Ministros veem ‘exagero’ em decisão de Celso de Mello que determina depoimento presencial de Bolsonaro

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) criticaram, de maneira reservada, a decisão do decano Celso de Mello em determinar que o presidente Jair Bolsonaro deponha presencialmente no inquérito que apura suposta interferência na Polícia Federal. A investigação foi aberta com base nas declarações de Sergio Moro, quando deixou o governo.

Quatro ministros criticaram a decisão de Celso à coluna. Um deles classificou a medida como “exagerada” e apontou precedentes, como o do ex-presidente Michel Temer, que depôs por escrito. Outro magistrado afirmou que a decisão coloca o chefe do executivo como “submisso” ao Judiciário, indo contra o que o próprio presidente da corte, Luiz Fux, disse em sua posse.

Um terceiro magistrado classificou a decisão como “inoportuna e fora de hora”. Ele afirma que uma medidas dessas nunca existiu e pode dar munição para o discurso bolsonarista de que o presidente é “vítima” de outros poderes.

A expectativa entre aliados do presidente é que a Advocacia-Geral da União (AGU) recorra da decisão de Celso de Mello, e com isso, o plenário da corte pode analisar como deve ser o depoimento de Bolsonaro no caso. Integrantes do Palácio acreditam que a decisão tem chances de ser revertida.

BELA MEGALE

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