Depois que o Tribunal de justiça do RN abriu a oportunidade dos condenados da Operação Impacto serem candidatos, passei, como também condenado, a receber ligações de pessoas sugerindo que eu seja candidato a prefeito de Natal.
Fui condenado sem existir no processo uma testemunha contra mim, foi condenado por receber ‘propina’ sem que o juiz ou o ministério público provar ou dizer o nome de quem pagou a propina, onde e quanto recebi.
Eu, sinceramente não pensei no assunto, venho de um momento difícil na minha vida, depois de perder minha mãe e meu pai, sofrer pelo um processo violento de alienação parental que a própria justiça reconheceu depois de agonizar para poder viver com meus filhos. Isso sem falar nos problemas financeiros que passei e passo..
Mas, sempre fui uma pessoa de coragem e sou uma pessoa que nunca perdi a vontade de colaborar com nossa cidade.
Tenho plena convicção que não seria eleito prefeito, mas o desejo de debater e sugerir soluções para resolver os problemas de Natal me fez inicialmente pensar nesta possibilidade. Tenho impressão que deverei ser o menos votado, mas como me disse o saudoso ex-governador Miguel Arraes: ‘Tem eleição que se ganha eleitoralmente e perde-se politicamente, e tem eleição que ganha-se politicamente e perde eleitoralmente.” – Eu não tenho o que perder nem serei candidato a prefeito para ganhar..
Gostaria em primeiro lugar, debater e mostrar a sociedade como foi e por que foi aprovado na justiça o Plano Diretor de Natal, como empresários do setor imobiliário, políticos e prefeitos que lucraram muito com a famosa Operação Impacto que engessou Natal, obrigou as pessoas morarem longe dos seus locais de trabalho, escolas dos filhos, serviços e comercio comprometendo de vez a nossa mobilidade.
Quantas pessoas ficaram ricas com especulação imobiliária fazendo estoque de terrenos em Parnamirim?
Natal há 20 anos vem na contra mão de tudo, apenas maquiagem tem sido feita para ludibriar o povo. Natal tem problemas de drenagem, cobertura vegetal, estacionamentos, controle de vetores, áreas de lazer e esporte e nossa industria do turismo está parada em razão do plano diretor que restringiu construções de novos hotéis pelo prefeito Carlos Eduardo Alves que cedeu ao lobby dos hoteleiros da Via Costeira que não queriam construções de novas unidades para não ter concorrências.
Transformaram Ponta Negra numa ‘ratoeira’, nossas praias urbanas parecem uma favelas, tentaram melhorar e transformaram elas num camelódromos. O turista se hospeda em Natal e passeia nas praias do litoral norte e sul, Natal não tem o que oferecer, turismo aqui só é bom para os hoteleiros..
Nossa cidade está perdendo o conforto ambiental, está ficando uma cidade estressada, violenta, transito descontrolado e enfartado, transporte público coletivo desconfortável e caro e com áreas eminentemente residenciais sendo transformadas em comerciais sem nenhum controle expulsando famílias para outros municípios conurbados com Natal.
Cadê as licitações de transporte e coleta de lixo? Quanto custa nossa coleta de lixo? O que está sendo feito com o dinheiro arrecadado da COSIP-Contribuição Social da Iluminação Pública? Como é a relação da Prefeitura com a COSERN? Vamos abrir as caixas pretas da URBANA e dos contratos da SEMSUR? Como estão os contratos terceirizados? Como é o contrato com a empresa do aterro sanitário? Essas questões devem chegar ao conhecimento do contribuinte..
Repito, sei que não serei eleito, minha intenção seria tão somente contar histórias que o povo de Natal não conhece, de abordar temas para discussão em debates, propor soluções simples e aproveitar a oportunidade para provocar o comprometimento dos fortes candidatos que terão chance de serem eleitos para nossas propostas.
Digo que não tem nada certo, mas se não encontrar uma pessoa que tope entrar na disputa com essas intenções, aparecendo um partido que me ofereça a legenda, terei o maior prazer de debater com o senhor prefeito Carlos Eduardo Alves e fazer ele responder algumas indagações que até hoje ninguém teve oportunidade ou coragem de fazer.