Foto: Divulgação / ALEAM
O deputado estadual Wanderley Dallas (PMDB-AM) apresentou à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas um projeto de lei que propõe que palavras como “piroca”, “cabaço”, “baitola”, “pinguelo” e “xibiu” se tornem patrimônio imaterial do Estado. Integrante da bancada evangélica, o peemedebista listou os termos junto a dezenas de outros, copiados do livro “Amazonês”, do acadêmico Sérgio Freire, que pesquisa a linguagem da região. Após a repercussão da proposta, nesta quarta-feira (22), Dallas disse que retirará palavrões do projeto, mas rebateu as criticas dos colegas. “É um grupo de deputados que se constrange com a palavra ‘cabaço’, mas usa de boca cheia em qualquer local”, afirmou o deputado. Embora seja de 2012, o projeto de lei só começou a tramitar em comissões da Casa este ano. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, Orlando Cidade (PTN), afirmou que o projeto não tem “a menor consistência”. “Ele [Dallas] já tentou transformar em patrimônio até a festa do repolho. Tem muito deputado que faz isso. Aí depois põe um outdoor dizendo que é o que mais apresentou projeto”, disse Cidade ao jornal Folha de S. Paulo. No Facebook, o escritor Sergio Freira classificou a discussão como “fora de foco” e defendeu o projeto de Dallas. “O português oral falado aqui é riquíssimo e lhe cortar partes numa censura linguística – porque é ‘feio’ – é de uma pobreza intelectual imensa. O trabalho do linguista não é dizer o que é certo ou errado, mas descrever a língua como ela é”, escreveu