Arquivo diários:11/11/2020

Ameaça de guerra? “Quando acaba a saliva, tem pólvora”, diz Bolsonaro

Presidente disse que somente a diplomacia pode ser insuficiente para contornar o embate em relação à proteção da AmazôniaJuan Arias: Governo Bolsonaro vai taxar as grandes… fortunas? Não, as  grandes pobrezas | Brasil | EL PAÍS Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que somente a diplomacia pode ser insuficiente para contornar o embate em relação à proteção da Amazônia, após se referir indiretamente a declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre levantar barreiras comerciais contra o Brasil para interromper o que o norte-americano chamou de destruição da floresta.
“Assistimos há pouco aí um grande candidato à chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil”, disse.
“E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto? (citando o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo). Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem o que nós temos”, emendou ele, em evento no Palácio do Planalto sobre a retomada do turismo.

Durante debate na campanha presidencial norte-americana, Biden disse que a floresta tropical do Brasil “está sendo destruída” e propôs reunir outros países para garantir 20 bilhões de dólares para a preservação da Amazônia.

“Aqui estão 20 bilhões de dólares. Parem de destruir a floresta e se não pararem, então enfrentarão consequências econômicas significativas”, disse o democrata.

Apesar de Biden ter sido declarado vitorioso nas eleições dos EUA, Bolsonaro ainda não reconheceu a vitória do democrata. Ele é um forte aliado do presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, que contesta o resultado sob a alegação –sem apresentar evidências– de que teria havido fraude no processo eleitoral.

No discurso desta terça-feira, Bolsonaro destacou que Brasil tem que se fortalecer. “E como nos fortalecer? Liberando a economia, livre mercado. Dando liberdade para quem quer trabalhar, não enchendo o saco de quem quer produzir”, afirmou.

Bolsonaro criticou novamente o que chamou de “turma xiita ambiental”, que seriam os “baluartes do atraso do Brasil” e que a imprensa adora ao comentar sobre a possibilidade de enviar um projeto ao Congresso Nacional autorizando a exploração comercial da Baía de Angra dos Reis.

O presidente disse que a chance de mudar o país é agora e sugeriu não ser possível aparecer um líder até as eleições de 2022, a não ser que seja na base de muito dinheiro e “comprando um montão de coisa por aí”.

Ciro Gomes: se Doria, Huck e Moro são centro, sou ultra-esquerda

CIRO - Ciro Gomes: se Doria, Huck e Moro são centro, sou ultra-esquerda

Ciro Gomes reagiu a união entre o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, o apresentador Luciano Huck e o governador de São Paulo, João Doria. Os três iniciaram conversas para se apresentarem ao eleitor em 2022 como uma alternativa de centro.

“No dia que Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultra-esquerda, o que eu nunca fui”, afirmou o presidenciável após evento com a militância de seu partido, o PDT, em apoio ao ex-governador Márcio França (PSB), candidato à Prefeitura de São Paulo em uma chapa com o pedetista Antonio Neto como vice.

Ciro disputou a Presidência da República em 2018 pelo PDT e já declarou que gostaria de concorrer novamente. Para Ciro, Moro “vendeu a toga em toca de um cargo vitalício”

“Então vamos ter compostura. Moro vendeu a toga em troca de um cargo vitalício é um cara da extrema-direita. O Moro se veste como os fascistas italianos da década de 1930. Ele está sempre com uma camisa escura sobre um paletó escuro. O Moro é fascista. O Moro vendeu a toga, prendeu um adversário político, tirou o adversário político da eleição e, em seguida, aceitou ser ministro do que ganhou a eleição. Isso é uma lesão ética que transforma o Moro para mim em um grande malandro”, afirmou Ciro.

O pedetista poupou Huck de muitas críticas, sugerindo apenas que ele não tem experiência em governo para conseguir orientar o País. “O Luciano Huck é um apresentador de televisão. Ok, é uma tarefa das mais dignas. Isso prepara para enfrentar a maior crise social, econômica? O posicionamento internacional do Brasil, o Congresso hiper fraturado?”, indagou. “Só a irresponsabilidade de algumas pessoas da elite Brasileira é que permitem a gente acreditar isso”, afirmou. Sobre Doria, Ciro disse que ele foi um prefeito que mentiu para o povo, se referindo à promessa feita pelo tucano de que ele não deixaria o mandato na Prefeitura para disputar o governo do Estado.

“Ele já resolveu: vai terceirizar a Prefeitura para o MDB, vai terceirizar o governo do Estado para o DEM. Esse é o plano dele, para ele ser o presidente da República. E vocês que se arrebentem”, afirmou.

Trump: 4 imagens que construíram o republicano derrotado


Por Letícia Quatel

Acabou para Trump. Para a, aparente, alegria do mundo, ou de boa parte dele. Só para ficar em alguns nomes conhecidos: as cantoras Lady Gaga, Beyoncé, Cardi B e a atriz Viola Davis foram algumas das personalidades que comemoraram o adeus à Casa Branca por parte do 45º presidente dos Estados da Unidos, Donald Trump. “Uhu! Filadélfia! América! Povo Negro! Pessoas pretas! Deus abençoe vocês!!!Agora…Vamos lutar por aquele Senado”, escreveu a atriz Viola Davis em sua conta no Instagram. No português claro seria quase um “tchau, querido!”

Resta saber, agora, como é que Donald Trump vai entrar para os anais da história como a figura que esteve à frente da maior potência mundial nos últimos quatro anos. E se é possível chegar a esta resposta, ou pelo menos em parte dela, é graças a força documental da imagem e da fotografia. “A Annateresa Fabris em seu livro, Identidades Visuais, escreve que os fotógrafos substituíram os pintores da corte, pelo menos na Europa”, diz Simonetta Persichetti, crítica de fotografia e professora do curso de jornalismo e do mestrado em comunicação da Faculdade Cásper Líbero.

Uma imagem não vale mais do que mil palavras diferentemente do que diz o ditado, pois são linguagens diferentes. Uma não substitui a outra, mas podem se complementar. Agora, a imagem pode sim e carrega o responsável papel de marcar momentos históricos e ajudar na construção de identidade de figuras notáveis, como é o caso dos políticos.

E não estamos falando de um fenômeno recente. “No século XIX, o presidente norte-americano Abraham Lincoln teve um desenho seu publicado na primeira página do jornal. O desenho havia sido copiado de uma fotografia. Ele chegou a afirmar que não teria sido eleito presidente dos estados unido se não fosse aquele desenho.”, afirma Simonetta. “Mas foi somente no século XX com o início da propaganda política que a fotografia potencializou a imagem como formadora de identidade de um político. As famosas as imagens de Hitler, Mussolini, Lenin, Stalin”, diz.

Com Trump não será diferente. Ele não passará impune pelas lentes da história, literalmente. Uma figura tosca, grosseira e sem empatia, assim pode-se dizer que se desenhou a identidade imagética de Donald Trump. “As imagens retratam Trump como uma figura política truculenta, histriônica, que abusa de um tom mais agressivo para dizer o que pensa. Aliás, agressividade é algo constante nas imagens de Donald Trump”, diz Rodrigo Sanches, doutor em psicologia pela USP e pós-doutarando em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero.

Mas se lá em 2016, essa figura que hostilizava imigrantes, especialmente os Latinos, os negros, a imprensa e a democracia em nome de “fazer a América grande de novo”, mostrou, de alguma forma que a truculência, aversão à informação e à ciência não fizeram “a América grande novamente”. A nação mais rica do mundo empilhou mais mortos por covid-19 do que qualquer outro país embalada pela falta de iniciativa do governo e pelo negacionismo constante por parte de Trump sobre a pandemia. O país que prometeu salvar a economia não salvou nem a economia e nem as vidas. Os EUA de Trump enterraram mais de 238 mil mortos e a economia contraiu no segundo trimestre de 2020 no ritmo mais acentuado desde a Grande Depressão de 1929, com o PIB desabando em 32,9%”. Isso para se ater a apenas um fracasso do governo Trump.

Na prática a imagem do “valentão” que Trump, talvez, tenha acreditado que construiu não se sustentou. “A mesma imagem que hoje derrubou o Trump serviu para elegê-lo em 2016”, afirma Simonetta. Donald Trump não é uma criança birrenta, embora remeta a uma, é um homem de 74 anos que sabe muito bem o que faz. É um sujeito frágil que precisa do grito para ter voz e do medo para ter respeito. Que não aceita ser contrariado ou estar errado e por isso ataca a democracia, a ciência e a informação – porque são estes pilares que o questionam.

Donald Trump já vai tarde e deixa para os Estados Unidos uma herança que ele prometeu na campanha que o elegeu em 2016: um muro. Um muro, porém, dentro dos Estados Unidos e não na fronteira com o México. Trump está fora, mas deixa um país rachado e polarizado. O país continua dividido em duas metades heterogêneas já que um total de 84% das pessoas que se declaram “conservadoras” votaram em Trump e 89% dos “liberais” votaram em Biden.

No fim, o que podemos considerar é que vivemos em tempos políticos baseados na estética da ‘tosquice’. E este não é um fenômeno exclusivo dos Estados Unidos.

REUTERS/Carlos Barria

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Na prática a imagem do “valentão” que Trump, talvez, tenha acreditado que construiu não se sustentou. “A mesma imagem que hoje derrubou o Trump serviu para elegê-lo em 2016”, afirma Simonetta Persichetti, crítica de fotografia e professora da Cásper Líbero.

REUTERS/Carlos Barria
REUTERS/Carlos Barria

Donald Trump deixa para os Estados Unidos uma herança que ele prometeu na campanha que o elegeu em 2016: um muro. Um muro, porém, dentro dos Estados Unidos e não na fronteira com o México. Trump vai, mas deixa um país rachado e polarizado.

REUTERS/Carlos Barria
REUTERS/Carlos Barria

Donald Trump não é uma criança birrenta, é um homem de 74 anos que sabe muito bem o que faz. É um sujeito frágil que precisa do grito para ter voz e do medo para ter respeito.

REUTERS/Jonathan Ernst
REUTERS/Jonathan Ernst

Trump não fez a “America great again”. Estados Unidos de Trump bateram recorde de mortes por covid-19. Presidente adotou tom negacionista na gestão da crise trazida pela pandemia.

Saiba com acompanhar a apuração das eleições na Internet

A Justiça Eleitoral disponibilizará três plataformas onde será possível acompanhar a apuração e divulgação dos resultados do pleito de 2020, no dia 15 de novembro. Tratam-se do aplicativo Resultados, do site Divulga Web e do Sistema Divulga.

O Secretário de Tecnologia da Informação e Eleições do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), Marcos Maia, conta como vai acontecer a divulgação dos resultados, cuja apuração terá início a partir das 17h no dia do pleito. “O padrão é que cada mídia, retirada de cada urna eleitoral, seja transportada  para as Zonas Eleitorais para a totalização. No entanto, para agilizar o processo, o TRE-RN irá colocar 237 pontos descentralizados a mais para receber as mídias e transmiti-las”, afirma Marcos Maia. Confira como vai funcionar cada uma das alternativas para acompanhamento da apuração:

O aplicativo ‘Resultados’ está disponível para Android iOS, e apresentará a contagem de votos de acordo com os boletins divulgados pela Justiça Eleitoral. Por ele, será possível a visualização de consulta nominal para cada candidato, com a indicação dos eleitos. Nestas eleições, o aplicativo mostrará inclusive as fotos de todos os candidatos que disputam as eleições.

Divulga Web é um sistema que não precisa ser baixado, mas apresenta resultados mais simples e sintéticos, com o percentual de urnas já apuradas, os votos de cada candidato e os brancos e nulos. Além dessa opção, há o Sistema Divulga que é uma ferramenta mais completa, com a opção “telão” e outros meios de consulta diante da apuração dos votos. O sistema pode ser baixado a partir desta sexta (13), por meio do site do TSE.

Há ainda o Aplicativo boletim na mão que serve para acompanhar o resultado da votação nas próprias  seções eleitorais, sendo mais uma forma de fiscalização do processo eleitoral. Após o encerramento da votação, toda urna eletrônica fornece um Boletim de Urna (BU), que contém o total de votos recebidos dos candidatos, dos partidos, brancos e nulos, e outras informações, como o número total de eleitores que votaram e os que se ausentaram. O aplicativo, que está disponível para Android e iOS, permitirá ao cidadão fazer a leitura do BU e receber uma cópia digital. Para isso, basta apontar a câmera do celular para o QR Code contida no final do boletim.