O empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht, disse em depoimento à Justiça nesta segunda-feira (4) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “acabou aceitando” um terreno, pago com recursos ilícitos, que seria destinado à construção do Instituto Lula. A entidade nunca ocupou o local.
Odebrecht foi o primeiro réu interrogado pelo juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, em processo no qual Lula também é réu.
Em nota divulgada após o depoimento, a defesa do ex-presidente disse que “Lula jamais recebeu a propriedade ou a posse de qualquer dos imóveis indicados pelo MPF, muito menos em contrapartida de qualquer atuação em contratos firmados pela Petrobras.” (veja abaixo a nota na íntegra)
Nota divulgada por Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, após o depoimento de Marcelo Odebrecht:
“Sobressai do depoimento prestado hoje por Marcelo Odebrecht que não há qualquer relação entre os temas discutidos na Ação Penal n. 50631301172016404-70000 e a Petrobras e, ainda, que o ex-executivo não tratou de qualquer contrapartida com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Marcelo, que é delator, negou peremptoriamente qualquer atuação em relação aos 8 contratos indicados na denúncia e ainda que tenha tratado de qualquer contrapartida em relação a esses contratos em favor de Lula.
“Com esse depoimento Marcelo destrói a acusação apresentada pelo Ministério Público Federal. Lula foi acusado nesse processo porque segundo a versão do MPF ele teria recebido 2 imóveis em contrapartida por ter atendido a pedido de favorecimento de Marcelo Odebrecht em relação a esses 8 contratos firmados pela Petrobras.
“O depoimento de Paulo Melo mostrou as fragilidades das declarações de Marcelo Odebrecht em relação a Lula e ao Instituto Lula.
“A verdade é que Lula jamais recebeu a propriedade ou a posse de qualquer dos imóveis indicados pelo MPF, muito menos em contrapartida de qualquer atuação em contratos firmados pela Petrobras.
“Mais uma vez registramos no início da audiência o cerceamento de defesa imposto ao ex-Presidente Lula. O MPF está tendo acesso a documentos que são negados à defesa de Lula. Por isso impetramos também hoje habeas corpus perante o Tribunal Regional Federal da 4a. Região objetivando reverter essa ilegalidade.”