Sete capitais brasileiras estão com mais de 90% dos leitos de UTI Covid ocupados no SUS

Às vésperas de o Brasil chegar a 180 mil mortes causadas pela Covid-19 e com sete capitais com ocupação de leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) acima de 90%, o presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira que o país está vivendo o “finalzinho da pandemia”. A declaração foi dada em inauguração de trecho da ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS).

A afirmação contraria o que mostram os números. Ontem, foram registrados 769 óbitos e 53.359 novos casos da doença — já são 179.801 vidas perdidas e 6.783.477 infectados no país. A média móvel está em 642 mortes, 35% maior do que o cálculo de duas semanas atrás. O país tem 22 unidades federativas com tendência de alta, três em estabilidade e apenas duas em queda.

Campo Grande é a capital que mais sofre para internar seus pacientes: todos os leitos de UTI destinados a pessoas com Covid-19 foram ocupados. Por isso, foi necessário instalar novos leitos, que ainda não foram oficialmente integrados ao SUS, mas que são mantidos pelas secretarias municipais de Saúde e pela própria secretaria estadual. Isso explica a ocupação acima de 100%.

No Hospital Regional da capital sul-mato-grossense, referência para tratamento contra o coronavírus, o pronto atendimento a pacientes com a doença está à beira do colapso: 20 pessoas estão na sala destinada a casos menos graves, que tem capacidade para 13 vagas. Os setores de nefrologia e endoscopia, que foram adaptados para receber pacientes graves com Covid-19, também estão lotados, mesmo com os novos leitos de UTI abertos na última semana.

As outras capitais com ocupação superior a 90% nas UTIs de Covid no SUS são Boa Vista, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, Porto Velho e Porto Alegre. Há outras duas capitais com ocupação acima dos 80%: Vitória e Recife.

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