PT reforça pressão no STF e organiza atos pró-Lula

Por Cristiane Agostine | Valor

SÃO PAULO  –  O PT encampou o mote “Lula Livre” e anunciou a realização de atos para acompanhar o julgamento dos recursos de Luiz Inácio Lula da Silva e a possível prisão dele no fim deste mês. Em resolução divulgada nesta quinta-feira, o partido reforçou a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a detenção de Lula e disse que “será um escândalo nacional e internacional” a eventual prisão do petista sem que ações e habeas corpus apresentados pelo ex-presidente sejam julgados.

“Está na responsabilidade do STF julgar as ações e os pedidos de habeas corpus que restabelecem o direito constitucional à presunção de inocência; o direito de cada cidadão, não apenas Lula, de recorrer em liberdade até a última instância. Prender Lula antes que essas ações e habeas corpus sejam julgados será um escândalo nacional e internacional”, afirmou o partido na resolução. A Executiva petista reuniu-se nesta quinta-feira em Salvador para discutir os rumos do partido depois de uma eventual prisão de Lula.

No texto, o partido afirmou que há uma tentativa não só de impedir Lula de ser candidato à Presidência neste ano, mas também de “humilhá-lo com a prisão”. O PT voltou a afirmar que o ex-presidente é candidato. “Não existe plano B para o PT nem para a maioria do povo brasileiro. Eleição sem Lula é fraude”.

A cúpula do PT disse que pretende panfletar folhetos com a defesa de “Lula Livre” em “locais de trabalho, porta de fábrica, escolas, universidades, metrô, pontos de ônibus, nos bairros, casa a casa” nos dias 22, 23 e 24 — antes do julgamento do recurso de Lula no Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF-4), no dia 26.

No dia do julgamento, o partido convocou uma vigília em frente à Justiça Federal e ao Tribunal de Justiça, nas capitais. Se a defesa de Lula for derrotada, o ex-presidente pode ser preso em regime fechado já no dia 26 ou 27. O petista foi condenado em segunda instância a 12 anos e um mês pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

No dia 27, a legenda pretende fazer novas panfletagens nas capitais e um dia depois, atos em defesa da “democracia e da Justiça” em universidades.