A Marinha argentina confirmou nesta quinta-feira (23) que um ruído detectado na zona de buscas do submarino ARA San Juan é “consistente com o de uma explosão”, aumentando os indícios de que essa pode ter sido a causa do desaparecimento da embarcação, na quarta passada (15), com 44 tripulantes a bordo.
O áudio, registrado no próprio dia 15, horas depois da última comunicação do ARA San Juan com a Marinha, foi detectado pela Áustria e pelos Estados Unidos praticamente na mesma localização, segundo Enrique Balbi, porta-voz da Marinha. O ponto da explosão fica 60 quilômetros depois do local onde houve a última comunicação do ARA San Juan, a 430 km da costa argentina.
“Recebemos da Áustria um informe que confirma o que o governo norte-americano reportou ontem. É a informação de um registro de um evento anormal, singular, curto, violento e não nuclear que é consistente com uma explosão. O que é contundente é que recebemos, de duas fontes distintas, quase a mesma informação”, afirmou Balbi.
Segundo ele, no entanto, as buscas pelo ARA San Juan “continuam da mesma maneira, até que haja uma certeza” sobre o destino do submarino. São pelo menos 13 países, incluindo o Brasil, participando da operação.
Balbi também disse que a Marina não tem “qualquer evidência” que aponta para um ataque contra o submarino.
Em sua última comunicação, o ARA San Juan informou à Marinha uma avaria nas baterias.
Familiares se revoltam
Após o comunicado oficial de Balbi, familiares dos tripulantes se revoltaram com a falta de clareza da Marinha argentina em suas informações, principalmente sobre a possibilidade de os militares que estavam no submarino estarem mortos.
“Não disseram a palavra ‘mortos’, mas foi o que deu para entender”, disse Itatí Leguizón, mulher de Germán Suárez, um dos 44 tripulantes, à imprensa argentina. Exaltada, ela disse que “não houve nenhuma explicação” mais detalhada.