Arena das Dunas: nenhum estádio da Copa precisou tanto do dinheiro do BNDES

Marcel Rizzo

A Arena das Dunas foi o estádio da Copa-2014 que, proporcionalmente, mais utilizou dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em sua construção. Dos R$ 400 milhões totais da obra, 99% vieram do banco estatal (R$ 396,5 milhões). O restante, R$ 3,5 milhões, foi pago pelo Governo do Rio Grande do Norte.

O estádio em Natal (RN) recebeu quatro jogos do Mundial.

Há suspeita de que a arena tenha tido um sobrepreço de R$ 77 milhões.

Para a Copa do Mundo no Brasil, o BNDES criou uma linha de crédito para ser usado na construção dos estádios, chamado de ProCopa, no limite de R$ 400 milhões por arena. Das 12 reformadas ou construídas para a competição, 11 utilizaram dinheiro do banco.

Somente o estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, não pegou o empréstimo e o R$ 1,4 bilhão foi integralmente pago pelo Governo do Distrito Federal. O mais caro equipamento da Copa, o Mané Garrincha também é investigado por superfaturamento.

O Beira-Rio, em Porto Alegre, um dos três estádios privados da Copa (junto com a Arena da Baixada, em Curitiba, e a Arena de Itaquera, em São Paulo), foi o segundo que proporcionalmente mais utilizou dinheiro do BNDES na reforma, 83,3% do total gasto. Na sequência aparece a Arena Pernambuco, na região metropolitana de Recife (PE), com 75% (veja ao fim do texto o levantamento completo).

Na construção das arenas, o modus operandi de financiamento foi basicamente o mesmo: dinheiro do BNDES, usado quase sempre no limite de crédito possível (R$ 400 milhões), completado depois por verba dos governos estaduais, quase todos donos dos estádios reformados. O valor total das obras foi de R$ 8,3 bilhões.

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