Arquivo diários:16/12/2015

Conheça opções para contornar o bloqueio de 48 horas do WhatsApp

Imagem da versão para Mac do Viber, aplicativo de mensagensFELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE SEMANAIS

FOLHA DE SÃO PAULO

Por que as pessoas não usam tanto o Viber? O aplicativo é tão bom para mensagens quanto o WhatsApp para mensagens de texto, também permite fazer ligações por voz e ainda tem a opção de fazer videoconferências.

Isso sem falar nos “stickers” fofos, como os de um beijo molhado ou uma rosa, ou na possibilidade de acompanhar canais públicos de personalidades.

Assim como ocorre nas redes sociais, o melhor app de mensagens é, na verdade, aquele que a maioria dos seus amigos usa. Como tem mais usuários (900 milhões no mundo, ante 664 milhões do Viber), o WhatsApp se alimenta do próprio sucesso.

Mas há opções.

O Viber é a mais evidente –a empresa tem operação no Brasil, faz marketing aqui, então é bem provável que vários dos seus contatos já estejam lá.
No sistema, que recentemente ganhou fama por ser usado por membros do Estado Islâmico, há a opção do “chat secreto”, que usa uma codificação nos dois pontos da conversa. Assim, nem os criadores do app conseguem decifrar.Outra possibilidade é o Telegram, famoso pela criptografia reforçada, que, segundo tuíte da empresa, ganhou 1 milhão de usuários neste quarta no Brasil, com a notícia do bloqueio do WhatsApp.

Fora a segurança reforçada, a interface e a lógica são muito parecidas com a do rival, com mensagens de voz e troca de fotos e vídeo

Se sua ideia for só mandar mensagens de texto, também pode valer a pena usar o simpático Kik: simples e com figurinhas simpáticas para enviar. Outro diferencial é o compartilhamento fácil de vídeos que se tornaram virais na rede (o site faz uma lista dos mais vistos) e outros memes da rede.

VEJA DEZ OPÇÕES DE APLICATIVOS

Viber
www.viber.com/pt/

O aplicativo permite troca de mensagens, vídeos e imagens em uma plataforma simples e intuitiva. A principal vantagem do app é a possibilidade de fazer chamadas de áudio e vídeo com qualidade de som HD. No entanto, as ligações ficam à mercê de boas conexões com a internet.

Hangouts
www.google.com/hangouts/

O programa dá ao usuário a opção de bater papo pela rede social Google+ e recentemente adicionou o serviço de trocar de SMS. Ele está disponível para Android, IOS e computadores, mas só é possível trocar mensagens com usuários do Google.

Skype
www.skype.com/pt-br/

Apesar de ter grande foco em chamadas de vídeo, o aplicativo é uma excelente opção para conversar por texto. Com a possibilidade de trocar mensagens individuais ou em grupo, o Skype só peca no excesso de propagandas em sua interface.

KaKaoTalk
www.kakao.com/talk

No aplicativo é possível trocar mensagens de texto, voz, imagens, nota de áudio, compartilhar eventos e contatos. O programa sincroniza os números da agenda telefônica do usuário e os adiciona automaticamente a lista do app, porém ele não é muito popular o Brasil.

Line
line.me/pt-BR

O software concede a oportunidade de trocar mensagens de voz e de texto, essa ultima com simpáticos stickers exclusivos. O diferencial em relação aos outros aplicativos é a plataforma QR-Code acoplada ao app. Um ponto negativo é o fato de ele não mostrar quando um amigo está on-line.

Kik Messenger
www.kik.com

O app oferece troca de mensagens de texto, voz e imagens instantaneamente. Versátil e acessível, ele está disponível para Android, IOS, Windows Phone, Symbian e Blackberry. No entanto, não é possível fazer chamadas de voz ou vídeo conferência com o programa.

WeChat
www.wechat.com/pt/

Além da trocar mensagens de texto, imagens, chamadas de voz e de vídeo, é possível passar o tempo com jogos disponíveis na plataforma. Boa pedida para quem quer conhecer gente nova, o programa tem a função “Olhar ao Redor”, que localiza pessoas próximas. Apesar da plataforma leve, ele pode travar durante as chamadas.

GroupMe
https://groupme.com/

Este é o aplicativo para quem curte juntar os amigos em uma grande conversa. Ele sincroniza contatos da agenda para ajudar o usuário a criar grupos. Por meio dele não é possível abrir um bate-papo individual.

Facebook Messenger

O comunicador instantâneo está diretamente ligado ao Facebook, mesmo sendo um app a parte. Por ele é possível trocar mensagens de texto, voz e emoticons divertidos, no entanto só é possível conversar com pessoas que tenham conta na rede social. Versões para Android (http://goo.gl/2BBla1), iOS (http://goo.gl/f7KSUU) e WindowsPhone (http://goo.gl/TlnEv3)

Telegram
https://telegram.org/

Com uma interface bastante agradável, o app disponibiliza funções de troca de mensagens de texto, imagens e vídeos. O grande diferencial da plataforma é a possibilidade de enviar documentos em doc, pdf e vários outros formatos. O ponto negativo é que as pessoas ainda não o aderiram em grande escala no país.

Janot não sossega enquanto não tirar Cunha da presidência da Câmara dos Deputados

Brasília – Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), transformou a Casa Legislativa em um “balcão de negócios”.

A afirmação consta de trecho do pedido de afastamento de Cunha do cargo em que os investigadores detectaram troca de mensagens de celular e outras informações que provariam que Cunha é um “longa manus” de empresários para apresentar medidas legislativas que o beneficiassem.

“E Eduardo Cunha recebia valores, seja por doações oficiais, para si ou para os deputados que o auxiliavam (também este o motivo pelo qual possui tantos seguidores), ou por meio de pagamentos ocultos”, escreveu Janot.

Cunha é suspeito de atuar em ao menos onze medidas provisórias para beneficiar bancos em liquidação e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. De acordo com da Procuradoria-Geral da República (PGR), o peemedebista atuou “protegendo os interesses ilícitos destes em detrimento do interesse público, visando, assim, receber vantagens indevidas”.

Presidente nacional do PSB afasta o senador Romário da presidência do partido no Rio de Janeiro

O senador Romário (PSB-RJ) foi destituído da presidência do partido no Rio na tarde desta quarta-feira. A Executiva Nacional decidiu intervir no diretório estadual após a revelação, feita pelo GLOBO, de que o assessor parlamentar Wilson Musauer Júnior, lotado no gabinete de Romário e tesoureiro do PSB no estado, é acusado de cometer quatro homicídios.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, enviou uma carta ao senador e ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) comunicando a decisão. Além de Romário, saem também Musauer, Sérgio Barcelos, Rafael Takashi e João Carlos de Oliveira, todos indicados pelo senador. O segundo vice-presidente, Pedro Delarue, também deixou o cargo.

A relação entre Romário e a direção nacional do partido já andava tensa, e a revelação do processo em que Musauer é réu foi a gota d´água para a decisão. Segundo Siqueira, havia uma “grande insatisfação” com a gestão do senador.

— A forma como o Romário vinha conduzindo o partido já estava insatisfatória. Falava-se de acordos (para as eleições) com os quais a direção nacional não estava de acordo, aí veio essa história (do processo) e apressou. Não queremos prejulgar, mas achei demasiadamente grave um presidente ter colocado na direção do partido alguém (Musauer) com essas acusações — afirmou Siqueira.

Ontem, Siqueira e Romário conversaram pessoalmente. Segundo o presidente do PSB, o senador sugeriu que apenas Musauer fosse afastado do comando do partido. Na conversa, Romário manifestou que poderia deixar a legenda caso fosse afastado da presidência no Rio.

— Respeito muito o Romário, não é nada pessoal. Mas não podíamos deixar a situação como estava — reiterou Siqueira.

CENÁRIO ELEITORAL

O novo presidente do partido no Rio é o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, que ocupava a vice-presidência. A intervenção provocou a formação de uma comissão provisória. Ainda não há data para uma nova eleição da executiva.

— A Executiva Nacional fez esse pedido, para que eu pudesse assumir o partido nesse momento importante e para que o partido possa ter um porta-voz com mais afinidade com o conteúdo programático. Respeito muito o Romário, sua história e seu mandato. Mas a Executiva Nacional acha melhor ele se afastar para esclarecer as acusações feitas e ele (sobre uma suposta conta na Suíça) e seu assessor — afirmou Bomtempo.

Sem ter uma definição de Romário quanto ao desejo de concorrer à prefeitura em 2016, o PSB se prepara para outros cenários. Siqueira já conversou com o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) sobre uma possível filiação à sigla com o objetivo de concorrer à prefeitura em 2016.

— Não confirmo conversa com ninguém, mas não é só essa, são várias. Mudanças vão acontecer no partido — disse Siqueira, sem se alongar.

Fonte: O Globo

Quais são as chances de Eduardo Cunha deixar a presidência da Câmara?

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Porto Alegre

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), escapou nesta quarta-feira (16) de uma oficial de Justiça que deveria notificá-lo sobre a abertura do processo contra ele na Comissão de Ética da Câmara, mas as más notícias não cessaram com a “fuga”.

O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (16) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seja afastado do seu mandato parlamentar e da presidência da Casa, cargo que ocupa desde fevereiro.

Segundo o pedido, Cunha utilizou o cargo para interesse próprio e com “fins ilícitos”, diz a nota divulgada pela Procuradoria, que afirma ainda que Cunha usou o cargo para “constranger e intimidar” parlamentares e réus em processos judiciais.

Com mais esse revés, uma pergunta ressurge com mais força: quais são as chances de Cunha não só deixar a presidência da Câmara, mas também de perder o mandato de deputado federal?

A reportagem do UOL procurou juristas e especialistas para esclarecer como cunha ainda se sustenta e quais serão os passos a partir de agora para uma eventual saída de Cunha. Eles responderam a cinco perguntas:

  1. Cunha pode ser afastado de suas funções da presidência da Câmara?
    André Dusek/Estadão Conteúdo

    Tecnicamente sim. Mas é uma decisão que precisa ser embasada em provas materiais da atuação de Cunha contra as investigações, que ainda não apareceram. Para juristas ouvidos pelo UOL, não há provas contundentes que liguem Cunha às manobras para impedir o andamento do processo de cassação. “Um afastamento do presidente da Câmara, tomada pela decisão isolada de um colegiado, seja na Câmara ou no Supremo, deve ser cercada da mesma cautela que se tem ao analisar as eventuais responsabilidades políticas e criminais da presidente da República. A gravidade da situação é a mesma”, afirma o jurista José Eduardo Rangel de Alckmin, ex-ministro do TSE (1996 a 2001). “A prova, nesse caso, tem que ser ostensiva”, disse
    .

  2. Quem pode afastá-lo?

    Tanto o plenário da Câmara quanto o STF podem tomar essa decisão. Na Câmara, um pedido de afastamento tem que ser acolhido pela Mesa Diretora – presidida pelo próprio Cunha. No Supremo, depende de interpretação. O artigo 86 da Constituição, por exemplo, determina afastamento do cargo quando o presidente do Executivo vira réu em uma investigação. Como Cunha está constitucionalmente na linha sucessória, o artigo poderia ser aplicado a ele no caso de a denúncia ser acolhida pelo STF. Para o jurista e professor Antônio Augusto Mayer dos Santos, membro do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral, mesmo que recomende a caracterização da violação do decoro, a questão deve obedecer ao rito interno da Câmara. “O STF tem um volume bastante respeitável de decisões envolvendo parlamentares.” Segundo Santos, Cunha até poderia ser inserido num pedido de afastamento no Supremo por atuar mediante interposta pessoa (seus aliados no Conselho de Ética), mas seria uma alegação “subjetiva e polêmica”.

  3. É possível que o deputado seja preso, como ocorreu com o senador Delcídio do Amaral em novembro?
    Pedro Franca-26.fev.2014/Associated Press

    Parlamentares têm imunidade, mas podem ser presos em casos de flagrante delito criminal. Contra Amaral, pesava a acusação de integrar organização criminosa que atuou para impedir a delação premiada de um dos réus da Lava Jato, inclusive com o pagamento de propina e a oferta de fuga para o exterior. Contra Cunha não há a caracterização de que tenha atuado diretamente para impedir que seu processo fosse adiante, tanto no âmbito administrativo (Conselho de Ética da Câmara) quanto criminal (STF). Como lembra o advogado criminalista João Ibaixe Júnior, presidente do Centro de Estudos Avançados em Direito e Justiça, Cunha não é nem mesmo réu em nenhum processo, apesar dos indícios de atividade criminosa. “O controle ético é feito, no caso, pela própria Câmara”, pondera.

  4. O STF pode cassar o mandato de Cunha, independentemente da decisão que a Câmara dos Deputados venha a tomar em relação ao caso?

    Não. Decisão de agosto de 2013 no âmbito dos processos da Operação Lava Jato determinou que cabe ao Congresso definir o destino de um parlamentar condenado, revisando decisão que estabelecia a perda automática de mandato após condenação transitada em julgado. Nesse caso, o deputado só poderia ter seu mandato cassado por decisão do plenário da Câmara. “Há uma tradição de [o STF] intervir apenas quando houver uma flagrante ou ostensiva violação do devido processo legal”, afirma Antônio Augusto Mayer dos Santos.

  5. O que é preciso para que Cunha seja cassado na Câmara?

    Em primeiro lugar, é preciso admitir um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética – decisão nesse sentido foi tomada na sessão desta terça-feira (15), dois meses após a denúncia ter sido protocolada. A partir do processo, Cunha ganha prazo de 10 dias úteis para apresentar sua defesa – o prazo não conta no recesso ou em convocação extraordinária. O plenário do Conselho (23 deputados) deve votar o parecer do relator em 60 dias, contados a partir da denúncia (3 de novembro). O plenário tem duas sessões para aprovar ou não o parecer. São necessários 257 votos (maioria simples) para a cassação do mandato.

Ex-governador tucano Eduardo Azeredo é condenado a 20 anos de prisão em MG

Carlos Eduardo Cherem*
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) foi condenado nesta quarta-feira (16) a 20 anos e dez meses de prisão, em regime fechado, pela juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage. Cabe recurso à decisão. Com a sentença desta quarta, é o primeiro político do PSDB condenado no esquema do mensalão 17 anos após os crimes ocorrerem.

O tucano foi condenado por crimes cometidos durante a sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, quando acabou derrotado pelo ex-presidente Itamar Franco.

Na sentença, a juíza determina que Azeredo já comece a cumprir a pena na prisão e relembra a trajetória política do tucano. Ela questiona a versão de que o tucano não saberia da existência do esquema montado junto com o empresário Marcos Valério enquanto era governador do Estado de Minas.

“Ora, acreditar que ele (Eduardo Azeredo) não sabia de nada e foi um simples fantoche seria o mesmo que afirmar que não possuímos líderes políticos, que os candidatos a cargos majoritários são manipulados por seus assessores e coordenadores políticos.”

Foram sete os crimes atribuídos a Azeredo, entre eles o de peculato – que é o desvio de bens praticado contra a administração pública por servidor público. Os outros seis crimes são relativos a procedimentos de lavagem de dinheiro.

O ex-governador também foi condenado ao pagamento de 1.904 dias-multa cujo valor, segundo o Fórum Lafayette, de Belo Horizonte, foi fixado em um salário mínimo vigente em 1998.

O UOL não conseguiu ainda falar com os advogados de Azeredo para comentar a decisão da Justiça.

Detalhamento

Azeredo foi condenado por desviar R$ 3,5 milhões de estatais mineiras por meio das empresas de publicidade de Marcos Valério, que ficou conhecido como valerioduto e também abasteceu o esquema petista anos depois, para sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998. Valério já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal pelo seu envolvimento no mensalão do PT e atualmente cumpre pena de 37 anos de prisão.

O tucano teria utilizado contratos de publicidade de fachada para os eventos esportivos Enduro da Independência, Mundial de Supercross e Iron Biker patrocinados pelas estatais mineiras Comig, Copasa e Bemge por meio da SMP&B Comunicação, usada por Marcos Valério para abastecer os esquemas petista e tucano. Esse dinheiro, segundo a juíza Melissa Pinheiro da Costa Lage, da 9ª Vara Criminal da Capital mineira, abasteceu o caixa 2 da campanha do tucano. “Criou-se uma organização criminosa complexa, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura”, assinala a juíza na sentença.

“Foi criado um caixa robusto para a campanha eleitoral, com arrecadação de fundos de diversas fontes, inclusive de recursos públicos da Copasa, da Comig e do Bemge, aproveitando-se do uso da máquina pública”, assinala a magistrada.

“Utilizando-se das empresas de publicidade de propriedade de Marcos Valério Fernandes de Souza realizou-se o processo de legitimação do dinheiro ilícito e sua distribuição aos colaboradores da campanha, recursos esses que não constaram na prestação de contas apresentada perante a Justiça Eleitoral pela coligação PSDB-PFL”, segue a juíza na sentença.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

Temer responde a Renan: “PMDB não tem coronéis”

Nota da executiva do partido classifica como artimanhas as tentativas de recondução de Picciani à liderança da bancada na Câmara. Troca de alfinetadas escancara racha na legenda

O vice-presidente da República, Michel Temer, preferiu responder por nota às críticas feitas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), à resolução desta quarta-feira (16) da executiva nacional do partido que, na prática, proíbe a filiação de deputados de legendas governistas. “É correta a afirmação de que o PMDB não tem dono. Nem coronéis”, diz a nota assinada institucionalmente e sem citar Renan ou Temer.

A manifestação publicada no site do partido classifica de “manobras e artimanhas” as tentativas de governistas da legenda e do Palácio do Planalto de reconduzir o ex-líder da bancada na Câmara Leonardo Picciani (RJ), destituído pela maioria oposicionista por ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Neste momento, os disputantes da Liderança na Câmara dos Deputados buscavam filiar deputados transitórios apenas para assinarem lista de apoio. Isto fragilizaria o PMDB. Por isso, a decisão da Executiva de evitar tais procedimentos”, explica a nota.

O documento também pede respeito à memória de Ulisses Guimarães. O antigo deputado, que em 1992 desapareceu no mar de Angra dos Reis depois de um acidente de helicóptero. Renan tinha citado que Ulisses deveria estar se revirando no túmulo com a decisão da executiva do partido. Abaixo a íntegra da nota:

“Sobre as declarações do presidente do Senado, cabe destacar que:

1 – A Comissão Executiva Nacional do PMDB é órgão colegiado com plena competência para tomar decisões que preservem o partido de manobras e artimanhas que quebrem artificialmente a vontade expressa legitimamente pelas suas instâncias internas. Neste momento, os disputantes da Liderança na Câmara dos Deputados buscavam filiar deputados transitórios apenas para assinarem lista de apoio. Isto fragilizaria o PMDB. Por isso, a decisão da Executiva de evitar tais procedimentos.

2 – É correta a afirmação de que o PMDB não tem dono. Nem coronéis. Por isso, suas decisões são baseadas no voto. O resultado apurado na reunião de hoje da Executiva foi de 15 votos a favor da resolução e dois contrários, resultado revelador de ampla maioria. Decisão, portanto, democrática e legítima.

3 – O deputado Ulysses Guimarães foi a maior liderança do PMDB. Qualquer jovem peemedebista sabe que seu desaparecimento se deu em um acidente em Angra dos Reis, em 1992. Seu corpo repousa no fundo do mar e devemos manter o respeito à sua história e sua memória, sem evocar seu nome em discussões que em nada enobrecem seu exemplo de retidão, honestidade e decência para todo o PMDB.

Assessoria de Imprensa do PMDB”

Janot pede ao STF afastamento de Eduardo Cunha

Pedido tem como objetivo impedir que peemedebista atrapalhe investigações da Lava Jato. Procurador-geral da República diz que presidente da Câmara usa prerrogativas do posto em benefício próprio

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quarta-feira (16), um pedido de afastamento cautelar do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de suas funções no comando da Casa. A iniciativa tem como objetivo impedir que Cunha, já denunciado ao Supremo no âmbito da Operação Lava Jato, atrapalhe as investigações e tente interferir na instrução dos processos – motivo pelo qual . Para Janot, o peemedebista, alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, tem usado as prerrogativas do posto em benefício próprio.

Em entrevista coletiva na Câmara, Cunha tentou desqualificar a decisão de Janot e  negou que tenha tentado impedir as investigações que o têm como alvo na Lava Jato. Sobre as denúncias de que recebeu R$ 52 milhões em propina no exterior – informação sobre a qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) diz ter provas –, o deputado voltou a negar as acusações e disse que elas se referem a “fatos pretéritos”.

“Achei absurdas as colocações que estão lá. Meus advogados vão ver isso depois. É mais um processo político de quem me escolheu para ser investigado”, declarou o deputado, negando também que esteja adiando o recebimento da notificação do Conselho de Ética sobre a continuidade do processo que pode culminar em sua cassação. Ele já deveria ter recebido o comunicado, mas negou agir para atrasar rito do colegiado e garantiu que o receberá nesta quinta-feira (17).

“Eu marquei às oito da manhã e vou receber às oito da manhã”, sintetizou.

Segundo reportagem veiculada hoje (quarta, 16) no site da revista Época, dois novos delatores confessaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que Cunha cobrava propina para liberar dinheiro do FI-FGTS para empresas e recebia tais valores em contas até o momento desconhecidas, na Suíça e em Israel. Segundo documentos obtidos pela publicação, a PGR afirma ter reunido provas de o total de propinas recebidas por Cunha chegou a R$ 52 milhões, divididas em 36 prestações. Ainda de acordo com a reportagem, a revelação foi feita por meio da delação premiada de Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da empreiteira Carioca Engenharia.

Um dos primeiros denunciados ao STF por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato na Petrobras, Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao afirmar que jamais teve conta no exterior e nunca recebeu dinheiro desviado da estatal. Por outro lado, com base em informações remetidas ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça, a PGR incluiu no inquérito contra Cunha no Supremo denúncia de que, de acordo com seis delatores, o deputado recebeu milhões em propinas desviadas de contratos da petrolífera. O conflito de versões levou o Psol e Rede a representar contra Cunha no Conselho de Ética, mas a conclusão do processo ficará para 2016.