Os repasses ao PMDB, foram solicitados pelos deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves, disse Marcelo Odebrecht

Dilma quis saber se Temer recebeu propina por contrato da Petrobrás, diz Marcelo  Dilma Rousseff e Michel Temer. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Dilma Rousseff e Michel Temer. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Fabio Serapião e Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

Em um dos seus depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada com a Lava Jato, o empreiteiro Marcelo Odebrecht assumiu pagamentos de propina para o PMDB e o PT por conta do contrato PAC SMS da diretoria Internacional da Petrobrás. Segundo o delator, tanto a ex-presidente da estatal, Graça Foster, como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foram informadas sobre os pagamentos ilícitos. Na conversa com Dilma, segundo Marcelo, teria transparecido que a então presidente queria saber se seu vice, Michel Temer, teria recebido valores oriundos do contrato.

“Eu contei tudo que tinha contado pra Graça contei pra ela. Presidenta, veja bem, não é justo o que Graça fez. Eu achava que ela queria saber se Michel estava envolvido… mas você percebe que ela queria instigar quem era a pessoa que estava recebendo isso”, detalhou Odebrecht.

Os repasses ao PMDB, disse Marcelo, foram solicitados a Márcio Faria, diretor de Oléo e Gás do grupo Odebrecht, pelos então deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Por parte do PT, os repasses teriam sido tratados com o tesoureiro do partido João Vaccari. Questionado sobre os valores, Marcelo informou que não saberia o valor exato, mas que “foi relevante, foi 10, 20 milhões de reais” pagos na véspera da campanha de 2010.

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Será que nesta foto eles estão escondendo as bocas por tratarem de propinas?

Em sua delação, Odebrecht contou que soube dos pagamentos quando Graça Foster telefonou para perguntar se o PMDB havia recebido valores oriundos do contrato. “O que na época me foi informado, comentado, é que ela estava preocupada era com esse tal pagamento que foi feito para eleição de 2010 do grupo do PMDB”, explicou Marcelo.

Aos investigadores explicou que o caso foi diferente dos outros da estatal uma vez que não era costume o político solicitar os repasses. “No caso a Petrobrás, a conversa era com diretores, a mensagem dos padrinhos políticos eram pelos diretores”, explicou Odebrecht.

O PAC SMS foi um contrato de prestação de serviços para a área de Negócios Internacionais da Petrobrás, dentro do plano de ação de certificação em segurança, meio ambiente e saúde. O contrato guarda-chuva contempla vários países e, em 2011, foi ampliado para incluir serviços específicos em Pasadena.

 

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