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SÃO PAULO – Após uma semana negativa para o Ibovespa mesmo com poucos dados no radar, os próximos dias prometem ser bastante agitados no mercado com uma forte bateria de indicadores, tanto no Brasil quanto no exterior, com destaque para a definição de juros do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Fomc (Federal Open Market Committee), que devem mexer nas taxas, com ambos eventos ocorrendo na quarta-feira (21).
Por aqui, desde a última semana o mercado já passou a cravar um novo corte da Selic, que levaria a taxa para 6,50% ao ano, na 12ª redução consecutiva. Após o último encontro, os membros do Banco Central sinalizaram que iriam encerrar o ciclo, mas com os dados de inflação surpreendendo para baixo e a economia ainda cambaleante, as projeções mudaram e deve ser confirmando um corte de 25 pontos-base.
No mesmo dia, o Fomc também se reúne no principal evento externo da semana. A expectativa predominante no mercado é que o Comitê subirá o juro em 25 pontos-base, levando a taxa para o intervalo entre 1,5% e 1,75% ao ano. Porém, este não será o foco dos investidores, que ficarão atentos ao comunicado e às projeções que serão apresentadas após a decisão.
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A expectativa é que as projeções dos diretores apontem para quatro altas de juros no ano, mas ainda não é algo unânime entre os analistas, já que dados recentes da economia também justificam a manutenção de três altas, que até pouco tempo era o cenário-base do mercado.
Outros indicadores
Além dos juros, a semana terá, no Brasil, outros dados importantes, como o IBC-Br da janeiro, considerado a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), os números de emprego e também o IPCA-15 de março, que também serve de prévia para a inflação oficial do País.
O primeiro a ser apresentado será o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), na segunda-feira (19) às 8h30 (horário de Brasília). A projeção dos analistas consultados pela Bloomberg é de um ligeiro recuo de 0,2% ante o mês de dezembro. O resultado reflete o fraco resultado da indústria e dos serviços, que caíram 2,4% e 1,9%, respectivamente.
Já na sexta-feira (23), será a vez do IBGE divulgar o IPCA-15 de março, que deve mostrar alta de apenas 0,20% segundo projeção da Bloomberg, levando o acumulado em 12 meses para abaixo do piso da meta, em 2,90%. Segundo a GO Associados, a prévia da inflação deve mostrar ausência de pressões relevantes. Os alimentos devem seguir bem-comportados, com uma alta bastante moderada, considerando a sazonalidade do período. Os transportes, que também pressionaram o indicador nas últimas medições, devem mostrar arrefecimento.
Ainda sem data definida, o Ministério do Trabalho deve divulgar os dados do Caged referente ao mês de fevereiro na próxima semana. A GO Associados estima geração líquida positiva de 145 mil vagas de emprego formal no mês. Fevereiro normalmente é um mês positivo, reflexo da contratação de funcionários pelo setor de ensino para o início do ano letivo.
No campo político atenção para o noticiário sobre pressões para que o STF altere a decisão de permitir a prisão de condenados após julgamento em segunda instância por conta do julgamento dos recursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro Marco Aurélio Mello pode motivar a discussão em plenário sobre a prisão em 2ª instância. Além do PT e de partidos da base, a ministra Cármen Lúcia sofre pressão de colegas para colocar o assunto em pauta.
No exterior, a agenda é mais tranquila, com alguns dados de inflação e serviços na Europa, enquanto nos EUA atenção para discursos de três membros do Federal Reserve. Além disso, na quinta-feira (22), também serão apresentados dados de emprego e os PMIs da indústria e serviços norte-americanos.
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