Planalto diz que crise pode unir, mas parlamentares “decretam” fim do governo Temer

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José Agripino Maia

Luciana Amaral e Gustavo Maia/ UOL, em Brasília

Enquanto o Planalto diz que a crise dos caminhoneiros pode unir o Congresso Nacional, parlamentares ouvidos pelo UOL nesta terça-feira (29) decretaram o fim simbólico do governo do presidente Michel Temer (MDB).

Pela manhã, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), responsável pela articulação política do Planalto, disse que a crise pode, ao invés de separar, unir governo, base aliada e até oposição para resolver o atual impasse causado pela paralisação de parte de caminhoneiros.

“No lugar de separar, pode até unir. Unir forças políticas em torno de algumas propostas que nós sabemos que são necessárias. [Ontem] senti esse espírito”, declarou

Para o senador Agripino Maia (DEM-RN), este é um governo frágil, “que perdeu as condições de fazer as reformas e vai cumprir o tempo até o final”.

Sobre a possibilidade de Temer não terminar seu mandato, seja por meio de afastamento após uma eventual terceira denúncia da PGR ou por pressão popular, agravada pela crise dos caminhoneiros, o parlamentar denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro optou pela diplomacia.

“É uma crise de tal forma grave que quem se aventurar a botar a última gota d’água no copo já cheio, vai estar jogando contra o país”, declarou ao UOL. “A própria rua já refletiu que se você apoiar movimento A, B ou C você vai jogar contra si próprio, contra sua família”, acrescentou.

O Líder da bancada do PSB na Câmara, que faz oposição ao Planalto, o deputado Júlio Delgado (MG) é categórico em sua avaliação: “o governo do Temer acabou, perdeu legitimidade, credibilidade e acima de tudo respeito por parte da sociedade”.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (MDB-MG), afirmou que os parlamentares estão assustados com a falta de informação e comunicação por parte do Planalto perante o Congresso. Segundo ele, o governo “vem mal há muito tempo”, mas agora não deverá mais conseguir aprovar matérias de seu interesse na Câmara.

Líder em exercício do PT na Câmara, o deputado Carlos Zarattini (SP) afirmou que o governo Temer “já tornou a situação do Brasil pior do que a Venezuela”.