Presos transferidos para Parelhas jogam bilhetes em pedras e garrafas com ameaças a vizinhos no RN

"Se não alterar em nada, nós vamos resolver da nossa forma", ameaça o texto
“Se não alterar em nada, nós vamos resolver da nossa forma”, ameaça o texto

Presos custodiados na cadeia pública do município de Parelhas estão ameaçando a população por meio de bilhetes para forçar a transferência deles para Natal. Em um dos bilhetes, os presos dizem que “vão se manifestar” caso a transferência seja recusada. “Se não alterar em nada, nós vamos resolver da nossa forma”, ameaça o texto.

As ameaças por meio de bilhetes começaram há duas semanas, desde que 89 detentos do CDP (Centro de Detenção Provisória) da Ribeira, localizado em Natal, foram transferidos para Parelhas depois que quebraram o prédio da unidade prisional.

Pelo menos dois bilhetes que seriam jogados para a população foram apreendidos pelos agentes penitenciários durante revista realizada nas quatro celas da cadeia de Parelhas. A cadeia de Parelhas fica no centro da cidade, em uma área de residências. Segundo o Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte), no prédio funcionava a antiga delegacia, que foi adaptada para tornar-se cadeia.

“Nos quatro lados do prédio existem residências, e isso fragiliza a segurança por conta da comunicação dos presos por meio de bilhetes. Constantemente são jogados celulares e drogas por cima do muro”, disse a presidente do Sindasp, Vilma Batista.

O sindicato contou que os papéis são amarrados em pedras ou colocados em garrafas pet e jogados nos quintais das casas e calçadas na tentativa de amedrontar quem mora na vizinhança.

“Os bilhetes são jogados durante o banho de sol, e não há controle sobre a confecção deles. Depois que ocorreu essa série de rebeliões, fica difícil fazemos revistas e chamadas de rotina dos presos, porque o clima ainda é tenso dentro das unidades. Os presos ameaçam o tempo todo fazer novas ações e não se intimidam com a chegada de reforço da polícia”, disse Vilma.

O UOL entrou em contato com a Sejuc (Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte), mas a pasta informou que está sem assessoria de comunicação. A reportagem procurou a Secom (Secretaria de Estado da Comunicação), mas até a publicação deste texto não havia obtido retorno.

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