O ABC não pode comemorar o seu centenário sem lembrar e homenagear o velho Pruda

Ontem, (27) tive o prazer de almoçar com diletos amigos no restaurante do primo, Lula.

Comigo estavam nosso grande líder dos americanos, desembargador, José Rocha e seu filho advogado Eduardo Rocha, vereador e meu compadre, Paulinho Freire, americano e ex-prefeito Amaro Saturnino e o abecedista e presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol, José Vanildo.

O papo predominante foi futebol, Dr Zé Rocha conhece tudo da história do futebol potiguar.

Os centenários do ABC e América foi assunto conversado por todos com orgulho de termos no RN dois clubes centenários.

Eu particularmente, como americano, fiz uma observação que todos concordaram. Vejo o ABC promovendo uma bonita e grandiosa festa de centenário, nos festejos muitas homenagens e resgate da memória, mas, até agora, não vi uma referencia ao grande dirigente abecedista José Prudêncio Sobrinho.

Quem conhece a história do futebol potiguar, sem desmerecer os demais, sabe que Prudêncio foi o maior diretor de futebol de todos os tempos no ABC. Ele vivia para o ABC, chegou ao ponto de comprometer sua grande loja de bateria de carro dedicando-se compulsivamente ao clube.

Prudêncio pegou o ABC na década de 1970 quando tinha perdido o campeonato para o América, no Juvenal Lamartine, com um gol de Alemão aos 45 minutos do segundo tempo. Daí por diante, ele montou o melhor time  abecedista de todos os tempos com Alberi, João Galego, Marinho Chagas, Petinha, Burunga, o baixinho goleiro Erivan, Piaba e outros craques que eram respeitados e tido como um dos maiores equipes de futebol do Brasil.

O ABC jogava em condições de igualdade com qualquer time grande do Brasil.

Foi com Prudencio que o ABC teve uma participação vitoriosa no Campeonato Brasileiro de 1972 e fez a gloriosa excursão internacional, um feito histórico para o ABC que teve sua delegação chefiada por Jácio Fiúza e Prudencio.

Pruda como era carinhosamente chamado pelos abecedista, fez o ABC ser tetra-campeão e agora não vejo ele receber uma merecida homenagem do clube que ele tento amou e dedicou sua vida. Ele não merece ficar fora da festa..

O blog publica um reconhecimento do torcedor abecedista, Carlos Magnos ao velho Prudêncio publicado em 22 de dezembro de 2011 que retrata bem a história dele com o ABC:

Grande time do ABC montado por Prudêncio

*

Felicito a direção alvinegra pela escolha do nome de JOSÉ PRUDÊNCIO SOBRINHO

para a academia que será inaugurada esta noite.

Nascido em Fernando de Noronha, chegou em Natal nos anos 50, logo apaixonando-se pelo ABC.

Apesar da baixa estatura, foi jogar de goleiro. Jogava de boné como os arqueiros à moda antiga. O ví jogando assim em jogo de veternaos nos anos
60.No gol, foi campeão pelo Mais querido em 1953. A equipe : PRUDÊNCIO, Toré e Paulo; Arlindo, Freita e Gonzaga;Albano, Paraíba, Jorginho (Paulo Izidro),Tico (Dico),Pageú (Gonçalves).

PRUDÊNCIO nunca foi presidente, era um diretor de futebol, muitas vezes
“oficioso”. Era um grande abnegado, adorado pela frasqueira e atletas.

Marcou época no ABC por ter ido a Recife, observar um crioulinho bom de bola que treinava no Santa Cruz. Após observá-lo, não teve dúvidas em contratá-lo. Era 1968 e ALBERÍ iria iniciar seu reinado como o maior jogoador da historia do futebol do RN.

Ao término do fatídico campeonato de 1969, o ABC completava um jejum
de três anos, inédito até então.

PRUDÊNCIO foi incumbido de realizar uma reformulação no elenco do ABC.

O primeiro passo foi contratar o renomado treinador Caiçara, vitorioso
na região Nordeste. Nos meus oito anos, lembro de meu pai comentando
com um balconista da padaria CIAL na Av 2, bairro do Alecrim :
_ O ABC agora, ou cai ou SARA !

Para começar a formar o time, o velho PRUDA, resolveu visitar o Náutico, que fora vice-campeão da Taça Brasil 68 e um grande celeiro de craques. Trouxe do TImbú dois garotos : Um certo zagueiro EDSON e o meia CORREIA.

Apostou também em revelações locais. Buscou no Ferroviário o quarto zagueiro Josemar e um galego franzino,lateral do Riachuelo, chamado
MARINHO. A frasqueira arrecadou recursos para a contratação do ponta Zezé,
ídolo do Alecrim.

Para vestir a camisa cinco, veio o motorzinho William.

Para comandar o ataque, trouxe o PETINHA. Pronto estava formada a base
que manteria a hegemonia do futebol no estado até 1973.

Recordo que passamos três anos sem derrota para o rival e o time de 1970, foi o primeiro que ví ser campeão. A equipe inesquecível: Erivan, Otávio,Edson, Josemar e Marinho; William e Correa; Zezé, Alberí, Petinha e Burunga.

Ao final do campeonato, o Náutico veio a Natal contratar o centro-avante Petinha, levando de contra-peso o garoto Marinho. Em contra partida,
PRUDENCIO trouxe mais dois garotos do timbú : O centro-avante EDVALDO e o ponta esquerda SOARES, que seriam muito importantes na campanhha do Bi em 1971, ao lado do meia Gonzaga, nautral de São Gonçalo do Amarante que destacara-se no bom time do Ferroviário de Joãozinho Batista de Paiva,
e do regularísimo lateral Ancheita, contratado ao Alecrim para suceder
Marinho Chagas.

Vejam abaixo, a foto do time de 1971, provavelmente no Torneio Início.

Em Da esquerda p a diretia, em pé: PRUDÊNCIO, Erivan, Biu, Manoel (substituía o grande capitão Edson),William, Anchieta e Josemar; Agachados:
Zé Maria (Bozó), Alberí,Edvaldo,Gonzaga e Josenildo (revezava com Soares)

Encerro com uma frase de José Prudêncio Sobrinho, em reunião da diretoria doABC, ao ser indagado sobre o que estava faltando ao time, em um período de má fase:

“O que está faltando é a DONA TRANQUILIDADE”. Referia-se a atraso de salários.

PRUDENCIO viveu intensamente o ABC FC. A partir de hoje será eternizado
nas dependências do clube do povo.

 

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