Estão com medo de quê? PGR acessar dados da Lava Jato seria como banqueiro ver a conta de um cliente, diz Deltan Dallagnol

Os dados pertencem à instituição e não aos procuradores


O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, afirma que o acesso indiscriminado a provas e documentos da operação pela Procuradoria-Geral da República, como defende o procurador-geral Augusto Aras, seria o equivalente a um banqueiro acessar dados sigilosos de um correntista sem justificativa.

“Quando as informações são sigilosas, há regras para o acesso”, disse Dallagnol à Folha. A entrevista foi por email, a pedido do procurador.

A tentativa da PGR de obter esse acervo de informações foi o estopim do maior atrito da força-tarefa com a chefia do Ministério Público Federal em seis anos de Lava Jato. A Procuradoria-Geral chegou a dizer no fim de junho que a equipe do Paraná “não é um órgão autônomo” e precisa “obedecer a todos os princípios e normas internas da instituição”.

Outro ponto de divergência entre as duas partes é a proposta de criação de uma unidade na estrutura da PGR para integrar diferentes forças-tarefas, o que, na visão de Curitiba, poderia tirar a autonomia dos procuradores, caso seja mal formulada. Deltan defende “freios e contrapesos” nesse eventual órgão.

Na entrevista, ele também rechaçou a acusação de que a Lava Jato influenciou na eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e voltou a afirmar que as críticas a procedimentos da operação feitas após a revelação de conversas no aplicativo Telegram são “uma série de distorções”.

Para ler a entrevista do procurador, é só clicar aqui: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/07/pgr-acessar-dados-da-lava-jato-seria-como-banqueiro-ver-a-conta-de-um-cliente-diz-deltan-em-entrevista-a-folha.shtml

FOLHAPRESS

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