Filme candidato a Oscar sugere que nova crise global é possível; é verdade?

Mariana Bomfim
Do UOL, em São Paulo

“A Grande Aposta” concorre ao Oscar de melhor filme neste ano (a cerimônia de premiação é neste domingo, 28). Quem assiste ao filme sai do cinema com uma pulga atrás da orelha: uma crise financeira como a de 2008, que arrastou economias do mundo inteiro, pode voltar a acontecer?

O filme sugere que sim. Anos depois, o investimento apontado como o grande vilão de 2008, as CDOs, estaria de volta ao mercado, mas agora com outro nome. É o que diz o filme, citando reportagem da agência de notícias Bloomberg (URL encurtada para a reportagem, em inglês: http://zip.net/blsWzn).

As CDOs (obrigações de dívida com garantia) eram investimentos formados por milhares de fatias de dívidas de alto risco (os subprimes, com muita chance de calote). Quando os devedores não pagaram as dívidas, quem comprou as CDOs teve perdas bilionárias. Segundo a Bloomberg, alguns bancos já estão voltando a vender investimentos semelhantes às CDOs.

A possibilidade de uma nova crise também chama a atenção de investidores da velha guarda de Wall Street, como Warren Buffet, que participou de reuniões para tentar diminuir a especulação no mercado.

O UOL ouviu os economistas Rodrigo de Losso Bueno, professor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Braga, da Fundação Dom Cabral, e Ernesto Louzado, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), para saber se uma crise como a de 2008 pode mesmo acontecer novamente ou se a mensagem final do filme é só invenção de Hollywood.

Eles afirmam que o filme tem razão ao dizer que fatores parecidos com os que estavam na raiz da crise de 2008 estão voltando ao mercado, mas que isso não significa que haja um novo colapso à vista.

O que voltou?

Dois fatores semelhantes aos responsáveis pela crise de 2008 estão de volta ao mercado, segundo os economistas:

  • Investimentos com as mesmas características das CDOs, responsáveis por espalhar a crise pelo mundo em 2008, estão sendo vendidos por bancos, mas foram rebatizados: agora se chamam “bespoke tranche opportunity” (fatia de oportunidade personalizada);
  • Empresas e bancos pequenos estão voltando a emprestar dinheiro para quem tem grande risco de dar calote, o antigo “subprime” (de segunda linha). O nome mudou também, para “non-prime”.

Agora é diferente?

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