Sequestrar? Que nada: a nova moda do cibercrime é clonar perfis de WhatsApp


Renan de Souza
Os criminosos cibernéticos brasileiros não param de impressionar. Após gerar dor de cabeça com golpes que visavam sequestrar o perfil do WhatsApp da população nacional, os meliantes perceberam que é possível enganar internautas de uma forma muito mais fácil: clonando contas aleatoriamente usando dados vazados e adquiridos com parceiros da malandragem. As informações são de analistas da Kaspersky.

Segundo os pesquisadores, os estelionatários estão usando coleções de informações — amplamente negociadas no mercado negro cibernético — para criar perfis-dublê de uma vítima e abordar seus familiares com a afirmação “mudei de número”. Após uma rápida conversa para garantir a confiança da contraparte, se iniciam as tentativas de extorsão, incluindo pedidos de empréstimos que jamais serão devolvidos.
Segundo Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, por mais que eles não participem do crime “final”, os data brokers (como são conhecidos os vendedores de bancos de dados) são uma parte essencial nesse ciclo por serem os responsáveis por “minerar” os dados. “Aqui, todos os tipos de empresa podem ser vítimas. Logicamente que lojas online são alvos óbvios, mas qualquer empresa conta com banco de dados de funcionários e de clientes que podem ser usados para abastecer este esquema”, explica.

A maioria desses bases de dados incluem nome completo, número de telefone, e-mail e até mesmo informações sobre preferências pessoais e hábitos de compra do cidadão — o suficiente para o criminoso conseguir criar um perfil falso e personificar o civil. “Por isso podemos dizer que as contas são clonadas ou falsificadas e é por isso que a pessoa não fica sabendo que sua identidade está sendo usada em um golpe”, finaliza Assolini.

No dia 9 de setembro, a Polícia Civil de Goiás deflagrou a operação Data Brokers com o objetivo de deter grupos especializados nesse tipo de comércio; segundo as autoridades, os prejuízos com extorsões chegaram a R$ 500 mil. Já no último dia 14 deste mês, tanto a Polícia Civil de Goiás quanto a de São Paulo deram início à operação Peregrino III, que também culminou na prisão de um grupo envolvido em golpes similares.

Fonte: Canaltech

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