Por Folhapress
BRASÍLIA – Às vésperas do julgamento dos recursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sua defesa protocolou na tarde desta sexta-feira (16) petição pedindo a absolvição do petista e a nulidade do caso do tríplex em Guarujá (SP), com base no que um ex-diretor da Odebrecht que se tornou delator disse em um depoimento recente.
Em depoimento ao juiz Sergio Moro no dia 23 de fevereiro, o ex-diretor da empreiteira Márcio Faria afirmou que, nos acertos entre as construtoras que participaram dos contratos firmados pelo consórcio Rnest/Conest com a Petrobras, coube à Odebrecht pagar a propina que seria destinada ao ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e ao PT.
Com isso, argumentam os advogados de Lula, ficaria demonstrado que a empreiteira OAS não teve nenhuma responsabilidade por pagamentos destinados ao PT nesse contrato, um dos aspectos centrais da denúncia da Procuradoria-Geral da República que levou à condenação de Lula por corrupção passiva no caso do tríplex.
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro afirmou que as despesas com a reforma do tríplex eram parte dos pagamentos que ele acertara com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para garantir seus contratos na Petrobras. Em declaração à Justiça após a condenação de Lula, Vaccari afirmou que não fez nenhum acordo desse tipo com o empreiteiro.