Em escuta, diretor da BRF fala de bactéria, propina e exportação vetada

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca mostram que um dos diretores presos da BRF, gigante nacional do ramo alvo da investigação, estava preocupado com a contaminação por bactéria salmonella na unidade de Mineiros (GO).

Segundo as interceptações feitas com autorização da Justiça, André Luis Baldissera comenta com outro funcionário da companhia que a contaminação teria potencial para suspender as exportações da fábrica para sempre (ouça as conversas, nesta reportagem).

Baldissera é um dos 25 presos preventivamente na operação da PF. Outras 11 pessoas foram presas temporariamente, das quais oito já deixaram a prisão.

Na sexta-feira, reportagem do UOL mostrou que o Ministério da Agricultura havia omitido em uma lista sobre a Carne Fraca a suposta contaminação de frangos em granjas da BRF.

No diálogo gravado pela PF, é dito que o fiscal responsável pela autuação vai “matar no peito” a notificação e não vai avisar Brasília, para que a empresa resolva os problemas até uma nova inspeção algumas semanas depois. Teria ficado combinado que a certificação seria suspensa, mas, como a fábrica não produziria nada no período em questão, não haveria problema. A BRF nega irregularidades.

Em outro trecho, é dito que o fiscal em questão teria pedido contribuição para campanhas eleitorais do PDT na região. Logo após a operação, o PDT divulgou nota onde diz que nunca teve indicação de cargo no Ministério da Agricultura (ouça os diálogos abaixo).

 

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