Nova gravação será usada para ligar Temer a mala dos R$ 500 mil, diz Folha de São Paulo

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REYNALDO TUROLLO JR.
DE BRASÍLIA
LEANDRO COLON
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Grampo crucial para a denúncia na avaliação de investigadores, o diálogo entre o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o executivo Ricardo Saud, da JBS, em um café na capital paulista deixaria implícita a participação do presidente Michel Temer no acerto da propina.

No trecho em que falam de valores e formas de fazer os repasses semanais, Saud cita duas vezes o “presidente” –também mencionado antes ao menos quatro vezes, por ambos, em outros contextos.

“Na realidade, eu vou consultá-lo primeiro, vou pedir pro Edgar… Primeiro eu vou consultar com ele, e ver se esse procedimento pra ele…”, diz Loures, após Saud lhe falar dos pagamentos.

O ex-deputado prossegue: “O nome dele é Edgar. Eu vou perguntar pro Edgar se o Edgar, porque o Edgar fica em São Paulo e é ele que faz a gerência das coisas.”

Nas 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal ao presidente na última segunda (5), Temer é questionado sobre alguém próximo a ele chamado “Edgar”. Mas não respondeu.

A conversa no café prossegue. “O Edgar trabalha com o presidente?”, diz Saud. “Mas primeiro eu vou falar com ele”, diz Loures. “Não, claro”, responde o executivo.

“O problema é o seguinte: as outras, os outros caminhos estão todos congestionados. Então esse é um outro caminho”, explica Loures. O trecho seria, segundo a investigação, uma referência às formas de repassar a propina.

“Eu não vou me arriscar. Se for você, eu levo lá em Brasília pra você, levo onde você quiser, agora, se for outra pessoa, aí eu vou mandar outra pessoa fazer também. Mas como que ele quer? Fala ‘presidente, tá lá, e tá’… nós não vamos falhar…”, diz Saud.

“A princípio…”, diz Loures. “É esse Edgar”, interrompe Saud. “Mas primeiro eu vou falar com ele”, repete Loures, quase encerrando.