Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional teme infiltração do crime organizado nas eleições de 2018

O governo federal disse temer a infiltração do crime organizado nas eleições de 2018, afirmou nesta sexta-feira (4) o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. “Entendemos que o crime pode buscar financiar candidatos em 2018”, disse.

Etchegoyen se reuniu com jornalistas no Rio de Janeiro para falar sobre o plano de segurança para o estado. Em 2018 haverá eleições para deputados federais e estaduais, governadores e presidente. “Aí temos uma clara ameaça à segurança institucional.”

O general mencionou operação em São Paulo, que prendeu advogados ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) infiltrados em organização civil. O problema se agrava com o fim do financiamento privado de campanhas, afirmou: os candidatos precisam de dinheiro para fazer campanha, o que abre possibilidade de financiamento por organizações criminosas.

Já houve, segundo o ministro, ameaças físicas no Maranhão e no Rio de Janeiro contra a realização de eleições. Na Baixada Fluminense houve 15 candidatos mortos desde 2015, das quais seis, segundo a polícia, teriam como causa disputas entre milicianos, e quatro por ações de traficantes.

Em agosto do ano passado, durante visita a cartórios eleitorais no RJ, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que já presidia o Tribunal Superior Eleitoral, alertou para o mesmo risco mencionado por Sérgio Etchegoyen. Ele chegou a enviar ofício ao Ministério da Justiça, no qual solicitava que a Polícia Federal investigasse as mortes de candidatos.

“É uma situação extremamente grave. Há incidentes que podem não ter conotação eleitoral e outros, a maioria, com conotação eleitoral”, disse o ministro, na ocasião.

A influência do crime organizado nas eleições do Rio já aconteceu em outras disputas eleitorais. No ano passado, nos nove meses anteriores as eleições, 13 candidatos a vereador foram assassinados na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, 11 casos tiveram motivação política e, em 6 deles, havia indícios de participação de milícias.

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