Brasil tenta atrair empresas estrangeiras para operar voos domésticos

O governo brasileiro quer atrair companhias aéreas estrangeiras para operar voos domésticos no país, e terá conversas com ao menos três empresas, disse neste domingo (27) o secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann.

“Vamos conversar com a Jet Blue, vamos conversar com a Volaris, um grupo mexicano […] vamos conversar com a Sky Airline, que é chilena”, disse Glanzmann em entrevista durante o Alta Airline Leaders Forum, uma conferência da indústria, em Brasília.

“São conversas para introduzir o Brasil para eles, elas não significam que as companhias estão dizendo que virão para cá”, acrescentou o secretário.

Glanzmann disse que as reuniões com a Volaris e a JetBlue Airways devem ocorrer na segunda-feira (2).

Um representante da Sky disse que a companhia cancelou sua participação na conferência Alta por causa dos protestos no Chile, mas não quis comentar sobre a reunião com o governo brasileiro. A Jet Blue e a Volaris não responderam de imediato a pedidos de comentário.

Recentemente, o governo começou a trabalhar por mais abertura do mercado brasileiro de aviação, que é o maior da América Latina. O presidente Jair Bolsonaro autorizou que companhias estrangeiras se instalem no segmento doméstico.

Hoje, o mercado de aviação doméstica brasileiro encontra-se altamente concentrado em três companhias — Gol, Latam e Azul.

Até este ano, havia uma quarta empresa, a Avianca Brasil, mas a empresa encerrou suas operações em maio, depois de entrar com um pedido de recuperação judicial no fim do ano passado, num alerta sobre o risco e a volatilidade de operar no Brasil.

A reação à liberação do mercado brasileiro tem sido tímida, mas o grupo espanhol Globalia já declarou intenção de operar linhas domésticas no Brasil. Glanzmann espera que outras empresas sigam o mesmo caminho.

A estratégia, segundo ele, envolve a atração das companhias estrangeiras primeiro para operar voos internacionais.

“Estamos trabalhando primeiro com rotas internacionais, mas já estamos trabalhando para que tais operações se tornem operações domésticas no mercado brasileiro”, disse o secretário.

No ano passado, quatro companhias aéreas de baixo custo começaram a operar voos internacionais para o Brasil: a JetSMART, que pertence à Indigo Partners, a Sky Airlines, a Norwegian Air Shuttle e a argentina Flybondi.

O secretário também disse que o governo espera que o avião Boeing 737 MAX retorne as operações “até o fim do ano”.

O modelo MAX está impedido de voar há meses após dois acidentes fatais pelo mundo, e companhias aéreas norte-americanas não esperam vê-lo novamente em operação antes de 2020, de acordo com seus cronogramas de voo.

Folhapress

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