Arquivo diários:18/09/2020

Marco Aurélio prega respeito a prerrogativas, por isso freou medida excessiva contra Bolsonaro

A decisão do ministro Marco Aurélio, suspendendo o inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro até que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre como será seu depoimento, é coerente com o que o magistrado acha disso tudo.

Para o experiente ministro, que já presidiu o STF, é preciso respeitar as prerrogativas do presidente da República, tanto quanto a figura pessoal do atual ocupante do cargo. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Marco Aurélio está entre os que acham uma humilhação desnecessária obrigar o presidente a depor na polícia. Fica parecendo picuinha. Bolsonaro tem a opção de não ir ao depoimento, mas preferiu o caminho “amistoso”, natural, de recorrer da decisão do ministro Celso de Mello.

O STF deve novamente exercer prerrogativas de Legislativo para suprir omissão legal sobre forma de depor de chefes de Poder investigado.

Dossiê mostra censura e governismo em reportagens da EBC, ligada ao governo federal

Uma comissão de funcionários da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) e representantes de sindicatos de jornalistas e radialistas de SP, RJ e DF contabilizaram 138 denúncias de “censura ou governismo” em pautas e matérias da empresa realizadas de janeiro de 2019 a julho de 2020. O levantamento é assinado também pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). A EBC, vinculada ao governo, tem TV, rádios e agência de notícias.

O dossiê diz que houve supressão de coberturas do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes e de violação dos direitos indígenas, além de interdição de fontes como a Anistia Internacional e a Human Rights Wacth. Ainda segundo o relatório, temas como desmatamento da Amazônia, negacionismo científico sobre a Covid-19 e histórias de perdas relacionadas à doença nem sequer foram pautados.

O balanço também traz denúncias de publicações protecionistas em relação ao ex-ministro Abraham Weintraub, da Educação, e à ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos. Questionada, a EBC não respondeu​. O levantamento foi feito com base em relatos por meio de formulário online e será encaminhado a organizações da sociedade civil.

Monica Bergamo/Folha de S.Paulo