O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 18, no segundo dia da caravana ao Nordeste, que, se o cidadão não quiser ser governado por “ladrão”, deve ele mesmo entrar na política.
“Quando você disser que o Lula é ladrão, que o deputado tal é ladrão, que o prefeito tal é ladrão, quando todo mundo for ladrão e ninguém prestar, ainda assim você vai ter que tomar uma decisão que é a de entrar na política. Porque o político honesto que vocês querem está dentro de vocês”, disse o ex-presidente em palestra com ares de comício na 4.ª Jornada da Juventude em Cruz das Almas.
Proibido pela Justiça de receber o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Lula participou de dois atos públicos na cidade. O primeiro, na entrada da universidade, foi organizado às pressas para preencher o buraco na agenda da caravana. Antes, visitou a universidade fundada em 2006, no final de seu primeiro governo, e foi recebido pela direção, professores e funcionários que lhe presentearam com a escultura de uma machadinha de Xangô, o orixá guerreiro do candomblé.
O segundo foi a palestra na Jornada da Juventude. Para evitar problemas com a Justiça Eleitoral, o prefeito de Cruz das Almas, Orlandinho (PT), tratou de dizer que aquilo não se tratava de campanha antecipada nem uso eleitoral da máquina municipal. “Não usamos nem a luz, só usamos o som, e se reclamarem fazemos uma vaquinha e pagamos o som”, disse o prefeito.
Lula tentou se ater ao tema da palestra que era “juventude e política”. “Às vezes você xinga um político de ladrão e nem lembra que votou nele”, disse.
O ex-presidente voltou a fazer referências a Tiradentes e se disse injustiçado por causa da condenação. “Por que me perseguem tanto? Acho que é por termos conseguido fazer com que o povo brasileiro possa ter o sonho de uma vida melhor”, afirmou.