Arquivo diários:10/06/2018

Papéis revelam ação de ditaduras contra EUA

O presidente norte-americano Jimmy Carter (à esq.) conversa com o presidente Ernesto Geisel durante jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF).
O presidente norte-americano Jimmy Carter (à esq.) conversa com o presidente Ernesto Geisel durante jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF). – 29.mai.1978/Folhapress
Rubens Valente
FOLHA DE SÃO PAULO/BRASÍLIA

Uma série de 16 documentos inéditos revela uma operação secreta nos anos 1970 entre ditaduras da América do Sul contra o governo do então presidente dos EUA, Jimmy Carter (1977-81).

Segundo os papéis, os militares montaram uma reação em bloco, do qual o Brasil não quis participar, contra críticas de Carter sobre as violações de direitos humanos que ocorriam na região.

Os documentos, que têm carimbo de secreto, foram obtidos pelo pesquisador Matias Spektor, colunista da Folha e professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas.

Os textos descrevem uma operação de codinome Faro a partir de 9 de maio de 1977, quando o presidente Ernesto Geisel recebeu uma carta do colega uruguaio. Aparicio Méndez (1904-1988) anunciou uma missão de seu enviado ao Brasil, o general Gregorio Alvarez (1925-2016), então chefe de divisão do Exército e que viria a governar o Uruguai em 1981 —o país sofreu um golpe de Estado em 1973.

Geisel recebeu a cartas das mãos de Alvarez em audiência no Palácio do Planalto.

O uruguaio disse que seu governo estava preocupado com “as posições políticas assumidas pelo presidente Carter desde sua posse”, em especial “a campanha relativa aos direitos humanos e as medidas concretas levadas a efeito contra alguns governos latino-americanos”.

Alvarez disse a Geisel que havia um “perigo” entre medidas analisadas no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento, pois os EUA queriam vincular a proteção dos direitos humanos à liberação de recursos. Propôs uma reunião dos presidentes da região e disse que o plano já tinha o apoio de Argentina, Paraguai e Chile.

No mesmo dia, segundo os documentos, Geisel convocou uma reunião no Alvorada com o chanceler brasileiro, Azeredo da Silveira, e os ministros e generais João Baptista Figueiredo (SNI), Hugo Abreu (Casa Militar) e Golbery do Couto e Silva (Casa Civil). Geisel decidiu que sua participação no esforço contra Carter seria “inoportuna e inconveniente”.

“O quadro político brasileiro não é idêntico aos dos demais países do cone sul, que estão passando por uma etapa indispensável da repressão da subversão”, disse.

Além disso, “o Brasil sempre seguiu a política de não criar blocos [e] não participar de blocos” regionais, e um grupo como o sugerido “criaria desconfianças”. Para Geisel, “é muito mais eficaz que os países atingidos por alguma dessas medidas tenha ação concertada, mas não pública”.

No encontro, o general afirmou que Alvarez lhe explicou que a ideia era “uma ação destinada a convencer o governo norte-americano da necessidade de corrigir algumas de suas diretrizes, de modo a fortalecer o mundo ocidental”.

Geisel ponderou: “O resultado aparente final será a criação de um grupo para combater a atual administração norte-americana, o que trará graves danos à política bilateral com os EUA e o relacionamento dos países do cone sul com os demais do Ocidente”.

Para ele, “o que importava e ainda importa é quebrar o ‘impetus’ inicial da administração norte-americana, o que parece estar acontecendo”.

Em seguida, Geisel determinou que o general Octavio Aguiar de Medeiros (1922-2005) levasse pessoalmente sua resposta durante reunião em Montevidéu de 12 a 16 de maio de 1977, com representantes do Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai.

Medeiros disse depois que procurou mostrar, no encontro, “as dificuldades e os inconvenientes” de uma ação contra os EUA.

O general Alvarez retrucou falando do “desrespeito dos EUA à soberania” dos países e “a ameaça crescente da subversão e da expansão comunista no Ocidente”.

Segundo a documentação, naquele momento ficou claro que a iniciativa do bloco partira na verdade do Chile, que “propôs ao Uruguai que a patrocinasse”. Sob a ditadura de Augusto Pinochet (1915-2006), o Chile já havia desencadeado na mesma época a Operação Condor, associação entre países latinoamericanos para localizar e matar opositores dos regimes militares locais.

Ao final da reunião, os participantes se manifestavam em favor da aliança. O Brasil, último a falar, se disse contrário, para surpresa dos presentes. O representante da Argentina disse que seu país também não faria parte da aliança.

Medeiros escreveu que “a situação de isolamento e abandono a que se sentem, principalmente esses dois países [Chile e Uruguai], em face da política exterior do atual governo dos EUA é a causa principal da iniciativa tomada”.

“Qualquer referência” ao assunto “deverá ser feita, entre os países participantes, pela designação código Operação Faro”, continuou, sem explicar o porquê do nome.

Para Spektor, a decisão de Geisel se explica porque, “quando o regime militar brasileiro fazia sua abertura, os do Chile, Uruguai e Argentina estavam se fechando”.

Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos gaúcho, disse que os papéis mostram uma contradição da ditadura brasileira. “Poucos meses antes, em março, o Brasil havia denunciado o acordo militar com os EUA porque o governo Carter criticara o país por sua política de direitos humanos”.

Mega-Sena acumula e pode pagar R$ 14 milhões na 4ª feira

Ninguém acertou as seis dezenas – 10, 19, 26, 35, 38 e 39 – do concurso 2048 da Mega-Sena, sorteadas neste sábado (9), em Goiás.

O próximo concurso, o de número 2049, a ser realizado na próxima quarta-feira (13), pode pagar R$ 14 milhões. As informações são do site da Caixa Econômica Federal.

Leia também no Blog do Primo: Delação requentada de Ritinha é para desviar atenção para Operação Cidade Luz que evolve Carlos Eduardo Alves

A Quina teve 36 apostas ganhadoras com R$ 57.189,69 para cada uma. A Quadra registrou 3.611 apostas ganhadoras com R$ 814,50 para cada uma delas.

Encontro do PR em Mossoró supera expectativas com presença de lideranças das regiões Oeste e Salineira

O PR lotou o auditório do Hotel VillaOeste, em Mossoró, na manhã deste sábado (09), com as presenças de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, ex-vereadores, filiados e lideranças políticas das regiões Oeste e Salineira durante o IV Encontro Regional do partido. Com o tema “Trabalho para fortalecer o RN”, o Encontro nas terras de Santa Luzia reuniu mais de 400 pessoas e teve os pré-candidatos Tião Couto e Jorge do Rosário, como anfitriões.

O presidente estadual do PR, João Maia, fez a abertura chamando atenção para a importância de se investir nas pessoas, capital humano, qualificar e gerar emprego. E a política tem essa responsabilidade. “O trabalhador precisa viver em uma sociedade onde as regras sejam vistas. Estudos mostram que os países que têm capital físico, tecnológico, humano e institucional,  sofrem crises mas crescem mais rápido e tem desenvolvimento. Só quem cria capital institucional é a política”, disse João Maia.

Durante o evento, os depoimentos de superação e empreendedorismo de cada integrante da mesa abriram espaço para a palestra do empresário Antônio Leite Jales (Toinho da Ster Bom), que encerrou o Encontro.

Um momento chamou atenção de todos, quando o empresário e pré-candidato a deputado federal Tião Couto chamou até a mesa o Sr. Francisco Ferreira Souto Filho (Soutinho), com 92 anos, que fez questão de se filiar ao PR. “Soutinho nunca havia se filiado a um  partido e o PR foi o único que despertou tal interesse”, declarou Tião Couto.

Resultado de imagem para encontro do PR em Mossoró

Almoço oferecido por Álvaro Dias ao candidato Carlos Eduardo Alves em Caicó faltou gente e sobrou comida

Dos caciques bacuraus só faltou Henrique que está preso não podendo comparecerApesar do esforço do prefeito de Natal Álvaro Dias, que também exerce liderança no Seridó, para juntar lideranças do MDB num almoço no Restaurante Ponto Certo em Caicó para fazer campanha do seus candidatos a deputado estadual e  Carlos Eduardo Alves a governador, o almoço foi um fracasso..

Segundo o Bacurau da Cabeça Branca, no rega bofe de promovido por Álvaro faltou gente e sobrou comida.. Só compareceram os cabos eleitorais que votarão no filho de Álvaro para deputado estadual o delegado Adjuto Neto que deverá ser o candidato mais votado do MDB.

O senador José Agripino foi aconselhado a não comparecer, no Seridó seus correligionários são históricos inimigos dos bacuraus, certamente não seria bem recebido..

Nem os blogs do Seridó deram destaque ao almoço, para assessoria de Álvaro é melhor esquecer o assunto..

Memória do Blog do Primo

Dix-Huit Rosado foi médico do serviço de saúde da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte. Foi prefeito do município de Mossoró por três mandatos, deputado estadual de 1947 a 1951, deputado federal de 1951 a 1955 e de 1955 a 1959, e senador de 1959 a 1967.[2]Casou-se com Nayde Medeiros Rosado onde teve seis filhos:Liana Maria,Mário, Margarida, Maria Cristina, Nayde Maria e Carlos Antonio.

Foto da campanha para prefeito de Mossoró na eleição de 1992 quando foi eleito prefeito pela terceira vez.

Na próxima a Memória do Blog do Primo vai contar a penosa saga do atual prefeito de Natal Álvaro Dias para ser candidato a vice-prefeito do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves.

PT põe no papel promessa de sacrificar candidatos para atrair PSB

Por Folhapress

BELO HORIZONTE  –  Sob protestos da esquerda do partido, o comando do PT formalizou neste sábado (9) a disposição de sacrificar suas candidaturas estaduais em troca do apoio do PSB e do PCdoB na corrida presidencial.

Por 19 votos contra cinco e uma abstenção, a Executiva Nacional do PT registrou em papel que “está clara a primazia do projeto nacional sobre as disputas regionais”. A resolução submete as candidaturas e alianças estaduais à prévia autorização da cúpula partidária.

“Toda e qualquer definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que ser submetida antecipadamente à Comissão Executiva”, diz a nota.

Ex-ministro e chefe de gabinete da presidência do PT, Gilberto Carvalho afirma que “este é um sinal” para o PSB.

Segundo petistas, seus termos forem discutidos com integrantes do PSB.

Redigido após quatro horas de discussão, o texto sela um compromisso com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB): a candidatura da petista Marilia Arraes será abortada caso ele leve o PSB para o palanque do PT à Presidência.

A resolução determina como prioridade “construir uma coligação nacional para apoiar a candidatura Lula com PSB, PCdoB e outros partidos que venham a assumir este apoio”.

O documento diz também que “essa construção passa pela indicação do candidato a vice-presidente em entendimento com os partidos aliados”.

Durante a reunião, o PT de Minas engrossou uma pressão para que Marilia admitisse desistir em favor de uma composição nacional com o PSB, na qual o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda pudesse ocupar a vice na chapa presidencial.

Nesse acerto, Lacerda não concorreria ao Palácio da Liberdade contra a reeleição do governador Fernando Pimentel. Embora estivesse em Belo Horizonte, Marilia não participou da reunião. Mas enviou representantes.

Líder da minoria na Câmara, José Guimarães (CE) afirma que a centralidade política da resolução aprovada é a aliança nacional com PSB e PCdoB. “E nos estados, eles nos apoiam onde governamos e nós os apoiamos onde eles governam”, concluiu.

Antes descrentes quanto às chances de aliança, petistas decidiram investir nela depois que enterradas as candidaturas do PSB à Presidência.

A estagnação das candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) nas pesquisas também estimulou o assédio sobre o PSB.

A ideia é consolidar uma aliança e manter a candidatura do PT sob holofotes antes que esses adversários possam esboçar um crescimento.

Por isso, o PT acelerou a negociação. Vice-presidente do PT, Márcio Macedo, rejeita a ideia de sacrifício. “Queremos uma aliança nacional com PSB e PCdoB”.

Dirigentes do PSB não gostam da hipótese de apoiar o PT sem saber qual será o candidato do partido.

Mas, segundo petistas, a manutenção de Lula à frente das pesquisas, com alto potencial de transferência de votos, tem aplacado resistência.

O PT tem dois nomes à mesa para substituir Lula: os ex-ministros Jaques Wagner e Fernando Haddad.

Com força no Nordeste, Wagner tem a simpatia dos líderes petistas. Haddad agrada a militância.

Depois de Dilma Rousseff, Haddad foi o mais aplaudido ao ter seu nome anunciado no ato de lançamento da pré-candidatura de Lula, na noite de sexta-feira (8), na cidade de Contagem.

Há ainda no PT a possibilidade da indicação de um nome sem tanto brilho pessoal, para deixar evidente sua subserviência a Lula

Partidos ainda não decidiram como distribuirão fundo eleitoral

Por Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil  Brasília

Nas primeiras eleições majoritárias e proporcionais após a proibição do financiamento empresarial de campanhas, os partidos políticos ainda não definiram de que forma vão dividir os recursos do fundo eleitoral entre os seus candidatos. Criado no ano passado para regulamentar o repasse de recursos públicos entre as legendas, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha deve ficar em R$ 1,716 bilhão este ano de dinheiro público.

A maior parte é dividida proporcionalmente entre os partidos, levando em conta o número de representantes no Congresso Nacional. Ou seja, as siglas que elegeram o maior número de parlamentares em 2014 – MDB, PT e PSDB – terão direito à maior fatia do bolo. Já o menor percentual, de 0,57%, será destinado aos partidos menores, chamados de nanicos, que ficarão com R$ 980 mil cada.

MDB 

Responsável por receber a maior fatia, de R$ 234 milhões, o MDB definirá no fim deste mês os critérios de divisão. Segundo o presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), a Executiva Nacional terá uma reunião no dia 26 de junho para discutir o assunto.

Além do financiamento público, o partido pretende arrecadar doações de forma independente, de pessoas físicas, e por meio da plataforma de financiamento coletivo na internet, conhecida como crowndfunding. De acordo com Romero Jucá, ações junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para aumentar a arrecadação “não estão no horizonte do partido”, apesar de os recursos serem inferiores aos obtidos em 2014, quando ainda era possível a doação empresarial.

Ele disse que o MDB oferecerá a todos os candidatos uma plataforma para receberem as doações virtuais. “O MDB aposta nesta modalidade. A plataforma está em fase final de elaboração, sendo ativada à medida que os pré-candidatos solicitam, e será apresentada aos candidatos também na reunião da Executiva, dia 26”, afirmou.
PT 

Em março deste ano, o PT divulgou uma resolução definindo os critérios e prioridades estratégicas para utilização dos recursos. O partido, que vai contar com R$ 212 milhões do fundo eleitoral, disse que o financiamento público de campanhas é uma bandeira histórica da legenda e defendeu a mobilização da sociedade para obter outras formas de arrecadação.

“Os recursos do fundo eleitoral não serão suficientes para financiar todas as candidaturas no nível que o partido gostaria. Assim, é necessária a formulação de uma política partidária de financiamento transparente e compatível com essa realidade”, avaliou a direção partidária, após reunião da Executiva Nacional da legenda.

Na resolução, o partido informa que “estimulará a busca por financiamento coletivo” de pessoas físicas. A prioridade número um do PT, segundo o documento, é o financiamento da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, seguida eleição de uma “grande bancada” de parlamentares, priorizando os que tentam a reeleição e os que têm “viabilidade eleitoral”. Depois, vêm a campanha para reeleição e eleição de governadores e de bancadas para assembleias legislativas.

PSDB 

Por meio de um post em seu site, o PSDB informa que o dia 30 de junho é a data final para definir a forma de distribuição dos recursos. O partido deve receber do fundo R$ 185,8 milhões. Segundo a direção nacional do partido, as arrecadações na internet feitas até o momento foram destinadas à sigla e, a partir de agora, os candidatos passarão a ser habilitados para o recebimento de doações.

“Aguardamos definições de decisões recentes do TSE, como os 30% para mulheres. Após isso, vamos discutir internamente como serão distribuídos recursos que já estavam previstos e aprovados em reunião do mês passado”, informou a legenda, referindo-se à decisão judicial determinando a destinação mínima de 30% do fundo público a campanhas de candidatas.

O PSDB afirmou que apoia e estimula a participação das mulheres nas eleições, mas disse aguardar o detalhamento das decisões “para saber como agir”. “Vamos seguir a legislação aprovada e tentar arrecadar via crowdfunding e outras fontes permitidas por lei”, acrescentaram os dirigentes.

PMB

Admitindo que o baixo montante de recursos irá dificultar o lançamento de candidaturas majoritárias, a presidente do PMB, Suêd Haidar, afirmou à Agência Brasil que o foco será a eleição de mulheres para a Câmara dos Deputados e as assembleias estaduais.

“Vamos dividir esse pouco que temos com as candidaturas femininas. Esse recurso do fundo público nós investiremos nas [campanhas destinadas às] bancadas federal e estaduais”, disse. Suêd Haidar classificou de “injusto” e “danoso” o processo pelo qual o partido vem passando na busca pelos recursos de outro fundo: o partidário, repassado anualmente às siglas.

Após receber a filiação de 24 deputados em 2015, quando teve o registro autorizado pelo TSE, a legenda perdeu esses quadros alguns meses depois, e agora pleiteia na corte uma parte do fundo partidário referente à representação proporcional que tinha na Câmara. “O direito é nosso, na própria legislação eleitoral diz que quando os parlamentares migrassem não levariam o direito de antena nem os recursos”, disse.

Sobre a determinação de 30% dos recursos do fundo eleitoral para as candidaturas femininas, a presidente comemora com ressalvas. Ela diz que o partido sempre foi o que proporcionalmente elegeu o maior número de mulheres.

PSTU 

Para a pré-candidata do PSTU à Presidência, Vera Lúcia Salgado, o problema enfrentado pelas siglas pequenas para sustentarem campanhas simboliza a “falta de democracia” nas eleições. “Entendemos que o financiamento de campanha deveria ser público, com o mesmo valor para todos e o mesmo tempo [de rádio e televisão] também”, afirmou à Agência Brasil. Atualmente, as mesmas regras de divisão do fundo eleitoral se aplicam à propaganda gratuita de rádio e TV, distribuindo grande parte do tempo a partidos com representação na Câmara e no Senado.

Segundo Vera Lúcia, de acordo com a divisão atual, a candidatura do partido ao Palácio do Planalto terá direito a apenas três segundos de propaganda. “Pelas condições materiais, além da expressão de pensamento através dos meios de comunicação, já está dado que quem vai ganhar as eleições são aqueles de sempre: é o que tem maior tempo de TV, tem o maior volume de dinheiro para fazer campanha, que por sua vez são os mesmos partidos e os mesmos que estão aí”, criticou.

Sobre a divisão dos recursos, ela disse que a legenda ainda está discutindo o assunto. A pré-candidata afirmou que o PSTU lançará nomes para os governos estaduais e o Senado, além de disputar o cargo de deputados federais e estaduais.

Mesmo preso, Lula lidera com folga pesquisa para Presidência da República, aponta Datafolha

Ricardo Balthazar
SÃO PAULO

Dois meses depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seus adversários na disputa pela Presidência da República continuam encontrando dificuldades para conquistar a preferência dos eleitores.

Pesquisa realizada pelo Datafolha na semana passada aponta o líder petista com 30% das intenções de voto e mostra que mais de um terço dos eleitores se dizem sem opção ao analisar cenários em que ele fica fora do páreo.

O instituto entrevistou 2.824 eleitores de 174 municípios na quarta (6) e na quinta (7). A pesquisa é a primeira feita pelo Datafolha após a paralisação dos caminhoneiros, que causou transtornos em todo o país, provocou uma crise no governo e abalou a economia.

Na foto, à esquerda, está o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ao lado do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, que estende um microfone para o cantor Carlos Careqa, tocando violão. A foto é de um ato no acampamento de militantes petistas em frente à sede da PF em Curitiba, onde Lula está preso
Fernando Haddad, Jaques Wagner e o cantor Carlos Careqa em ato no acampamento de militantes petistas em frente à sede da PF em Curitiba, onde Lula está preso – Zanone Fraissat – 11.abr.2018/Folhapress

Segundo o Datafolha, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que apoiou os caminhoneiros, mantém a liderança da corrida presidencial nos cenários em que Lula está ausente, com 19% das preferências.

A ex-senadora Marina Silva (Rede) aparece logo depois no levantamento, com até 15% das intenções de voto. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que oscila entre 10 e 11%, e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem 7%, estão tecnicamente empatados.

Embora Ciro apareça numericamente à frente nos resultados, a diferença entre os dois pode ser menor por causa da margem de erro do estudo, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O ex-ministro Henrique Meirelles (MDB), que lançou sua pré-candidatura com apoio do presidente Michel Temer, tem apenas 1% das preferências, de acordo com o instituto.

Os cenários pesquisados pelo Datafolha na semana passada são diferentes dos que foram considerados pelo estudo anterior, feito em abril, e por isso os resultados dos dois levantamentos não são perfeitamente comparáveis.

O PT reafirmou na sexta (8) a disposição de registrar a candidatura de Lula, que cumpre pena em Curitiba pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e deve ser impedido pela Justiça de concorrer.

A estratégia adotada pelo partido adia a definição do nome que poderá substituir o ex-presidente se ele for barrado. Os dois mais cotados para a vaga, o ex-prefeito Fernando Haddad (SP) e o ex-governador Jaques Wagner (BA), aparecem com 1% na pesquisa.

A ausência de Lula fez cair o número de eleitores que o mencionam espontaneamente quando consultados sobre suas preferências, mas seu prestígio poderá ser decisivo para quem receber seu apoio. Nos cenários sem o ex-presidente no páreo, mais de 40% dos seus eleitores dizem não ter em quem votar.

Simulações feitas pelo Datafolha para o segundo turno da eleição reforçam os sinais de que muitos eleitores não encontram alternativa sem Lula.

Em cinco dos nove cenários em que o líder petista não aparece, o número de eleitores sem opção, dispostos a votar em branco ou anular o voto supera o de apoiadores do candidato vencedor. Marina Silva aparece como a que tem melhores chances contra Bolsonaro no segundo turno.