Governista solitário defendeu Collor em comissão do impeachment que derrotou presidente de lavada

24-08-1992: Fernando Henrique Cardoso; José Genoino e José Dirceu durante a leitura do relatório da CPI do PC Farias, em Brasília (DF). (Foto: Aílton de Freitas/Folhapress)

POR RODRIGO VIZEU

A oposição venceu de lavada na comissão especial que analisou o pedido de impeachment de Fernando Collor.

O parecer do deputado Nelson Jobim (PMDB-RS), favorável ao afastamento do presidente, foi aprovado por 32 votos.

O presidente da comissão, o governista Gastone Righi (PTB-SP), se absteve. Só um parlamentar votou contra o relatório: o líder do governo, Humberto Souto (PFL-MG), que anos depois seria ministro do Tribunal de Contas da União.

Com exceção de Souto, ninguém defendeu o governo Collor na sessão de votação do colegiado ocorrida em 24 de setembro de 1992.

O líder governista atribuiu parte do movimento pró-impeahment a “grandes interesses” contrariados pela “corajosa política de modernização do país” de Collor.

Os demais membros da base aliada se retiraram, computando 15 ausências na votação.

Entre os ausentes que ainda hoje integram o cenário político, estavam os governistas Roberto Jefferson (RJ), pivô do mensalão e condenado sob acusação de integrar o esquema, Pedro Corrêa (PE), condenado no mensalão e no petrolão, e Abelardo Lupion (PR), ruralista hoje no DEM.

Votaram pelo impeachment Aldo Rebelo (PC do B), atual ministro da Defesa, e os petistas Hélio Bicudo, José Dirceu e José Genoino, os dois últimos condenados no julgamento do mensalão (e na foto acima com o então senador Fernando Henrique Cardoso).

Apesar do resultado numericamente confortável, a oposição se inquietou com o fato de não ter alcançado o quórum de dois terços dos votos, exigido para o impeachment quando a votação ocorresse no plenário, o que se previa que ocorreria em 29 de setembro.

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