Sabe aquela história de sair para um jantar romântico, depois emendar um motel com o par? Não faz muito sentido se a ideia é ter uma boa performance no sexo. De barriga cheia, o organismo desvia a energia para a digestão, deixando o casal sonolento e preguiçoso. Para piorar, o processamento dos alimentos também pode ficar mais lento e ineficiente. O resultado? Azia, dor de estômago, flatulências, arrotos e distensão abdominal – todos sintomas poucos afrodisíacos. “O estômago tem a função de quebrar as moléculas grandes dos alimentos em partes menores, para que possam ser absorvidas no intestino. Se comemos muito, a digestão é prejudicada”, explica a nutricionista Maria Flávia Sgavioli, especializada em nutrição clínica funcional pela VP Consultoria Nutricional.
Quantidade e qualidade do alimento contam
É difícil estipular uma quantia exata de comida indicada para cada pessoa, porque é preciso considerar o metabolismo individual. Mas a recomendação é fazer uma refeição leve, suficiente apenas para matar a fome, sem ficar empanturrado. A escolha dos alimentos também deve ser cautelosa, diz a nutricionista Gabriela Cilla. “Frituras diminuem a disposição para o sexo e para qualquer outra atividade física. Carne vermelha, queijos e massas também não são uma boa pedida antes da relação sexual”, diz a profissional.
Deixe a sobremesa para depois
Se entregar a uma sobremesa calórica antes do ato sexual também causa sonolência e restringe a capacidade de fazer movimentos rápidos. “É a chamada hipoglicemia de rebote, que acontece após o alto consumo de açúcar”, diz Gabriela. Antes da transa, é melhor optar por frutas ou chocolate amargo – este último pode até aumentar a sensação de prazer, porque induz a produção de serotonina. Durante as preliminares, vale abrir uma exceção às brincadeiras açucaradas, como passar chantilly no corpo do par.
Bebidas também influenciam
Com moderação, a bebida alcoólica causa relaxamento e ajuda a se soltar durante a relação sexual. “A recomendação é beber uma taça de vinho, que, em longo prazo, atua como antioxidante e pode melhorar a qualidade embrionária”, diz o ginecologista Luiz Fernando Carvalho, médico do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libânes. Uma caipirinha também pode – as bebidas destiladas são preferíveis nesse momento. O champanhe, considerado sexy, é gaseificado e pode provocar arrotos, assim como o refrigerante. “O lúpulo da cerveja diminui a testosterona e, consequentemente, a libido”, afirma o médico Thiago Ferreira, especializado em Urologia pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de São Paulo. Mas, em excesso, qualquer bebida alcoólica atrapalha, porque afeta a ereção masculina e a lubrificação feminina.
Escolha bem o restaurante
Esqueça os rodízios, churrascarias e hamburguerias. Prefira um local que sirva pratos à la carte. A refeição perfeita é composta por salada e carne branca magra – peixe ou frango. “Se for comer massa, opte pela integral e pelo molho de tomate fresco. Deixe de lado o molho branco, que é muito gorduroso”, diz Maria Flávia Sgavioli. E para quem acha essas opções pouco românticas, Gabriela Cilla recomenda a cozinha tailandesa, que tem pratos com condimento picantes, que melhoram a libido. “Da mesma forma, a culinária mexicana tem alimentos que são termogênicos, aceleram o metabolismo e melhoram a performance”, diz. Mas é preciso fugir das receitas muito gordurosas ou que têm a carne vermelha como base. Castanhas, amendoins e ostras, em quantidade moderada, também podem ser considerados aliados de uma transa memorável.