Arquivo diários:27/05/2017

Investigação vê elo entre JBS e Transpetro

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Garibaldi, Agripino, Walter e Felipe Maia, citados na delação da Transpetro pelo delator Sérgio Machado

Jamil Chade

De Genebra (Suíça)

A empresa de fachada usada pela JBS para camuflar recursos na Suíça também aparece nas investigações sobre a transferência de dinheiro ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. No ano passado, áudios divulgados de conversas do ex-executivo levaram à queda do senador Romero Jucá (PMDB-RR), na época, ministro do Planejamento do governo Michel Temer.

A empresa fundada no Panamá, Lunsville International, era controlada pela JBS e, conforme revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”, mantinha suas contas no banco Julius Baer como forma de distribuir pagamentos de propinas.

Com base em Zurique, a empresa de fachada usava três contas — em euro, dólar e franco suíço — para fazer as movimentações. Procurado pelo Estado, o nome oferecido pela JBS como o gerente da conta na Suíça, o brasileiro Fernando Marques, não se pronunciou. Entre os documentos apresentados ao Ministério Público, estava um cartão de visitas do gerente de contas.

No caso de Machado, o nome da empresa de fachada também aparece em sua delação premiada. É seu filho, Expedito Machado da Ponte Neto, que explica aos procuradores como seu pai recebia o dinheiro da propina no exterior. Uma das empresas que fazia o depósito era a Lunsville International.

Segundo Expedito Machado, existia uma planilha que ele usava para “prestar contas” a seu pai. Nela, aparecia o nome Lunsville International. Essas transferências teriam ocorrido em 2007 e 2008. O que se busca saber agora é o motivo pelo qual o mesmo nome de empresa aparece tanto no caso da Transpetro como no caso da JBS.

Machado fechou um acordo de delação premiada e indicou que repassou propina a mais de 20 políticos de seis partidos.

Maria Silvia reclamava de investigações da PF contra o BNDES

GUSTAVO URIBE
MARINA DIAS
BRUNO BOGHOSSIAN
DE BRASÍLIA

SÃO PAULO, SP - 08.05.2017: PRESIDENTE DO BNDES PALESTRA NO LIDE - A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos, é convidada nesta segunda-feira (08), para o Almoço-Debate do LIDE (Líderes Empresariais), abordando o tema "Desenvolto ento como fator de geração de negócios e empregos". (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1316789 *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***Sob críticas de ministros e empresários, a economista Maria Silvia Bastos ensaiava desde a semana passada sua saída do comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Em conversas reservadas, ela reclamava da pressão de empresários e investidores para a liberação de financiamento da instituição financeira e se queixava do desgaste provocado à sua imagem pelas investigações da Polícia Federal sobre operações do banco público.

Segundo relatos de interlocutores, ela dizia que era complicado lidar com as operações policiais quando não tinha nenhuma relação com as irregularidades supostamente praticadas em gestões anteriores. Ela argumentava que o risco de punição a dirigentes do banco dificultava o andamento de processos de financiamento.

O ponto alto da insatisfação ocorreu no dia 12 de maio, com a deflagração da Operação Bullish, que apura suspeitas de irregularidades na maneira como a instituição financeira aprovou investimentos de R$ 8,1 bilhões na expansão da JBS, maior processadora de carne do mundo.

Fonte: Folha de São Paulo

CMN aprimora definição de imóveis novos para financiamento habitacional

Resultado de imagem para s dantas empreendimentos imobiliáriosAgência Brasil

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprimorou a definição de imóveis novos. De acordo como Banco Central, a medida esclarecerá dúvidas do mercado imobiliário na hora de conceder financiamentos com recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que cobra juros menores, de até 12% ao ano.

Em fevereiro, o CMN tinha ampliado para R$ 1,5 milhão o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados pelo SFH. A medida, no entanto, só vale para imóveis novos. Na reunião de hoje, o Conselho Monetário esclareceu que podem ser considerados imóveis novos as unidades já construídas, mas ainda não vendidas pelas incorporadoras, com habite-se (autorização para habitação) concedido nos últimos 180 dias.

De acordo com a chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro, Sílvia Marques, havia dúvidas se o limite de R$ 1,5 milhão, que vigora até o fim do ano, valeria apenas para imóveis na planta (vendidos, mas ainda não construídos). Com o esclarecimento, o CMN ampliou a definição, permitindo que imóveis já construídos possam ser financiados com juros mais baixos.

Contratos com aumento de saldo devedor

O conselho também revogou uma norma editada em novembro do ano passado que proibia financiamentos habitacionais cujo saldo devedor poderia subir em alguns momentos ao longo do pagamento das parcelas. Para substituir o texto, o CMN editou uma circular que obrigará os bancos a elevar o capital que deverá ficar parado na instituição em contratos com aumento de saldo devedor.

De acordo com Silvia Marques, essa última mudança não chegará a afetar os mutuários porque a proibição dos contratos com aumento de saldo devedor estava prevista para valer apenas para financiamentos concedidos a partir de 1º de setembro. Dessa forma, alguns bancos poderão continuar a oferecer contratos com prestações constantes em que, pelo menos uma vez a cada três meses, o saldo devedor sobe.

Como os contratos com alta do saldo devedor têm maior possibilidade de inadimplência, o CMN estabeleceu que, nesses casos, a instituição financeira aumente o requerimento de capital mínimo que deverá ficar parado para cobrir o risco de calote. Na prática, a medida funciona como uma multa para os bancos que oferecem esse tipo de contrato, sem proibir, no entanto, as operações com aumento de saldo devedor.