Policial dá soco na cara de mulher negra na frente de criança no Amapá

Imagens feitas por celular mostram mais um momento de brutalidade policial contra população negra no Brasil. A vítima que aparece nas cenas divulgadas neste domingo (20) é a pedagoga Eliane Espírito Santo da Silva, de 39 anos, moradora de Macapá, capital do Amapá. As agressões aconteceram na sexta (18).
As imagens mostram Eliane levando uma rasteira e, uma vez no chão, sendo agredida com pelo menos um soco. Ela grita por socorro e ofende o policial enquanto é agredida, sendo em alguns momentos sendo imobilizada pelo pescoço. Em determinado momento das filmagens (veja abaixo) é possível ver uma criança próxima ao local.

“Para mim isso foi uma tortura, mexeu muito com meu psicológico. Eu fui chamada de preta, fui chamada de vagabunda por eles na delegacia. Eu me senti ofendida e para mim foi um preconceito muito grande, porque éramos os únicos negros ali”, disse Eliane ao portal G1.

A pedagoga foi presa e levada ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval por resistência, desacato e desobediência. Segundo ela, tudo começou quando ela estava dentro do carro de um amigo e uma viatura iniciou abordagem. o veículo estavam ela, o marido, dois amigos, um adolescente de 15 anos, e uma sobrinha de 4 anos.

Ela afirma que iniciou a gravação de um vídeo com seu próprio telefone no momento da abordagem e, por conta disso, teve seu telefone apreendido. Ela afirma que seu marido, Thiago da Silva, detido sob as mesmas acusações, também foi agredido.

Liberada após pagar fiança de R$ 800, ela diz que sua família teme ser alvo de represália da PM por conta da divulgação dos vídeos.

A Polícia Militar (PM) do Amapá afirmou se tratar de um caso isolado e que vai apurar. Inicialmente, a assessoria de imprensa afirmou que os três agentes foram afastados das funções, mas o corregedor Edilelson Batista declarou que somente o policial gravado dando um soco em Eliane foi suspenso dos plantões nas ruas.

Em nota, o governador Waldez Góes descreveu que a ação foi “recheada de atitudes racistas” e pediu “apuração criteriosa e rápida dos fatos”.

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