Horas antes de Brasil registrar recorde de mortes, Bolsonaro estava ‘alegre’ em banquete mineiro no Planalto

Lucas Tomazelli

Horas antes do país viver seu recorde de mortes por Covid-19, Jair Bolsonaro (sem partido) estava “alegre”e “bem descontraído” em um almoço temático “informal” no Palácio do Planalto. Quem afirma isso é o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), de acordo com a Folha de S. Paulo, responsável por preparar um leitão para o evento.

No mesmo dia, diversos governadores de todo o país se reuniram com Arthur Lira (PP-AL) para tratar de medidas visando frear o avanço da pandemia do novo coronavírus no país. João Doria (PSDB-SP), tido como um dos maiores adversários políticos de Bolsonaro, reuniu-se com mais de 600 prefeitos para tratar da situação crítica em São Paulo.

À Folha, Ramalho afirmou que não houve ações concretas tomadas ou debatidas no evento em que o presidente participou. O parlamentar afirmou que Bolsonaro “falou da pandemia e disse que há muitas vacinas para chegar”.

“Ele [Bolsonaro] vai para Minas Gerais amanhã [quarta], se não me engano, e volta para lá no dia 26. Estava alegre, bem descontraído”, diz Ramalho, completando que há outro almoço já marcado para abril.
Segundo o jornal, entre os convidados, apenas o governador Romeu Zema (NOVO-MG) e seu secretário, Matheus Simões, aparecem de máscaras nos registros a que o jornal teve a acesso. Outros sete presentes, incluindo Bolsonaro, não utilizavam o equipamento de proteção contra o novo coronavírus.

Nas redes sociais, o presidente fez mais um postagem contra medidas de restrição defendidas por especialistas. Enquanto isso, estados e municípios seguem articulando para minimizar os estragos. Secretários de Saúde divulgaram carta pedindo toque de recolher nacional das 20h às 6h. Lira e governadores chegaram a mencionar um aporte de R$ 14,5 bilhões a mais para combate à Covid-19 no Orçamento 2021.

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