Arquivo diários:29/09/2020

Primando por João Pessoa: candidato Virgulino é o candidato marmota e rei da baixaria

Candidato marmota

Com um candidato parlapatão que teve uma passagem melancólica e desastrosa na Secretaria de Administração Penitenciária do RN, a bela capital da Paraíba está sendo palco de uma campanha de baixíssimo nível turbinada pelo bravateiro deputado bang-bang Walter Virgulino.
Ainda bem que este senhor que lembra cangaçeiros pegou o beco de volta para Paraíba depois de cometer muitas aberrações aqui no RN.
Confira matéria do Polêmica Paraíba:  PHOTO 2020 09 28 14 05 54 - "Protagonizaram cenas de baixaria": Mídia nacional repercute bate-boca de candidatos a prefeito de JP

O bate-boca entre os candidatos a prefeito de João Pessoa, Walber Virgolino (Patriotas) e João Almeida (SD), durante o debate da rádio Arapuan, nesta segunda-feira (28) foi repercutido negativamente na mídia nacional, o portal  Pragmatismo Político, disse que os dois candidatos “protagonizaram cenas de baixaria” durante o debate.

Confira o texto na íntegra

Em João Pessoa, candidatos a prefeito que se autoproclamam “cidadãos de bem” e “de família” protagonizam acusações sobre bebedeiras com dinheiro público durante a pandemia e traição em jatinho particular à caminho de Noronha. Mediador precisou intervir para evitar agressão física

Walber Virgolino (Patriotas) e João Almeida (SD) protagonizaram cenas de baixaria nesta segunda-feira (28) durante um debate eleitoral para a Prefeitura de João Pessoa (PB) promovido pelo Rádio Arapuan FM.

Curiosamente, a troca de farpas ocorreu entre os candidatos que se autoproclamam homens ‘de família’ e que lutam pelo voto bolsonarista na capital paraibana. Ambos são policiais.

O clima esquentou quando João Almeida se disse incomodado com Walber Virgolino por ele insistir em se apresentar como o candidato da moral, da ética e dos bons costumes.

“A gente vê aqui alguém que se coloca como paladino da honestidade passar a pandemia inteira gastando R$ 2 mil por dia em Bananeiras [cidade do interior], tomando cachaça, como se nada estivesse acontecendo em João Pessoa. Gastou ainda R$ 240 mil de verba parlamentar enquanto a Assembleia estava fechada”, disse João contra Walber Virgolino.

“Enquanto jovens e idosos clamavam por uma atenção do poder público, pessoas que se dizem paladinos da ética gastavam R$ 2 mil por dia [com bebedeira]. Ninguém aqui é santo, mas a cara de pau a gente tem por obrigação de desmascarar”, acrescentou João Almeida.

Em seguida, Walber Virgulino se defendeu e insinuou que João Almeida gastou as verbas indenizatórias que recebe como vereador para viajar de avião para Fernando de Noronha (PE) acompanhado de outra mulher.

“A ovelhinha mordedora passou a agredir todo mundo. Durante a pandemia, minha família foi para Bananeiras, mas eu fiquei em João Pessoa. Eu sou homem de família, eu sou conservador raiz. Já você, que tem verba indenizatória de vereador, viajou na pandemia em um avião particular para Noronha e me parece que não foi com a sua esposa; já eu estava em Bananeiras com a minha esposa”, rebateu Walber.

Assessoras repassaram salários a advogado de Flávio Bolsonaro durante campanha ao Senado

Senador Flavio Bolsonaro 

Duas assessoras repassaram R$27 mil de seus salários e auxílio-alimentação ao advogado do agora senador Flávio Bolsonaro(Republicanos-RJ), quando o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disputava uma vaga no Senado durante a campanha eleitoral de 2018 pelo PSL. As informações são do UOL.
Tais movimentações mostram que o esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) ultrapassava os limites dos depósitos realizados pelo ex-assessor Fabricio Queiroz, apontado como operador financeiro. Nesta segunda-feira (28), o Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciou ao Tribunal de Justiça do Rio o senador Flávio Bolsonaro, depois de mais de dois anos de investigação.

Primando pelo Voto: Para o Xerife só tem prefeito bestinha

Incrível como os oportunistas usam de tudo para manterem seus privilégios. Alguns prefeitos que não tem condições de enfrentar o povo nas ruas e com medo das manifestações dos adversários estão agora pregando a proibição de comícios.
Interessante que o prefeito Batata de Caicó foi o que mais resistiu à decretar medidas de isolamento em Caicó no período do pico da pandemia. Como o povo não é besta, o prefeito de Caicó está sendo chamado de “Batata Podre”.

Confira o prestigiado blog do primo Xerife Robson Pires:

Coronavírus matou 1 milhão de pessoas no mundo

Um milhão de mortos por coronavírus. A cifra, simbólica, é alcançada quase nove meses após o primeiro óbito oficial devido à doença, em 11 de janeiro, e quase sete após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar que a Covid-19 era uma pandemia, em 11 de março.

Nesse período, além de mais de 1 milhão de mortos, a crise sanitária se desdobrou em crise econômica, que agravou desigualdades já muito acentuadas em todo o mundo, e provocou terremotos políticos em um cenário polarizado, em que a ciência foi colocada em dúvida por chefes de Estado e nas redes sociais.

O número —1 milhão, de acordo com os dados compilados pela Universidade Johns Hopkins— equivale a 13 Maracanãs lotados ou a toda a população de Maceió. E tudo indica que será apenas mais um marco emblemático a ser superado: não o único milhão, mas o primeiro.

Estima-se que o número verdadeiro de mortes seja maior, uma vez que há o problema da subnotificação. De acordo com Alan Lopez, diretor de um grupo de pesquisa da Universidade de Melbourne, na Austrália, que estuda o impacto de doenças, a quantidade real de óbitos está em torno de 1,8 milhão.

Ele calcula que até o final do ano a doença mate 2,8 milhões de pessoas, o que a tornaria a quinta maior causa global de mortes em 2020. Na sexta-feira (25), o diretor executivo do programa de emergências de saúde da OMS, Mike Ryan, admitiu ser possível que a cifra oficial dobre.

Ainda que a curva da Covid-19 tenha se estabilizado em muitos países, o número de novos casos segue crescendo mais rapidamente do que nunca, com média pouco abaixo de 300 mil por dia, e dificilmente uma vacina estará disponível em todo o mundo dentro dos próximos nove meses.

FOLHAPRESS

Jogadora Carol Solberg é denunciada pelo STJD por gritar ‘Fora, Bolsonaro


A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg foi denunciada nesta segunda-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Voleibol por ter gritado “Fora, Bolsonaro” após conquistar a medalha de bronze no Circuito Nacional, no dia 20 de setembro. A manifestação política ocorreu durante entrevista ao vivo para o canal SporTV.

A denúncia é baseada em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): o 191, “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição”, e o 258, por “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código à atitude antidesportiva”. Pelo artigo 191, ela pode ser multada entre R$ 100,00 e R$ 100 mil ou receber advertência. Já o artigo 258 prevê veto de uma a seis partidas, suspensão de 15 a 180 dias ou advertência. Carol ainda não se manifestou sobre a decisão do STJD.

A esquerda precisa fazer uma releitura do Brasil, por José Dirceu

José Dirceu com ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves quando este era da esquerda

José Dirceu
É preciso ler para além da conjuntura mas, ao mesmo tempo, estar à altura dos novos tempos que não podem ser enfrentados, sem profundas mudanças na esquerda e no PT, seu maior partido. Este também é um fato histórico irrefutável. Se não entendermos que houve uma mudança de período histórico e de ciclo político não estaremos em condições de representar as forças sociais e políticas para superar essa tragédia nacional e social que vivemos.

Um espectro ronda a esquerda. Será que ela perdeu o bonde da história e não sobrevive às profundas mudanças no capitalismo brasileiro, como as produzidas pelo golpe de 1964 e, agora, pelo governo Bolsonaro e uma gestão ultra liberal? Estaria esgotado seu papel já que o país que deu origem ao PT, por exemplo, não existe mais, nem aquela classe operária industrial dos anos 1970, 1980? Sobreviveremos à desindustrialização, precarização da força de trabalho, informalidade, pejotização, reforma trabalhista, terceirização e reforma da previdência, ao fim do imposto sindical? O que será do movimento sindical?

Quem deterá Bolsonaro e sua aliança com os negociantes da fé, os militares, as milícias, o capital financeiro, o agronegócio, o Centrão e sua poderosa coalização nas redes e com as TVs Record, SBT e RedeTV? Como deter o avanço do autoritarismo, obscurantismo e fundamentalismo religioso, o ataque frontal à cultura, à educação, à Amazônia e à ciência?

Serão o PT e a esquerda derrotados nas eleições deste ano sem alianças nas principais cidades?

Sempre me guiei pela máxima de que não podemos atribuir ao adversário as razões de nossa derrota, mas isso não significa não identificar e não responder como chegamos, de novo, a um governo militar de extrema direita e a um presidente como o que temos, que acabou de se revelar por completo nas Nações Unidas. Sem desconhecer os erros que cometemos –e não foram poucos– e nossa ausência pós 2000 nos territórios, nos bairros, no chamado trabalho de base, na vida real e na luta pela sobrevivência nas periferias como prioridade e nosso atraso mortal em entender e dominar a nova forma de comunicação via redes. É preciso sempre recordar que poucos partidos no mundo suportariam à guerra total a que fomos submetidos.

O alvo da artilharia das elites, apoiadas na Justiça militante, foram os petistas e seu eleitorado e base social; uma artilharia cerrada de 2013 a 2018, incluindo o golpe do impeachment e o processo sumário, de exceção, que levou Lula a uma condenação injusta e à sua prisão, quando o mais provável era como candidato vencer no primeiro turno.

A campanha midiática, via Lava Jato, foi devastadora não só para a imagem do PT, mas principalmente para sua capacidade de mobilizar, organizar e lutar. O resultado foi a eleição de um presidente com o qual, agora, parte significativa das forças e do eleitorado que derrubaram o governo Dilma e impediram Lula de ser candidato, não sabe como lidar. Querem fazer oposição e mesmo processá-lo por crime de responsabilidade, mas, temerosos da esquerda, da tutela militar e de perder seus privilégios e a agenda liberal, se iludem que podem controlar a criatura via Congresso Nacional e a Suprema Corte. Em parte, este caminho traz resultados, já que Bolsonaro só não é um ditador pelos limites impostos pelo Parlamento, pelo Judiciário pela esquerda e pela oposição de grande parte da mídia.

HÁ SAÍDA

Podemos avaliar a capacidade da esquerda pela vitória de Bolsonaro ou por seu governo? Claro que não. Se há uma força política social que se opõe ao bolsonarismo esta é o PT e as esquerdas.

Temos saída não apenas porque Haddad teve 32 milhões de votos em condições totalmente desfavoráveis, com fake news e seu financiamento ilegal, como, no segundo turno, 45 milhões de eleitores disseram não a Bolsonaro. É preciso ver o Brasil como um todo. Se é verdade que perdemos base eleitoral e social para a direita no Sul-Sudeste, também é um fato inconteste que no Nordeste temos uma ampla base não só eleitoral, mas social e institucional. O PT e o Lulismo lá estão consolidados e seus governos bem avaliados.

Neste cenário, a explicação do suposto fim da classe trabalhadora não faz sentido, seja porque 33 milhões de trabalhadores são registrados e os sindicatos na pandemia se fazem presentes na vida e no dia a dia desses trabalhadores, como buscam novas formas de organização e financiamento. E todos têm consciência de que mais da metade da população economicamente ativa está desempregada.

No passado, lideranças de direita também nos derrotaram com voto nas classes populares, desde Adhemar de Barros, passando por Jânio, Maluf, Collor e mesmo FHC. Assim, trata-se de disputa política, social, cultural, e não podemos dar como perdida a batalha que apenas se inicia. Isso não significa que podemos continuar sem uma releitura do Brasil e do mundo de hoje, principalmente com a pandemia e as contra reformas de Guedes. Da mesma forma que ocorreu no golpe de 1964, há uma coalizão sólida, para além de Bolsonaro e sua aliança, que de forma autoritária, conservadora, de cima para baixo, busca de forma tardia adaptar o Brasil à ordem internacional dos Estados Unidos e do mundo hegemonizado pelo capital financeiro, uma ordem que se esgota e que só aumenta a desigualdade e os riscos de guerras comerciais e militares.

Aqui, as elites resistem e apoiam as reformas neoliberais que, na prática, representam o desmonte do Estado Nacional e da rede de proteção social, de bem estar construída nos últimos 100 anos e consolidada pela Constituição de 1988 e pelos governos petistas.

Toda experiência do passado nos indica que haverá resistência, luta social e política contra essa retirada de direitos e da participação do trabalho na renda nacional, para além da luta democrática, contra o obscurantismo e o fundamentalismo religioso, a devastação da Amazônia, o ataque à cultura e à ciência, e os riscos do autoritarismo. Foi assim após o golpe de 1964, na década de 1970, nos anos 1980 e na era FHC. A verdade histórica é que nem a ditadura deteve a luta popular e, logo depois do golpe, perdeu as eleições em Minas e Rio, o que a levou a editar o Ato Institucional 2. Depois, diante da resistência nas ruas e fábricas, decretou o AI 5. Mesmo assim, foi derrotada em 1974 e perderia no colégio eleitoral em 1978 não fosse o pacote de Abril que viabilizou a continuidade com Figueiredo.

TRADIÇÃO DE GOLPE

O povo brasileiro deu quatro mandatos ao PT e à esquerda. Nada foi fácil ou caiu do céu. Foram décadas de lutas e muitas derrotas. A regra no Brasil é golpes, ditaduras, viradas de mesa, rasgando os contratos políticos e sociais, o último, o da Constituição de 1988. Quando as elites perdem ou estão para perder o poder que concentra a riqueza, renda e propriedade, o controle da informação e da formação, sempre recorrem a meios ilegais e ao arbítrio para depois serem vítimas de seu despudor com a riqueza e o poder.

Momentos como o que estamos vivendo, que as pesquisas retratam, nos trazem à memória os anos do milagre econômico, do Ame-o ou Deixe-o, do Brasil Pra Frente, os anos do Plano Cruzado, do Plano Collor, e mesmo o longo período de FHC.

É preciso ler para além da conjuntura mas, ao mesmo tempo, estar à altura dos novos tempos que não podem ser enfrentados sem profundas mudanças na esquerda e no PT, seu maior partido. Este também é um fato histórico irrefutável. Se não entendermos que houve uma mudança de período histórico e de ciclo político não estaremos em condições de representar as forcas sociais e políticas para superar essa tragédia nacional e social que vivemos.