A comitiva de quatro deputados formada para visitar o ex-ministro da Educação Cid Gomes num hospital em São Paulo, no dia 12 de março, gastou R$ 6.500 com passagens e alimentação.
André Fufuca (PEN-MA), Manoel Junior (PMDB-PB) e Juscelino Filho (PRP-MA) pagaram, em média, R$ 2.000 para ir a São Paulo e retornar à Brasília no mesmo dia. Os bilhetes foram adquiridos com recursos da cota parlamentar, dinheiro disponível para custear gastos referentes ao exercício do mandato.
Juscelino Filho também apresentou à Câmara uma nota fiscal de uma churrascaria, no valor de R$ 148,20, com data da viagem. Marquinhos Mendes (PMDB-RJ), outro deputado que participou da missão oficial, diz ter tirado do próprio bolso R$ 910 para comprar suas passagens.
Em sessão na Câmara com a presença de Cid Gomes, no dia 18 de março, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu o pedido do então ministro para que se apurasse quem custeou a viagem dos deputados.
“Gostaria de dizer clara e textualmente: o requerimento que foi mandado à comissão foi feito sem ônus para a Casa, às expensas dos parlamentares, porque essa Casa se dá ao respeito”, argumentou Cunha na ocasião.
O Congresso não destinou verbas especificas para alimentação e deslocamento dos deputados. As passagens e o almoço de Juscelino Filho, no entanto, acabaram bancados por meio da cota parlamentar. O pagamento só ocorre para ressarcimento de despesas, mediante apresentação de notas fiscais.
O objetivo da visita era avaliar o estado de saúde de Gomes, que apresentou um atestado médico à Câmara para justificar sua ausência a uma audiência. Ele foi convocado a se explicar sobre a declaração de que “na Câmara há de 300 a 400 achacadores”.
Ao chegarem no Hospital Sírio Libanês, os deputados foram impedidos de vê-lo. Cid Gomes acabou indo ao Congresso, uma semana mais tarde. No plenário da Câmara, ele partiu para o ataque. Fez novas acusações, inclusive contra Eduardo Cunha.