um veto aos viajantes que chegam do Brasil durante uma reunião com membros do governo na Casa Branca.

“Não quero que as pessoas venham (infectadas) e infectem nosso povo”, reiterou o presidente americano, além de dizer que “a maioria” dos viajantes de Brasil e do restante da América Latina têm a Flórida como destino quando vão aos EUA.

“O Brasil seguiu o caminho de (a imunidade de) grupo, sabem o que é, e está tendo problemas, não há dúvidas”, acrescentou Trump. A Casa Branca já havia vetado a entrada nos EUA de viajantes da China e da maior parte da Europa para conter a propagação do coronavírus, algo que não impediu o país de ultrapassar 1,5 milhão de casos e 91 mil mortes.

“Para mim, o fato de termos tantos casos [contabilizados] é uma medalha de honra”, afirmou Trump no encontro, alegando que os números representam a capacidade do país de realizar testes em massa para detecção do coronavírus.

Trump já tinha especulado a ideia de proibir viagens procedentes do Brasil durante uma entrevista coletiva no dia 31 de março. Desde então, os casos no país se multiplicaram em mais de 40.

Em 28 de abril, o presidente pediu ao governador da Flórida, Ron DeSantis, sua opinião sobre a possível imposição de uma proibição de voos do Brasil e de outros países latino-americanos durante uma reunião na Casa Branca.

O governador respondeu que só aconselharia tal ação se esses viajantes estivessem “espalhando” a doença no estado, e Trump lhe pediu que o mantivesse informado.

DeSantis então frisou que preferia, em vez de vetar viajantes, exigir que eles fossem testados para o coronavírus antes de embarcar em voos rumo aos Estados Unidos, e Trump respondeu que estava pensando no assunto e que “provavelmente” o faria.

Perguntado nesta terça-feira quando suspenderá a proibição de entrada nos EUA de pessoas procedentes da maior parte da Europa, Trump declarou que “adoraria reabrir o mais rápido possível”, mas fez uma ponderação.

“É preciso ter certeza de que estamos indo bem (nos esforços para conter a pandemia) e que eles estão indo bem”, disse.

A suspensão da maior parte das viagens com origem na Europa rumo aos EUA começou no dia 14 de março por um período inicial de 30 dias, que posteriormente foi renovado.

Jovem Pan com informações da EFE

Vereador de Belém contrário ao isolamento social passa a defender medida após perder o pai

Sargento Silvano chegou a defender nas redes sociais a abertura do comércio e das igrejas.

G1
O vereador de Belém Sargento Silvano (PSD) está surpreendendo seus seguidores nas redes sociais. O político, que sempre apoiou Jair Bolsonaro e no final de março chegou a defender o discurso do presidente para abertura imediata do comércio e abertura de igrejas, mudou de opinião, agora prega o isolamento social e ataca o presidente: “Bolsonaro mente”.

No mês de abril, o vereador e cerca de dez pessoas da família dele foram infectadas pelo novo coronavírus. O pai do Sargento, de 65 anos, não resistiu e morreu depois de mais de 30 dias internado no hospital. Até segunda-feira (18), o Pará registrava 15.467 casos e 1.392 mortes por Covid-19.

“Eu e minha esposa pegamos logo de primeira. Depois adoeceu minha mãe, meu pai, cunhada, meus filhos, minha nora e meu irmão. Moramos em casas próximas e mesmo usando máscaras e álcool gel, fomos todos adoecendo”, contou o vereador ao G1.
O vereador explica que a mudança de postura se deu antes da família adoecer e do pai morrer. “Um mês antes eu queria abrir a igreja, conversei com o Ministério Público e eles informaram seguir linha não política, mas científica, descobriram que o Pará seria muito atingido. Diante da explicação do MP, decidi retroceder e informar que deveríamos manter isolamento, usar máscaras e que as igrejas deveriam ficar online, parei de defender a abertura”, explica Silvano.

A experiência negativa da Covid-19 fez o vereador refletir sobre a importância de preservar vidas. “Passei 11 dias trancado em casa, na beira da morte. Comecei a definhar como ser humano. Quando Deus me levantou, eu fui cuidar das pessoas, da minha família. Comecei a ficar muito revoltado com o Bolsorano, porque o que ele tá pregando é mentira”, afirmou.

“O que a adianta a gente brigar pra ter comércio, bens, se a gente não leva nada? O que vale é a prevenção. Meu pai morreu, ele construiu um patrimônio e nem com a roupa que ele tinha, ele foi pro túmulo. Ele foi enrolado num lençol hospital e ficou dentro de um saco no caixão”, relata o vereador.


Antes apoiador, o vereador agora ataca Bolsonaro: “Não é gripezinha como Bolsonaro falou, ele é mentiroso. Os seguidores do Bolsonaro estão cegos. Eles não conseguem ver além do que acreditam, como se tivessem na frente deles uma parede, eles não conseguem pensar na dimensão. Hoje são 16 mil pessoas que morreram, é uma cidade inteirinha. São muitas pessoas que estão sofrendo, será que estamos idolatrando um homem e esquecendo amor pelo próximo?”, disse ao G1.

Recuperado da Covid-19, o vereador Sargento Silvano está com várias ações para ajudar moradores de bairros mais populosos de Belém. “Comprei máquinas de dedetização e estou fazendo nas casas, feiras. Doei cestas básicas e remédios com recursos próprios. Dei café da manhã para quem estava na fila da Caixa. Estou saindo de casa e fazendo pelo próximo. Se todos vereadores se unissem e comprassem máquinas, com certeza nossa cidade não estaria com tantos casos de doença como temos”, afirmou ainda.

O mais perigoso de uma pandemia é a ignorância e teimosia


Em 1904 quando Osvaldo Cruz lançou um combate à varíola, muitos brasileiros se revoltaram contra ele. A ignorância, teimosia e falta de educação de muitos brasileiros daquele tempo são as mesmas de alguns brasileiros de hoje.  A diferença é que um 1904 o Presidente do Brasil era Rodrigues Alves que apoiou ficando ao lado da ciência e da medicina, diferente do atual Presidente Bolsonaro que insiste em desconsiderar tanto as autoridades sanitárias como a ciência e medicina.

Mesmo Rodrigues Alves sendo um Presidente extremamente seguidor da medicina e da ciência, preocupado com a saúde do povo, salvando muitos brasileiros, morreu infectado pela pandemia da gripe espanhola em 1918. A história mostrou que Rodrigues Alves e Osvaldo Cruz estavam certos.
Renato Dantas

Flávio Bolsonaro repassou R$ 500 mil, via fundo partidário, a advogado alvo do caso Queiroz


O PSL nacional contratou, a pedido de Flávio Bolsonaro, o escritório de advocacia de um ex-assessor que está envolvido no suposto vazamento de informações da PF (Polícia Federal) em benefício da família do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
A contratação teria ocorrido em fevereiro de 2019 em um contrato com duração de 13 meses, no valor total de R$ 500 mil. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

PSL foi o partido que Flávio e Jair Bolsonaro eram filiados quando se elegeram senador e presidente, respectivamente. No entanto, os dois já se desligaram da legenda, no fim do ano passado. Hoje, Flávio é filiado ao Republicanos, enquanto Jair Bolsonaro segue sem partido.

Segundo as notas fiscais da prestação de contas do PSL nacional relativas a 2019, o escritório Granado Advogados Associados, do qual o advogado Victor Granado Alves é sócio, foi contratado com dinheiro do fundo partidário —a verba pública que abastece as legendas no país— para prestar serviços jurídicos ao diretório do Rio, comandado por Flávio, a partir de fevereiro do ano passado.

O valor pago era de R$ 40 mil ao mês. O PSL informou que houve notificação de rescisão do contrato em 15 de janeiro deste ano, mas que uma cláusula determinava que eventual rompimento só se efetivaria 60 dias após essa comunicação.

 

Bolsonaro a apoiadores: ‘Nenhum ministro saiu por corrupção’

“Parece que só querem o caos no Brasil, né?”, disse o presidente depois de ouvir críticas de apoiador relacionas à imprensa
Emilly Behnke

Depois da saída de três ministros do governo em menos de um mês, o presidente Jair Bolsonarominimizou as demissões e destacou nesta terça-feira (19) que “nenhum ministro saiu por corrupção”. “Nenhum ministro saiu por corrupção ou acomodação partidária. No passado, trocava centenas de ministros por ano e a imprensa falava nada. Agora trocam um aqui e eles…”, afirmou Bolsonaro, sem completar a frase, para apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Pelo segundo dia seguido, Bolsonaro evitou falar com a imprensa. Em resposta a um apoiador que reclamava das notícias sobre a pandemia do novo coronavírus, o chefe do Executivo recomendou: “É só você não ouvir a mídia, pô. Não ouve a mídia, não”.

“Parece que só querem o caos no Brasil, né?”, disse o presidente depois de ouvir críticas do apoiador relacionas às orientações veiculadas na imprensa para que a população fique em casa.

Só Bolsonaro que não é médico tem ideia fixa: Entidades médicas brasileiras desaprovam uso de cloroquina em tratamento de rotina


Yahoo Notícias
Entidades nacionais que representam médicos especialistas atuantes em áreas diretamente ligadas ao novo coronavírus apresentaram, ontem, segunda-feira (18), um documento com diretrizes para o combate à pandemia. No documento, os órgãos rejeitam o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina como tratamento de rotina da Covid-19.
“Sugerimos não utilizar hidroxicloroquina ou cloroquina de rotina no tratamento da Covid-19”, afirma o documento Diretrizes de Tratamento Farmacológico da Covid-19 produzido em consenso pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
De acordo com o tratado, embora tenha acesso fácil e custo “moderado”, o medicamento possui benefício clínico “pequeno ou negligenciável” e nível de evidências científicas “baixo” quanto à sua eficácia.

A cloroquina virou pauta nacional depois de diversas citações realizadas por Jair Bolsonaro(sem partido). O presidente defende a inclusão da droga no protocolo de atendimento a pacientes de Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS).

Essa mudança de protocolo teria sido o motivo para que Nelson Teich pedisse demissão do Ministério da Saúde depois de menos de um mês no cargo.

As orientações que constam no documento servem para nortear a atuação de médicos que tem trabalho no combate à pandemia.

Além da cloroquina e da hidroxicloroquina, as entidades analisaram outros 11 tipos de tratamentos que utilizam farmácos. Apenas dois tiveram o aval: oseltamivir (em casos graves associados a influenza ou outros fatores de risco) e antibacterianos (em caso de infecção bacteriana).

Anteriormente, a Sociedade Brasileira de Infectologia já havia se demonstrado contra a utilização de cloroquina.

“A SBI fortemente recomenda que sejam aguardados os resultados dos estudos randomizados multicêntricos em andamento, incluindo o estudo coordenado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), para obter uma melhor conclusão quanto à real eficácia da hidroxicloroquina e suas associações para o tratamento da covid-19”, diz o parecer.

A entidade ressalta que são necessários estudos com maior abrangência amostral e feitos de forma randômica (em que os pacientes são escolhidos aleatoriamente e apenas metade recebe o tratamento, a fim de comparação). “A escolha desta terapia, ou mesmo a conotação que a covid-19 é uma doença de fácil tratamento, vem na contramão de toda a experiência mundial e científica com esta pandemia.”

O parecer da entidade ainda diz que o amplo uso da cloroquina e da hidroxicloroquina é “perigoso” e “tomou aspecto político inesperado”. O órgão ressalta também que “nenhum cientista é contra qualquer tipo de tratamento (…), mas sempre com bases em evidências científicas sólidas”.